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Carolina Marzin.

- Você precisa de uma bebida, amiga! É disso que você precisa. Por quê não vamos à um bar este fim de semana?

- Ai, Babi... eu gostaria, mas tenho tanta coisa a se fazer. Aquele homem não me deixa em paz.

- É... estou vendo. Eu não imaginava que empresários podiam ser tão babacas assim.

- Nem eu, acredita? Mas pelo menos vou estar ganhando bem.

- E merecido! Porque depois das coisas que você me contou, cada dia naquele lugar deve ser difícil.

- E é. Muito. É como exercitar a paciência, mas andei reagindo com ele. Não tem outro jeito, Babi, eu preciso falar. Não aguento ser humilhada em silêncio.

- Eu também não aguentaria. Mas estou com você. E é por isso que você precisa respirar um ar e beber! Nem que seja um pouquinho, e a gente não precisa ficar até mais tarde.

- Amiga, eu sei que quando você diz isso acaba sempre sendo uma mentira. Mas vou ver. Quando seria?

- Sexta-feira, o que acha?

- Hummm... depois do trabalho. Acho que poderia ser, mesmo.

- Tudo bem então.

- Espera... eu sei que tem alguma coisa por trás disso, Babi. Você nunca me convida pra ir para bares ou qualquer outro lugar. Sou eu quem convido, até porque você gosta de ficar com o Bruno na maior parte das vezes. O que está tramando, em?

Um longo silêncio se estende celular.

- Bem, então...

- Fala logo.

- Promete que não vai ficar brava? - Respiro fundo.

- Não me faz prometer isso, Babi... mas vou tentar te compreender dependendo do que for.

- Tá bom. Bem, então... Bruno iria sair com um amigo esta sexta-feira e acabou esquecendo do compromisso. Ele e eu combinamos de sair essa sexta e ele se esqueceu que tinha combinado o mesmo com um melhor amigo dele, então para que ele não se sentisse sozinho e ficasse de vela... bem, eu meio que prometi antecipadamente que levaria uma amiga. - Arregalo os olhos.

- Bárbara!

- Me desculpa! Mas agora que sei que você pode ir, por que não? Está na hora de conhecer homens, Carol, e faz muito tempo que você não se relaciona com ninguém.

- Sim, você tem razão... mas agora não é a melhor hora. Meu estágio ocupa quase a maior parte do meu tempo. Mal consigo falar mais tanto com você, já parou para perceber?

- Bem, sim, mas... mesmo assim acho que dá para abrir uma janela. Ele é muito simpático e um doce de pessoa, você vai amar ele.

- Tá, mas esse nem é o maior dos problemas. - Suspiro e avisto a empresa de longe. - E se ele não gostar de mim?

- Se ele... ah, Carol! Por favor, que homem não gostaria de você?

- Bem, tem uma razão para a qual todos os meus outros relacionamentos não deram certo.

- Em todas as situações foram homens escrotos.

É, ela tem razão. Acho que sempre fui azarada nesse quesito do amor. Penso mais um pouco e subo as escadas da frente da Factory.

- Tudo bem, eu vou. Mas não na intenção de rolar mais alguma coisa a não ser amizade. Vou estar saindo por você, e não pelo amigo do seu namorado. E talvez eu conheça um pouco ele.

Dear Boss | Volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora