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Levanto tonto e duro feito um aço dolorido entre as pernas que implora por atenção... e quando ela abre os olhos e começa a me beijar novamente, quase cedo. Quase. A tontura me atinge como uma névoa de desejo que não me deixa pensar ou sequer raciocinar, mas procuro dentro de mim o último fiapo de autocontrole quase inexistente.

- Carol... Carolina. - Descolo meus lábios do dela. - Linda, eu...

- Quero mais, Arthur... eu quero mais. - Solto algo parecido com um gemido e um rosnado quando ela começa a beijar meu pescoço, e seus lábios quentes e molhados em minha pele pegam todas as terminações nervosas em meu corpo e lançam ondas de calor por toda a parte. Amoleço em sua boca e meu sangue circula lentamente, deixando tudo uma tortura. Minhas pernas enfraquecem e o ar parece pesar dez camadas difíceis de puxar.

- Carol... não faça isso...

- Por que não? Você fez comigo, eu... eu quero fazer com você. - Fecho os olhos, sentindo meu corpo ainda circulando sangue vivo e quente entre minhas veias, o calor que não saiu e a dureza insuportável entre minhas pernas se intensificando. Quero que ela faça tudo comigo. De tudo. Quero que faça de tudo e mais e mais e muito mais, porra. É só o que quero. Não fazer isto agora é algo insuportável. Quero levá-la para casa e dizer letra por letra de meu nome para que ela fique ciente de quem pertence. Quero fazer coisas... tantas coisas... mas...

- Não posso. Não posso, eu já... fiz besteira o suficiente, Carol.

Ela dá um leve franzir de sobrancelha, e pressinto algo chegando.

- Bes... teira?

- Sim.

- Quer dizer que achou que isso foi uma besteira?

- Não, não iss...

- Não! Não precisa falar mais nada. Eu já entendi. - Meu coração dói quando ela retira os braços de mim, e ainda estou imerso em tudo que fiz com ela enquanto vejo a cena e o mundo se desfazendo ao meu redor. Tudo rapidamente invertendo a situação apenas pelas poucas palavras que pronunciei.

Sinto-me um otário. Sinto-me em um transe enquanto vejo-a se afastando. Saindo de perto de mim. Sinto como se houvesse sido abandonado. Seu calor se distancia e só quero mantê-la contra meu corpo, mas ela se afasta e tudo que sinto é o frio se apossando de meus ossos. Tudo que sinto é vontade de socar a mim mesmo.

Meu corpo se revira em um protesto contra a distância dela, e quando vejo um lacrimejar surgindo em seus olhos lindos e claros solto um ofego. Porra. Não. Estou a fazendo chorar. Por favor...

- Carolina...

- Não venha atrás de mim!

Vou atrás dela.

- Carolina, por favor, me escute...

Alguém aparece em sua frente. E quando vejo quem é minha preocupação dá lugar à raiva. Ou melhor, complementa o misto de sensações que agora pressionam meu peito.

- Perdão, atrapalhei algo? - Samuel olha para Carolina, que não disfarça ao limpar o que parecem ser lágrimas em seus olhos. Meu peito estremece em uma dor e preocupação, porque fui o responsável por isto. Porra.

- N-não, claro que não! É... eu estava apenas discutindo algo com Ramos mas já estou voltando para a mesa, tudo bem? - Ela força um sorriso.

- Claro que sim, mas... eu já estou indo embora e na verdade iria lhe perguntar se gostaria de vir comigo. Estamos todos em clima de nos retirarmos por já ser tarde, mas... Poderíamos continuar conversando lá e... quem sabe fechar a noite com chave de ouro. - Ele sorri, e meus punhos ameaçam se fechar com a malícia se estendendo nos traços desta porra de sorriso.

Dear Boss | Volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora