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POV YANNE
Como é cansativo esforçar-se para algo tão simples: acordar.
É imensurável o desgaste energético que é estar nessa situação que me encontro.
Há momentos que não me sinto totalmente presente, como se eu estivesse cochilando ㅡ ok, foi uma comparação bem esdrúxula ㅡ mas é isso, ouço e reconheço, porém as vezes me desligo.
Percebo que está diminuindo e foi graças a isso que consegui começar a esboçar reações que me eram solicitadas.
A angústia, o desespero, estão andando juntos e agora acompanhados de uma ansiedade sem igual.
Depois de ser presenteada com a presença do Félix ㅡ ironicamente falando ㅡ comecei a me sentir mais desperta, como se meu corpo estivesse sempre em alerta para o perigo.
Parecia que eu precisava de um choque de realidade como gatilho para reagir.
Mesmo quando não tem alguém me estimulando, busco me esforçar para conseguir.
Por isso que hoje, quando a doutora Lisa me perguntou se eu desejava continuar com o teste em outro momento, prontamente eu aceitei.
Não era que eu não quisesse permanecer tentando, mas queria que fosse sozinha, porque me entristecia ver expectativas alheias sendo frustradas, principalmente do amor da minha vida.
Eu sei o quanto Hope está sofrendo com toda essa nossa situação, eu também estou e muito.
Teve momentos em que eu senti vontade de desistir, me sinto encarcerada na minha própria mente. Às vezes ela está escura, outras tem cenas passando diante dos meus olhos, seja por sonhos ou frutos da minha imaginação, alimentada pela movimentação em meu quarto de hospital.
Porém, eu desisti da ideia de desistir exatamente quando Hoseok me prometeu com outras palavras, que jamais me abandonaria.
Por ele e pelo nosso filho eu preciso me esforçar mais, dessa vez tenho que ser extremista. Não vou aceitar o mediano, vai ser oito ou oitenta.
Acordar ou morrer de vez!
Depois que todos se retiraram, meu moreno ficou ao meu lado, percebi que em alguns momentos ele ria por causa de algum vídeo bobo que atenciosamente assistia em seu celular, oras pesquisava sobre bebês e seus cuidados compartilhando comigo seus novos aprendizados. Tinha momentos, como agora, que ele entregava um carinho leve e doce em minha mão.
Mas os meus preferidos, que eram mais raros, foram os selares que ele depositava em meus lábios ressecados.
Inclusive, gostaria de compartilhar com vocês que quando é a vez da Yuna ela passa hidratante labial em minha boca, ao que me parece ser de dez em dez minutos e embora eu fique grata pelo cuidado, fico agoniada com o excesso de produto.
Comecei a me sentir sonolenta de uma forma estranha, não ruim, aliás confortável. Nem sempre sentia que dormia de verdade, não sei se posso ao menos afirmar que eu dormia.
Ouvi que iriam administrar um medicamento que trata insônia, me assustei tanto quanto o pai do meu bebê, mas logo me acalmei quando veio a explicação da minha obstetra.
Deve ser por isso que sinto que vou ... que estou...
Olá...
Tem alguém aí? ㅡ ai que clichê ㅡ mas como eu poderia tentar chamar a atenção, nesse corredor de hospital mal iluminado?
Credo parece um filme de terror... e eu odeio esse tipo de filme.
Estava caminhando em um local que eu conhecia muito bem, corredores de hospitais, pareciam ser meus locais favoritos (só que não) já que vivo vindo para cá.
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PARA SEMPRE SUA - JH - [CONCLUÍDA]
FanfictionUma história de amor e tensão Yanne é uma bolsista brasileira na Universidade de Seul que precisa urgentemente de um emprego para conseguir se sustentar. Seu destino muda ao conhecer Jung Hoseok, o maior empresário e dançarino da Coreia do Sul, que...