Capítulo 12

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      Eros tentava se acostumar com a luminosidade do dia. Por incrível que pareça, o sol deu um "bom dia" para Ingalo naquele dia. Estava exausta, feliz e triste. Era um misto de emoções. Encostava os dedos nos lábios tentando recordar da sensação da noite anterior, sorri sem querer. Só de lembrar estava com as bochechas queimando. Se colocou embaixo das cobertas, estava envergonhada. "O que deu em mim?" se perguntava.

      -O que você tem hoje? - Angelic pergunta se levantando do sofá. Eros não conseguia disfarçar a sua confusão mental. - Vai querer tomar café aqui?

      -Eu beijei Haures ontem à noite. - Eros sai de debaixo das cobertas e olha para a Guardal, que estava com as sobrancelhas arqueadas, como se estivesse confusa, mas não surpresa.

      -Uou...

      -Não fale isso, eu estou prestes a surtar agora. Não sei mais como agir. - Eros se levanta e fica andando de um lado para o outro do quarto.

      -Eros eu não sei se sou a melhor pessoa para explicar suas obrigações aqui, mas como amiga... Eu posso aconselhar que você seja sincera com ele e com você mesma.

      -Eu não sei mais o que eu quero. Eu estou confusa, envergonhada... Traí os interesses de Clévulos.

      -Eros, foi só um beijo, calma. - Angelic tenta confortar a amiga, mas Eros sabia que aquilo significava muito mais do que um beijo.

      -Tudo bem... Preciso conversar com Haures? Porque eu não sei se consigo.

      -Você vai ter que conseguir. - Uma batida na porta interrompe a conversa das duas. Eros arregala os olhos e começa a caminhar novamente pelo quarto, elas duas sabiam que o Harare estava ali. - Vá! - Angelic sussurra. - Ela corre para a janela, fazendo uma menção corporal de que iria se jogar. - Deixa disso, vá logo!

      -Eu vou matar você! - Eros cochicha com raiva. A Harere corre para a cama e se deita. - Pode entrar! - A porta se abre e Haures se revela.

      -Vou deixar vocês conversarem. - Angel se retira do quarto, fechando a porta e deixando os dois a sós.

      -Bom dia... - Ele parecia nervoso e Eros não conseguia disfarçar a sua tensão também. 

      Haures não conseguiu dormir pensando no que falaria quando encontrasse Eros novamente, temia que ela se afastasse dele, que tudo estaria arruinado por sua causa. Queria se explicar e ouvir o que Eros tinha  dizer.

      -Você pode ficar aqui por cinco minutos? Eu estou de pijama e nem escovei os dentes ainda. Seria falta de educação falar com você assim. - Ele afirma com a cabeça e vai se sentar no sofá enquanto Eros fazia sua higiene matinal.

      Haures visualizava os desenhos de Eros. Ele gostava daqueles desenhos. Alguns estavam coloridos com aquarela, inclusive o dele. Tinha mais de suas representações na parede, o Harare estava mais contente e seguro. Haviam sete, todos com uma margarida branca em algum lugar.

      -Acho que estou pronta. - Eros anuncia sua presença. Passara um pouco de batom nos lábios, Haures notara e sorri, mas a garota não retribui o sorriso, estava nervosa demais para simpatia.

      -Você não precisa ficar estranha comigo, Eros. Sou só eu, o Haures. Não quero forçar você a sentir uma coisa que não sente. Eu não estou pedindo que me escolha por causa de ontem, sei que existem razões diplomáticas para Lupércio ser o seu escolhido, combinamos isso quando nos conhecemos. - Eros suspira apreensiva, sabia que precisavam conversar. - Mas você me beijou... Mesmo eu deixando você ir embora.

      -Não quero machucar nós dois... Não quero machucar você. Passou tanta coisa na minha cabeça, você não tem noção.

      -Só quero que saiba que o que eu falei ontem é o que eu sinto de verdade, não é jogo, não é pacto. Não é porquê você é a princesa de Clévulos e o meu reino está ameaçado, não estou nem aí para isso. Falei porque eu gosto de você, eu tenho sentimentos por você. Eu entendo se você quiser se afastar de mim agora. - Os olhos castanhos penetram com tristeza na alma de Eros.

A ESCOLHA DE UMA HARAREOnde histórias criam vida. Descubra agora