Capítulo 8

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Goiânia - Brasil - 19:35 - Sábado.

Vesti uma roupa confortável para viagem, mas resolvi de última hora colocar um salto, estou nem aí se vou viajar, vou sentada, não vou correndo. Estava agarrada no sofá com Maiara e Lauana em um grande abraço.

— Isa, promete que vai ligar todos os dias, bebê? Nunca ficou longe das suas duas mamães.

— Prometo, Mai...

— Promete que vai pegar a Marília? – Disse Lauana.

Comecei a rir, Lauana não para de falar isso, bem que eu queria mesmo.

Ouvi a campainha tocar, deve ser ela. Meu coração deu um pequeno surto. Vou passar uma semana na companhia de Marília. Teste pra cardíaco.

Engoli em seco, levantei e abri a porta, dando de cara com ela.

Marília não estava de terninho, eu estranhei, mas foi interessante vê-la com roupas mais casuais. Calça de um tecido grosso vermelha, blusa de mangas longas, cabelo em um coque, máscara e óculos de grau. Uma das mãos no bolso, como sempre.

— Boa noite, senhorita Pereira.

— Boa noite, Marília. Você poderia cortar esse senhorita Pereira e me chamar de Maraisa?

— Como queira.

Puxei minha mala, mas logo Marília tomou ela das minhas mãos. E desceu os olhos até meus pés.

— Você vai viajar, não tinha um tênis para colocar no pé?

— Gosto de estar de salto.

— Volte até seu quarto, tire o salto e coloque um tênis, Maraisa.

— Marília!

— Agora!

Bati meu pé no chão emburrada, mas entrei e fui até meu quarto.

— O que foi? – Disse Lauana vindo atrás de mim.

— Essa maldita mulher mandona!

Tirei meu salto, coloquei uma meia no pé e calcei um tênis qualquer.

— Garotinha obediente...

Lauana me zombou, mostrei o dedo do meio pra ela e voltei para a sala.

— Pronto, podemos ir agora?

Marília estava conversando com Maiara, olhou para meus pés e balançou a cabeça uma única vez em afirmação.

— Até mais, senhorita Henrique. É um prazer, senhorita Prado. – Marília mesmo abriu a porta e ficou segurando. — Vamos, Maraisa Pereira?

Marília apontou com a mão para que eu andasse na frente. Dei um último abraço em Lauana e Maiara, sai do apartamento e a própria Marília fechou a porta.

Andei até o elevador ainda emburrada. Os olhos dela não saiam de mim. Estava Marília encostada nas paredes de aço do elevador, uma perna passada sobre a outra, com uma mão segurando minha mala e a outra sempre nesse maldito bolso. Parece que não quer que essas mãos fique expostas.

O elevador chegou ao térreo, sai andando sozinha sem esperar por ela. Vi o carro estacionado, o motorista rapidamente abriu a porta e eu entrei. Logo Marília também entrou.

— Está fazendo charme, pois pedi que você tirasse o salto?

— Você não pediu, você mandou!

— Sim, querida, eu mandei e ótimo que você obedeceu, mesmo batendo o pé. Se você fosse minha namorada e batesse o pé no chão, após uma ordem minha, da mesma forma que fez hoje, você se arrependeria, Carla.

In Paris | Malila.Onde histórias criam vida. Descubra agora