Capítulo 18

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Paris - França - 20:10 - Sexta feira.

Hoje passei o dia inteiro com Bruno, estávamos acertando os últimos detalhes da roupa que eu vou desfilar. Me tremi toda quando Bruno me informou que eu entraria com Marília. Me sinto mais segura, ela me passa confiança, mas ao mesmo tempo, tenho medo de fazer algo errado e fazer vergonha a mesma.

Sai para jantar com Bruno em um restaurante em frente a YSL, quando me lembrei de algo muito importante.

— Bruno, preciso ir!

— O que foi criatura? Termine o jantar!

— Já são 20:10, marquei com Marília. Beijo, beijo. Te amo, até amanhã.

Peguei minha bolsa e sai correndo daquele restaurante.

Merda, estou atrasada.

Nem cheguei a ver Marília hoje, ela não me mandou nenhuma mensagem, também não entrei em contato com ela. Será que ela esqueceu?

Duvido muito que ela tenha esquecido, Marília deve ter bloquinhos de anotações no cérebro.

Entrei na YSL, chamei o elevador, graças ao pai chegou rápido.

1° andar

2° andar

3° andar

— Bora, caramba!

Enfim cheguei no andar da sala de Marília, corri em direção a sala correta. Dei uma única batida, ouvi a voz dela mandando entrar. A secretária não estava mais em seu lugar, já deve ter ido embora.

Abri a porta, Marília estava sentada com a cabeça baixa, assinando alguns papéis, com óculos de leitura no rosto.

— Está atrasada 15 minutos, Maraisa!

Ela respondeu sem olhar para mim.

Fechei a porta, assim que fui andando até ela, tropecei no tapete e cai no chão de quatro. Levantei minha cabeça para Marília, ela me encarava atentamente.

— Você está bem?

— Am... Por que você mandou colocar esse maldito tapete? Ele não existia antes!

Levantei do chão, ajeitei minha saia.

— Se machucou? Ele sempre existiu, querida.

— Não... Estou bem, não machuquei.

— Venha até aqui.

Acho que estou travada, Marília estava sentada, calça de alfaiataria preta, não usava blazer, apenas a camisa social branca, arregaçada até quase a altura dos cotovelos, o cabelo estava preso em um coque bagunçado e a pulseira de ouro chamava atenção, assim como muitos anéis que tinham em seus dedos.

— Carla, você me ouviu?

— Marília, eu...

Ela tirou o óculos de descanso que usava e deixou sobre a mesa, afastou a cadeira de rodinhas para trás, e levantou, logo caminhando em minha direção.

Dei alguns passos para trás, até minha coluna colidir com a porta.

Marília parou no meio do caminho.

— Está realmente tudo bem? Está com medo de mim?

— Não... Eu acho que só estou nervosa, com vergonha e... – Respirei fundo. — Excitada. – Disse a última palavra quase em sussurro.

Baixei minha cabeça, notei Marília voltando a andar, ela parou na minha frente, levantou meu queixo, me fazendo olhar para ela.

— Não sinta vergonha de mim, jamais sinta, quero que compartilhe seus desejos, pensamentos, medos, angústias, dias ruins e bons comigo. Quero construir um relacionamento com você, por isso te dei minha confiança e estou tentando conquistar a sua.

In Paris | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora