Capítulo 10

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Paris - França - 20:52 - Segunda feira.

Vesti um curto vestido preto colado, saltos, deixei meu cabelo solto feito uma cascata. E passei o perfume caro que ganhei. O cheiro dessa fragrância da para ser sentindo a km/s de distância.

Desci as escadas e dei um pulo de susto quando vi Marília sentada na sala. Ela estava com as pernas cruzadas, calça moletom, descalça, um top na parte de cima, um copo com algo que ouso dizer ser whisky.

‐ Deixaram essas flores para você, com meu segurança, Maraisa.

Olhei para a bancada, tinha realmente um buquê de rosas vermelhas, o cartão estava entre elas.

Peguei e abri rapidamente. Não é possível que essa mulher já sabe que estou em Paris e pior, o endereço de Marília Mendonça.

"Novos ares, velhos costumes. Curta Paris, querida, eu te queria em meus braços, para desfrutarmos juntas dessa cidade encantadora. Ah, Maraisa, gostaria que você fosse minha, para que eu pudesse descontar em sexo, cada vez que me desobedecer, te jogaria contra uma parede e te chuparia até que você se derramasse na minha boca."

M.M

Engoli em seco quando acabei de ler a carta. Olhei para Marília, ela me encarava atentamente.

- É... Bruno já chegou, você realmente não quer ir? - Guardei a foto e a carta no envelope, e enfiei na minha bolsa.

Marília tomou um pouco da bebida, ainda me encarando. Mordi meu lábio e aproximei minhas pernas fazendo pressão de uma coxa na outra. Essa mulher me excita com essa cara de quem quer me matar.

Tremi ainda mais quando ela levantou, e deixou o copo sobre a mesinha, a luz estava baixa, Marília andava até mim descalça, com aquela calça folgada da cor cinza e com um top na parte de cima, me dando visão da sua barriga bem definida.

Estava estática, meu coração errou uma batida quando ela parou na minha frente, com um único dedo colocou para trás meus cabelos que caiam sobre os ombros.

- Lamar irar te acompanhar. Sem gracinhas, Carla.

Observei Marília se afastar e subir as escadas para o andar de cima.

Resolvi não me abalar com as palavras, roupas, ou qualquer coisa que tenha acontecido ali, segui meu rumo. Sai de casa e entrei no carro de Bruno. Observei pelo retrovisor, Lamar entrando no sedan preto da emburradinha.

- Menina, não imaginei que você desafiava Marília tanto assim. Eu amei!

Ri com Bruno, amei que agora tenho uma dupla de afronte. Ele é tão audacioso, e caga pro poder de Marília, tanto quanto eu.

- Você é amigo de Marília a muito tempo?

- Marília é o amor da minha vida, eu amo essa mulher com tudo de verdadeiro que existe dentro de mim. Moramos juntos nos EUA, cursei design de moda com ela. Passei muitos perrengue com essa mulher. Fome. Frio. Noites sem dormir, pois tínhamos que trabalhar durante o dia, e a noite tinha que estudar. Fomos expulsos de diversos apartamentos porque não pagamos o aluguel, trabalhamos até limpando banheiro. Nossas roupas eram super velhas, e isso era péssimo para nossa imagem, pois estávamos cursando moda e não existia moda alguma sobre nossos corpos. Quando ela entrou para a Saint Laurent, rapidamente me contratou para ser seu braço direito e esquerdo.

Amei que enquanto Marília falou poucas palavras, Bruno me passou o dossiê com apenas uma pergunta.

- Realmente não fazia ideia disso. Marília é bem reservada.

- A vida a deixou assim. Ela apanhou muito para ser o que é hoje. Foi muito tapa na cara e portas fechadas.

- E como ela foi parar na Saint Laurent?

- Acho que a insistência. Marília da a cara a tapa quando quer algo, ela não é de desistir dos seus objetivos.

Bruno encostou o carro em um estacionamento, o som alto da balada dava pra ouvir do lado de fora.

- Dia de se divertir, Maraisa, e de pegar muitos homens bonitos. Vem!

O homem desceu já empolgado rebolando, sabia que essa figura era gay.

Não chegamos a pegar fila, entramos direto, e ele já foi me puxando para o bar e pedindo duas doses de tequila. Maraisa e tequila não vai dar certo.

- Vira isso aqui, gata!

Ele me entregou um copinho com a bebida, realmente virei, o álcool desceu rasgando e queimando tudo.

- Negócio forte, Bruno.

Meus olhos chegaram a lacrimejar.

- É a melhor, super apurada, cinco doses dessa e tu tira a roupa no pole dance.

- Acho que meu limite é quatro então.

- Vem, vem, vamos dançar.

Bruno me puxou pela mão, vi Lamar parado ao fundo e comecei a rir, terno totalmente preto, óculos escuro no rosto, postura ereta com as mãos para frente, e um comunicador no ouvido. Aí, Jesus Cristo, será que esse comunicador faz ele entrar em contato direto com Marília?

Comecei a dançar com Bruno, o homem realmente era divertido, ele dançava tanto que faria inveja a muitas mulheres, Bruno chamava a atenção.

- Acho que preciso de outra dose daquela. - Falei para ele.

- Cuidado, não exagere na bebida. É capaz de Marília me matar amanhã se você ficar bêbada.

Fui até o bar, pedi outra dose e virei, depois mais uma. Meu mundo deu uma rodada na terceira dose. É realmente forte.

- Mais uma, moço!

O barman encheu outro copinho, fiz uma careta para a bebida e virei. Quatro doses apenas, não quero tirar minha roupa no meio de uma balada. É capaz que eu perca o emprego que nem consegui.

O que Marília faria, se eu tirasse a roupa em um pole dance? Bom, é melhor não descobrir.

Voltei para a pista de dança, encontrei Bruno beijando um cara, esse homem não perde tempo mesmo.

Senti um corpo rebolando na minha bunda, olhei para trás, era um cara estranho. Ele segurou minha cintura e me puxou para ainda mais próximo.

- Não quero, me larga!

- Vamos dançar, gatinha, só uma dança...

- Não quero, filho da puta, me larga!

Me debati no homem, e nada dele me soltar.

Até que Lamar apareceu e afastou o homem de mim com uma única mão, e segurou meu braço com força.

- Vamos embora, garota Maraisa!

- Ela está comigo, porra!

O homem quis partir pra cima de Lamar, que por vez me escondeu em suas costas e segurou o homem pelo pescoço.

- Caí fora, muleque, você não ouviu ela dizendo não? Cresce, seu ruma de merda.

Lamar soltou o menino, segurou meu braço e saiu me puxando.

- Lamar, me segura, acho que vou desmaiar...

Senti meu mundo rodando, fui fechando os olhos e caindo mole em seus braços.

In Paris | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora