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Arthur Ramos.

- Calma, cara! Você está apressado. - Victor exclama.

- Vamos logo com esta porra. Por que não ligou o carro ainda?

- Arthur, você está bem, mano? Desde quando está ansioso para ir à um bar?

Desde que beijei Carolina Marzin.

- Desde que preciso de uma bebida. - Respondo Mob.

- A semana foi cheia?

- Sim, exatamente isto. Agora vamos logo. Vocês já se atrasaram dez minutos do que combinaram para que saíssemos daqui.

- Temos um homem pronto para cair na farra aqui! - Comemora Victor. - Qual é o plano? Posso lhe apresentar para algumas garotas se quiser.

- Eu agradeceria, mas ainda estou pensando sobre isso.

No momento, quero apenas me afundar num balde de algo que contenha álcool e engoli-lo; ficar inconsciente para que ela não nebule meus pensamentos como fez pelo resto do dia, desde que inventei de defendê-la após a reunião caótica com Gabriel Lessa e me aproximei demais, cheguei perto demais, fui longe demais.

Não suportei a possessividade e a raiva que estava guardando assim que o vi olhando para ela com segundas intenções, e estive próximo de cometer uma atrocidade equivalente à anos de cadeia quando o vi falando todas aquelas porras a respeito de Carol.

Como se ela fosse... minha. Apenas minha. De mais ninguém.

Agora seu gosto não sai de mim, e parece ter se gravado como a mais permanente das canetas para nunca mais sair de dentro de meus pensamentos, meus sentidos, minha necessidade e meus desejos tão intensos que chegam a doer. Corroer meus ossos; corromper cada pedaço dos meus órgãos com a sensação da maciez e o gosto dos lábios dela.

Quase caio com o pescoço para trás do banco do carro. Ainda sinto o mesmo calor devastador que seus lábios provocaram em meu corpo, tão doces e do gosto mais gostoso do mundo, do tipo que imploraria para saborear todos os dias. Mais saborosos que os vinhos mais caros e requintados deste mundo.

A lembrança do quando perdi o controle está em minha língua, e de repente tenho um devaneio da lembrança de sua cintura colada ao meu corpo e seus fios loiros esparramados entre meus dedos. Ela estava tão grudada à mim... selando as curvas de seu corpo no meu para me enlouquecer.

O som que saiu de seus lábios em um gemido... suas mãos em meu cabelo... puxando minha camisa e dando-me aquele beijo fodidamente gostoso na qual nunca gostaria de ter saído, e que meu corpo pareceu protestar em revolta por ter sido afastado do dela... estremeço, sentindo-me febril.

E não preciso comentar da dureza insuportável da qual meu pau piorou. Mesmo horas depois do ocorrido, ele ainda está duro. Eu deveria saber que seria assim. Deveria ter evitado. Porque agora, temo nunca mais conseguir esquecer-me de sua pele colada à minha e seus lábios sendo devorados pelos meus.

Há aqueles que digam que é um alívio quando se beija a pessoa desejada. Mas Carolina? Carolina me traz agonia. Porque quero mais. Como um ciclo interminável de necessidade e desejo, que falam mais alto que qualquer outra coisa dentro de mim.

Seus lábios são o mais caótico dos vícios, e eu caí nesta perdição e não consigo deixar de querer cair mais.

Talvez Victor tenha razão. Talvez ele devesse me apresentar mulheres. Se já quebrei minha promessa, que mal fará quebrar novamente? Carolina é perigosa demais. Talvez eu devesse desviar-me de seu caminho. Talvez devesse interessar-me em outra mulher.

Dear Boss | Volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora