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Assim que chego na cafeteria, vejo Babi sentada em uma das mesinhas de dentro e ando até ela meio apressada, ansiosa para tentar entender o que ela tem. Percebo que a expressão dela não é uma das melhores, e isso me preocupa... ela parece não ter dormido por várias horas e ter algo lhe perturbando que não entendo o que é.

Minha preocupação só aumenta quando me sento à sua frente, e ela força um sorriso. Na maioria das vezes nunca vejo Babi forçando um sorriso.

- Oi.

- Oi, o que aconteceu? Por quê você está assim? Foi alguma coisa do emprego? - Não consigo me conter e saio perguntando.

- Não, não tem nada a ver com o emprego. - Ela desvia os olhos de mim para os dois copos de café que está segurando, depois me entrega um. Sorrio.

- Obrigada.

- De nada. - Ela suspira. - Eu não sei como te falo isso, Carol. Você vai me achar tão sem noção...

- O quê? Pare com isso, eu não vou te achar sem noção! Não importa o que você me diga eu sempre vou tentar entender o seu lado. Você é minha melhor amiga, Babi. Eu sempre vou estar com você independentemente da situação. Mas você está me preocupando... é algo tão grave assim? Por que não me diz logo?

- Para mim é. E acho que você também vai achar grave.

- Então me fale... estou aqui com você, tudo bem? Não vou lhe julgar e você sabe que pode contar tudo para mim que vou tentar te entender.

- Não acho que é fácil me entender em uma situação dessas. Acho mais é que você vai sentir nojo de mim.

- Babi... eu não vou sentir nojo de você. Confia em mim...

- É que não é tão fácil assim te dizer isso. Nem eu tô acreditando que fiz isso, na realidade, e me sinto tão mal... Ai, Carol, quero me matar... - Arregalo os olhos e pego suas mãos em cima da mesa, de supetão.

- Quê isso, Babi! Para de falar essas coisas! E me diz logo porque quanto mais você não me fala, mais preocupada eu fico. Nunca te vi assim e nem gosto de ver, porque não é a Babi sorridente que estou vendo. O que aconteceu? Ontem você estava tão animada, não consigo imaginar o que pode ter acontecido em tão pouco tempo...

- É, mas o pior é que aconteceu. No mesmo dia, inclusive, e na festa mesmo... não sei nem como eu começo, Carol. Mas mesmo assim queria que você me visse falar para você pessoalmente, porque não acho que digo uma coisa dessas por mensagem, por mais envergonhada de mim mesma que eu esteja agora. E você é a primeira pessoa que eu estou contando, então...

- Babi, vai dar tudo certo. Juro! É só me falar.

Ela suspira tremulamente e fecha os olhos. Se passa uns segundos, e em cada um deles minha preocupação vai aumentando mais e minhas paranoias se remexem mais dentro da minha cabeça. Até que ela fala... fala de uma vez.

- Traí o Bruno.

Meus olhos se arregalam um pouco com a confissão dela, e fico chocada por alguns instantes e sem saber o que pensar a não ser em repetir o que ela acabou de me falar na minha cabeça. Fico com a respiração meio presa dentro do peito. Bárbara... traiu o namorado dela?! O que ela tem desde o ensino colegial e compartilhou basicamente todos os momentos da vida dela com ele?

Não consigo acreditar... mas é claro que não a culpo diretamente. Apenas fico chocada, ainda mais por ela ser quem traiu e não o contrário. O que será que a fez fazer isso?

- Meu Deus, Babi... mas por quê?

- Eu não sei, Carol. - Ela balança a cabeça e vejo seus olhos lacrimejarem, com um peso enorme dentro deles de arrependimento e vergonha. - Não sei por que fiz isso, mas não é só a única coisa que eu tenho para contar. Acho que se eu for retirar o curativo de uma vez, tenho que lhe contar tudo. Além de eu ter traído ele, não foi com qualquer homem. Foi com... o Victor.

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⏰ Última atualização: Jun 05, 2024 ⏰

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Dear Boss | Volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora