e p í l o g o

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Beatriz Reis

— Vai tomar no meio do teu rego! — A criança na minha frente com os olhos do capeta e os cabelos cacheados dos anjos xingou.

— Só porque você não disse "cu" dessa vez para o tio Harry, não torna a situação menos feia. — Repreendi e a criança se virou pra mim igual um Pinscher.

— Agora é a hora que você corre. — O Leonardo falou baixinho no meu ouvido rindo e eu me virei pra ele com ódio.

— EU QUERO A MINHA MÃE! — Gritou com lágrimas nos olhos o garoto.

— EU QUERO A SUA MÃE TAMBÉM. — Gritei de volta em pânico.

— Ei! — O Leonardo olhou pra mim confuso apenas do sorriso divertido no seu rosto.

— A Liss é uma gostosa, temos que admitir. — Comentei e o Leonardo ergueu as sobrancelhas surpreso.

— Na frente da criança? Que feio... — O Harry negou a cabeça pra mim em reprovação.

— Oh, então ele pode falar "cu", mas eu não posso falar que a mãe dele é uma gostosa? — Argumentei ofendida.

— Ela é advogada, não espere ganhar essa discussão. — O Leonardo avisou o Harry.

— Não chama a minha mãe de gostosa, a única pessoa que pode chamar a minha mãe de gostosa é o meu pai! — O garoto quase gritou, afastando os cachos do seu rosto com o braço minúsculo.

Eu choraria de fofura com a cena se esse garoto não fosse o próprio diabo visitando a terra.

— Bom, o seu pai é um idiota. — Falei com um sorriso para o meu afilhado.

— Você mesmo não tem jeito com crianças. — O Harry negou com a cabeça.

— Eu queria ser a tia rica, onde eu errei? — Sussurrei me afundando na cadeira da cozinha.

O Leonardo passou o seu braço tatuado pelos meus ombros e fez carinho na minha bochecha com o dedo enquanto se virava pra mim.

— Você é a tia rica. — Lembrou e eu sorri.

— Sim, mas eu queria ser a tia rica e legal que o meu sobrinho adora igual uma deusa. — Falei.

— Oh, ele te adora. Nos natais. — Provocou o Leonardo e eu revirei os olhos.

— Se você é tão bom com crianças, por favor, pegue esse demônio e afogue na piscina. — Dei de ombros e o Leo abriu um sorriso angelical.

O Leonardo tirou o seu braço dos meus ombros e juntou as suas mãos, entrelaçando os dedos, enquanto se virava para a criança.

— Você quer brincar na piscina? — Sugeriu o Leonardo e a criança sorriu com todos os 5 dentes faltando na boca suja que tinha.

— Sim! — Levantou da cadeira se preparando pra correr.

O Leonardo levantou da mesa e caminhou com a criança. Eu arregalei os olhos e o meu queixo caiu.

— Eu tava brincando, Leo. — Avisei o meu namorado que apenas piscou pra mim igual um mafioso.

— Eu vou falar isso no tribunal também. — Falou alto enquanto saia da casa e se dirigia à piscina com o garoto.

Meu Melhor AmigoOnde histórias criam vida. Descubra agora