Paris - França - 20:28 - terça feira.
Marília é uma covarde, naquele almoço ela tinha recuperado seu autocontrole, estava com a cara fechada. Bruno também almoçou com nós duas, ele gosta realmente de irritar a amiga, vez ou outra o homem puxava assunto comigo sobre a balada, até chegou a me convidar para ir novamente. Marília quase matou o pobre rapaz com a resposta.
A noite, quando chegamos em casa tinha novamente um buquê de flores.
— Quem te manda flores todos os dias? – Disse ela, enquanto tirava o blazer e encarava minhas flores.
Marília jogou o blazer sobre o sofá, caminhou até as flores enquanto arregaçava as mangas da camisa. Ela pegou o envelope entre as flores para me entregar. Foi então que eu notei algo, o anel que Marília usava.
Não é possível!
M.M - Marília Mendonça
As mãos idênticas, grandes, finas, sempre com anéis caríssimos.
As roupas de marca.
A ousadia.
Sempre me repreendendo por andar de saltos.
As flores, logo após o esbarrão.
Maraisa, você é tão burra, estava na cara todo esse tempo.
— É você!
Marília franziu o cenho e me encarou.
— Sou eu?
— Você me manda flores todos os dias!
Ela levantou uma sobrancelha e sorriu de lado.
— Não sei do que você está falando, querida.
Ela já ia saindo de perto de mim, eu a puxei pela mão em um gesto brusco. Marília rapidamente revidou, segurou meus dois pulsos, me empurrou até minhas costas colidir com a parede, mantinha meus braços erguidos acima da minha cabeça. Enquanto me encarava profundamente, com o rosto a centímetros do meu.
— O que você pensa que está fazendo? – Ela falou sério, os olhos pareciam querer sair faíscas, a respiração estava alterada. Os olhos castanhos estavam quase cinzas delatados.
— Olhe nos meus olhos e diga que não era você! Que não é você quem está me desejando desde que esbarrei em você no banco, ou talvez depois que me viu nua na minha varanda!
— Não tente me imaginar, Carla Maraisa, ou bater de frente comigo. Entendeu?
Engoli em seco, mas concordei. Merda, é ela, é realmente ela. Marília Mendonça é minha admiradora secreta.
Marília me soltou, saiu do meu campo de visão. Acho que em direção a cozinha.
Estou morando junto com meu leão, ou leoa, e o mais inacreditável, é que eu não vejo a hora de me tornar a presa.
Será que ela vai começar a me provocar? Agora sabendo que eu sei que é ela? Estou queimando de desejo, apenas de imaginar que essa mulher me quer, ela me deseja desde que botou os olhos em mim.
Mandei minha heterosexualidade ir passear, quero ser dela, quero que ela me jogue em uma cama e me faça dela, assim como a própria escreveu que faria em cada maldito cartão que me enviou.
— Senhorita Pereira, o jantar será servido. – Disse a governanta da casa.
— Obrigada, Lea, já estou indo.
Tentei me recompor e fui para a cozinha. Me surpreendi ao ver Marília sentada para jantar comigo. Respirei fundo, puxei uma cadeira e me sentei ao lado dela, podia me sentar na cadeira a frente, mas fiz questão de sentar bem ao lado.
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In Paris | Malila.
FanfictionCarla Maraisa é funcionária do senhor João Gustavo Dias, um incrível rapaz herdeiro da agência de modelos de seu pai. Por mais que o trabalho e ser secretaria de um cara legal fosse bom, Maraisa já estava cansada de sua vida repetitiva e do dinheiro...