Goiânia, Brasil, 09:00 - Segunda-feira.
Acordei atrasada, tinha que estar na agência de modelos Mendonça's às nove e quarenta e cinco da manhã e já eram quase nove horas. Não é que eu esteja atrasada agora, é que eu tenho que passar no banco e, com isso, eu posso me atrasar.
Coloquei meu blazer, saí do quarto com os saltos na mão, pisando na pontinha dos pés.
Maiara e Lauana estavam tomando café, notaram minha pressa rapidamente.
— Vai pra onde toda afobada? – Disse Lauana.
— Preciso ir, tenho que passar no banco.
— Não quer tomar um café antes, Isa? – Maiara falou preocupada, ela sempre tenta regrar minha alimentação, eu como bem, mas às vezes esqueço algumas refeições.
— Como por aí, prometo. Beijo, beijo.
Dei um beijo no rosto de Maiara e um na testa de Lauana.
A sorte foi que assim que saí, vi um táxi passando. Dei com a mão, ele parou e eu entrei.
— Me deixe no banco, por favor, senhor.
O senhor confirmou com a cabeça. Se eu fosse a pé, chegaria mais rápido, aquele homem andava incrivelmente devagar, respeitando cada lei de trânsito.
Depois de uns quinze minutos, cheguei no meu destino, paguei a corrida e entrei no local para retirar meu dinheiro.
Ainda bem que estava quase vago, vi uma máquina desocupada, coloquei meu cartão e consegui fazer o saque.
Estava entretida colocando o dinheiro na minha bolsa, me virei rapidamente e acabei esbarrando em algo rígido que logo percebi ser um ser humano.
Meu celular foi para o chão, eu agachei para pegar, percebi que o da pessoa também tinha caído, peguei para devolver, já que a fui a atrapalhada que derrubou.
Olhei para os pés dele e pelo tamanho do pé e o calçado, não era um homem, é delicado demais, isso é uma mulher.
Fui levantando e meus olhos subindo examinando aquela pessoa, sapato mocassim de couro, calça de alfaiataria preta, mãos no bolso, cinto com logo da YSL, blusa de cetim branca de botões dourados com dois abertos na gola, blazer da cor da calça, cabelos loiros longos e o rosto... Belíssimo, mesmo coberto pela máscara dava para ver que ela é de tirar o fôlego. Será que ela é uma modelo? Que mulher bonita.
— Me desculpe... Seu celular.
Ela tirou a mão do bolso e recebeu o aparelho. Ao ver melhor aquela mulher, me lembrei rapidamente de quem se tratava. Não é possível, é a garota para quem paguei nudes ontem na varanda.
Baixei meus ombros com a vergonha, também lembrei do meu trabalho, saí rapidamente daquele lugar, sem ao menos esperar uma resposta. Ou ela mencionar que me viu nua ontem.
Na saída do banco, a ponta do meu salto ficou presa no tapete, eu acabei tropeçando e quase caí, mas consegui me recompor.
Jesus Cristo, será que aquela mulher ainda estava me olhando? Tomara que ninguém tenha visto, que vergonha. Não ousei olhar para trás para conferir, confia que ninguém viu esse mico, Maraisa.
Arrumei a alça da minha bolsa no ombro e saí caminhando apressada, a empresa era perto, então, eu podia ir andando. Conferi a hora no meu relógio de pulso, faltavam treze minutos. Sorri em vitória, vai dar tempo e ainda vou conseguir comprar um café no Starbucks.
Olhei para o lado e vi que a mulher do esbarrão estava atrás de mim, enquanto eu estava quase correndo, ela conseguia me seguir sem fazer nenhum esforço, pois suas pernas eram longas e além disso, ela usava sapato baixo, isso facilitava o processo, já que eu estou de salto.
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In Paris | Malila.
FanfictionCarla Maraisa é funcionária do senhor João Gustavo Dias, um incrível rapaz herdeiro da agência de modelos de seu pai. Por mais que o trabalho e ser secretaria de um cara legal fosse bom, Maraisa já estava cansada de sua vida repetitiva e do dinheiro...