- Carolina!
- Para de me seguir, Arthur!
Eu não paro. Ela continua andando a passos largos, até que caímos do lado de fora do bar e eu envolvo seu pulso com a mão, impedindo-a de continuar andando.
- Carol, o que foi?
Ela se vira de supetão, e imediatamente fico excitado quando ela vem se aproximando em cima dos saltos, me encurrala na parede e põem um dedo em meu peito com os olhos claros cobertos de raiva:
- O que foi? Vou dizer o que foi! O que foi foi você, Arthur! Você! Não me deixa em paz nem mesmo fora do trabalho e ainda acha que tem o direito de agir como se não me esculachasse no dia a dia e me tratasse como um pedaço de lixo, ainda acha que tem o direito de estragar todas as minhas chances com outro homem! Que saco! Por que você está aqui? Por que não me ignorou e seguiu seu rumo se me odeia tanto assim? Se sou irritante? Não pode simplesmente facilitar as coisas? Minha vida não nem nada a ver com você, então por que não pode deixar para me irritar quando passo pelas portas da empresa? Se não quer que eu lembre do que aconteceu como se pudesse acontecer de novo por que continua se intrometendo?
- Porque eu não consigo não me intrometer, porra! - Explodo. - Ainda não percebeu que perdi a cabeça? Que sempre perco a cabeça e o controle quando se trata de você? Olha que porra que eu fiz, quase meti a porrada naquele filho da puta dando em cima de você! Não falei que ninguém deveria tocar no que não o pertence? Não deixei isso claro para você hoje? Você vem com esse cabelo e esses olhos e essa porra dessa boca e acha que não fode com a minha cabeça? Acha que não me consome cada vez mais? Acha que não fodeu completamente comigo com aquele beijo? Não consigo esquecer, porra! Não consigo!
- E nem eu!
- Nem você? Nem você, Carolina? Então diga por que saiu com alguém no mesmo dia que te beijei. - Deslizo os olhos até seus lábios e meu corpo se enche de calor, cada músculo meu retesando e estremecendo e passando a implorar por essa boca na minha novamente, o ar se tornando abrasador e parecendo ter a porra de uma camada difícil de respirar. Meu corpo ouriça e é coberto de um desejo tão intenso que não consigo controlar. Meus olhos e cada nervo dentro de mim são como os órgãos de um predador instruindo-o a se moverem em direção à presa. A esta presa que uma vez provei e jamais serei capaz de esquecer. De esquecer seu gosto. O gosto que agora poderia... que não deveria, mas precisa estar no meu. Necessidade abre meu estômago e abraça meu peito em vontades incontroláveis. Suas respirações e ofegos baixinhos, seus lábios mergulhando-se no meu e seu corpo colado contra mim... eu quero mais. Porra, muito mais. - Diga por que saiu com alguém no mesmo dia que me beijou, que gemeu na minha boca e se desfez na minha mão. No mesmo dia em que não deixou que ninguém lhe tocasse além de mim.
- Por que será, Arthur? - Ela ofega, tentando manter a expressão brava mas agora saindo mais como uma emburrada: - Porque primeiro que esse encontro já tava marcado e nem foi do meu consentimento, foi só pro Samuel não ficar de vela pra Babi e o namorado dela e segundo que, eu só mantive o encontro porque sabia que você ia fazer de tudo pra esquecer do beijo, e continuar me tratando feito um capacho. - Observo seu peito subindo e descendo, seus olhos cobertos de um tom de verde escuro e cheios de algo que me tira o fôlego. Os cabelos espalhados sob os ombros em fios loiros e os lábios avermelhados, o vestido moldado em seu corpo cheio de curvas e os dois saltos altos que a deixam alta e mais deliciosa do que já é. Meu coração bate feito um martelo descontrolado e sou apenas um pedaço de pele mole e completamente desnorteado, minhas mãos implorando para tocá-la em todos os lugares e meu corpo clamando, clamando para ter o seu no meu novamente. Preciso... eu preciso de mais. De novo.
- De uma coisa você está certa. - Murmuro. Minha voz é torturada. Implorativa.
- No quê? - Ela sussurra baixinho, e o som quase faz meu interior dissolver. Dou um passo à frente, e minha visão se embaça de desejo e meus pensamentos parecem uma névoa que me deixam embriagado. Embriagado por ela. Somente com a capacidade de me aproximar e querer mais. De fazer-me estar tendo uma crise de abstinência diante da droga que não tenho em meus lábios. Que não tenho em minhas mãos mas que quero ter de novo, e cada vez que me aproximo mais sinto meu descontrole aumentar e me alastrar. - No... no que eu estou certa, Arthur?

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Dear Boss | Volsher.
RomanceQuando Carolina Marzin consegue emprego em uma grande empresa renomada, ela acha que sua vida está ganha. Afinal, a chance de alavancar em uma carreira fazendo aquilo que ama é enorme. Mas, quando conhece o dono da empresa, um homem exigente e arrog...