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Carolina Marzin.

No dia de hoje, acordo mais animada que o normal.

Sei que no momento em que pisar meus pés na empresa serei atacada com um balde de água fria vindo do Sr. Ramos, mas ter sido chamada de alguém grande potencial, e finalmente ter sido reconhecida por tanto tempo depois de ser tratada como um nada, realmente contribuiu para que eu acordasse bem esta manhã.

Resolvo modificar o visual de sempre e colocar uma calça jeans de cintura baixa, e me dirijo para a saída de casa com uma bolsa na mão onde estão todos os trabalhos, no qual passei a noite inteira fazendo e pensando... nele.

Não sei o que está acontecendo comigo, mas fiquei relembrando de todos os acontecimentos de ontem com Arthur.

Não consegui parar de pensar nele, mesmo sabendo que é errado... Seu corpo prensado no meu, seus olhos me observando de cima para baixo quando estive agachada diante dele, com aqueles castanhos tão escuros e profundos...

Toda a vez que fechava meus olhos eles vinham, juntamente à lembrança de seus lábios próximos aos meus e o cheiro que quero sentir hoje de novo. Ele tem cheiro de ervas místicas, e eu só queria guardar o aroma dele num potinho para ficar sentindo mais tarde.

Respiro fundo. Estou preocupada que eu esteja nutrindo alguma coisa que não pode acontecer com meu chefe. Fecho minha casa e me preparo para pegar mais um táxi. Comprei este lugar quando estava no meio da faculdade, portanto não é aquelas coisas mas é o suficiente para me manter.

Gosto muito de minha casinha humilde.

Saio para procurar um táxi na calçada e assim que o pego e chego na Factory, cumprimento Milena e Thaiga e vou para minha mesa para me afundar novamente aos novos compromissos que surgiram.

Estou imprimindo alguns papéis quando vejo Sr. Ramos chegando um pouco mais tarde que o normal. Ele desliza os olhos para minha direção e meu corpo ferve com a intensidade de seu olhar, que eu não esperava da parte dele e me faz ofegar como se o ar tivesse sido tirado dos meus pulmões.

Ele está lindo como sempre, mas parece que tem alguma coisa diferente nos olhos dele dessa vez. Ele me olha com uma intensidade misturada à uma... fragilidade, talvez? Como se ele estivesse fraco, exposto ou alguém tivesse acabado um pouco com a presença exigente invisível que seus ombros exibiam.

Meu corpo parece febril conforme ele vai se aproximando, com os lábios um pouquinho entreabertos, e espero que ele não perceba que agora eu puxo o ar com um pouquinho mais de força para sentir o cheiro dele...

Eu queria tanto não só saber o cheiro... qual será o gosto da pele dele?

Meu estômago lança ondas quentes por cada lugarzinho do meu corpo e eu disfarço um mordiscar de lábios quando olho para os ombros longos, o pescoço e a mandíbula rígida... tão viril e masculino, de um jeito tão dele...

E quando fixo os olhos em cada botãozinho do terno dele, tenho visões completamente erradas de eu jogando essa coisa para o outro lado do escritório dele, e me agachando sem ser para limpar manchas de café, e...

Pá. Ele bate um papel em cima do balcão em frente à minha mesa. Olho para ele.

- O que foi?

- Veja com seus próprios olhos.

Levanto e pego o papelzinho. E meus olhos se arregalam quando vejo a enorme descrição de "danificação de meios pessoais em ambiente de trabalho".

Dear Boss | Volsher.Onde histórias criam vida. Descubra agora