Ketellyn 💖
Hoje faz um mês que voltei pra rocinha, me acostumei rápido com a rotina daqui. Uma correria gostosa sabe?! Eu amo agitação, fim do dia eu posso tá morta, mas no dia seguinte eu vou tá de pé preparada pra mais um dia. Meu avô falou com o dono do bar que ele frequenta e o seu João me chamou pra trabalhar aqui, trabalho de duas da tarde até às nove da noite, quinta, sexta, sábado e aos domingos.
Não tem nada melhor do que ganhar o seu próprio dinheiro, não é lá essas coisas o salário mas da pra sobreviver. Agora é só me organizar pra comprar minhas coisinhas de novo, meu celular, meus perfumes, roupas, sandálias, maquiagem
Comprar tudo já que o escroto do meu ex fez o favor de sumir com tudo, que ódio daquele filho da puta. Mas ele ainda vai pagar por tudo que me fez, a justiça de Deus não falha nunca.Ketellyn: Vó, eu tô indo trabalhar. - falei descendo as escadas.
Marta: Deus te abençoe, minha filha. E diga para seu avô vim pra casa, desde de manhã lá, parece que não tem casa. - assenti rindo e peguei meu caminho.
Essa semana a Miriã ligou minha vó, pedi pra ela não falar que eu estava na Rocinha, como eu sei que minha velhinha é fofoqueira eu fiz ela jurar por Deus. Ela não entendeu nada né, ficou me enchendo de perguntas e eu enrolando ela.
Cheguei e não tinha ninguém no bar além do meu avô que estava conversando com o seu João. Dei o recado da minha vó e fui pra trás do balcão, poucos minutos depois ele se despediu e meteu o pé. Fiquei observando as pessoas passar na rua até que vi uma amiga minha de infância passar cheia de sacola.
Lembro que a nossa amizade era de verdade mesmo, coisa de uma dormir na casa da outra e Miriã fazer amizade com a mãe dela por causa de nós duas. Quando fui embora daqui perdi o contato real com ela, um tempo atrás procurei ela no insta e segui, me seguiu de volta mas nem deve lembrar de mim.
Chegou uns clientes e eu fui atender, também não demoraram nada, pagaram a conta e foram embora. Sentei na frente do bar e fiquei olhando a vida alheia, do nada vem meu avô brincando com o povo na rua, esse homem não para em casa não.
Luizio: Sandrinha tá pra ganhar o neném e não tem ninguém pra ir pro hospital com ela, vai lá com ela Keke, eu falo com o João pra liberar você.
Ketellyn: Ele foi pra casa, chama ele lá. - meu avô saiu e voltou uns dez minutos depois acompanhado do seu João.
Ele me liberou e eu fui pra casa correndo trocar de roupa. Ricardo veio me buscar aqui em casa pra me levar pra casa da Sandrinha, cheguei lá ela já estava dentro do carro, entrei e o motorista guiou pra maternidade.
Chegamos no perinatal da Barra e eu não sentia mais a minha mão de tanto a Sandra apertar, de verdade mesmo, a cada contração que ela sentia, ela apertava ainda mais a minha mão. Levaram ela pra fazer o exame de toque e eu fiquei na recepção fazendo a ficha dela.
Era umas seis pra sete horas quando chegarmos no perinatal, Sandrinha só foi parir duas da madrugada, criança não queria nascer de jeito nenhum. Passei a madrugada em claro, não consegui pregar os olhos um minuto, uma larica da porra, café da manhã que me serviram não deu pra tampar nem o buraco do dente.
Sandra: Obrigada por ter vindo me acompanhar, se não fosse você eu ia ficar sozinha até minha cunhada chegar do trabalho.
Ketellyn: Por nada, prima. Família é pra isso, quando o outro precisar. - sorri fraco.
Desde que cheguei na Rocinha se eu vi a Sandra duas vezes foi muito, não sei nem quem é o pai do Zayan, mas no primeiro momento me prontifiquei a acompanhar ela porque a nossas histórias são parecidas, dividimos da mesma dor.
Continua...💖
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AUDAZ
Teen FictionSiga sem medo, faça você mesmo, amor. Basta acreditar, diga com fé o mundo vai ser melhor e amo minha vida