Fobos acabara de chegar e Eros vai de encontro a sua mãe no salão de escadaria. Estava tarde, mas ninguém se importava. Alice, a criada, chorava aos pés da escada enquanto suas Harares permaneciam em um abraço de saudade, o abraço mais lindo e amoroso que Haures já viu.
-Eu senti sua falta! - Eros revela baixinho, como se guardasse aquele sentimento como um segredo a muito tempo, fazendo Fobos deixa cair algumas lágrimas. Ela estava aliviada ao sentir o cheirinho de sua filha, seu cabelo loiro exalava um toque suave de morango e seu perfume era docinho e refrescante, com um fundo de baunilha, o coração da mãe se apertava de emoção, Eros tinha o mesmo cheiro desde bebê, era facilmente reconhecível pelos que a conheciam pessoalmente.
-Você não faz ideia de como me deixa feliz! - Fobos não conseguia se imaginar sem sua pequena Eros. Elas não tinham quase nada em que eram fisicamente parecidas, mas era incrível como herdara tudo de Romana.
-Olá Harare Fobos! - Haures se aproxima das duas, a mãe de Eros se assusta e fica um pouco ansiosa. - Espero que sua estadia seja confortável. - Fobos agradece com um gesto de cabeça.
-Temos muito o que conversar! Vamos para o meu quarto! - Eros segura a mãe pelo pulso e a puxa, as duas correm pela escadaria em direção ao andar dos dormitórios.
-Não vai ter tanta atenção agora, bonitinho. - Angelic, que já adquiriu intimidade o suficiente com o Harare para chamá-lo daquela forma, fala rindo.
-Ela merece. - Haures afirma olhando para Angelic.
-Quando vai contar para ela sobre o ateliê? Sobre a vinda de Fobos? - A Guardal pergunta empurrando seu ombro.
-No dia do baile eu falo sobre o ateliê. - Haures fez questão de pedir que trouxessem diretamente do castelo de Virginia os quadros e os materiais artísticos da amiga como uma surpresa amigável, queria agradá-la, deixar aquele castelo mais confortável para ela.
-Sinceramente, Haures, juro que se não fosse por assuntos diplomáticos, eu torceria para que Eros o escolhesse. - O garoto ri. - Não estou brincando. - Angelic sorri e o Harare percebe que seu tom não era de uma brincadeira.
-Não pode estar falando sério, Angel. Eros é minha amiga. - Haures afirma, mas ela não acreditava.
-E aparentemente primeiro amor. - O Harare balança a cabeça, negando. - É lindo quando você olha para ela, você sabe que olhares não enganam, não é?
-Eu deveria olhar para o teto quando ela está falando?
-É o jeito, você tem cara de bobo quando olha para ela, não sei. É diferente. Eu entendo as circunstâncias, mas gostaria que Lupércio fosse como você. - Haures ri mais uma vez, ainda em negação com o que estava ouvindo.
-Vou dormir antes que você invente mais alguma coisa. - O Harare sobe as escadas até o andar de seu quarto e escuta risadas do quarto ao lado, provavelmente a risada de Eros. Involuntariamente ele esboça um sorriso tímido, orgulhoso por ter movido uns pauzinhos com os Harares a fim de trazer Fobos para o reino.
Ao entrar no quarto, permanece refletindo sobre o que Angelic havia dito e... Bom, nem tudo era mentira, mas nem tudo poderia ser verdade também... Não sabia o que sentia, não tinha ideia, talvez reprimisse tudo até demais.
Talvez não quisesse admitir para si, talvez estivesse com vergonha... Mas tudo impedia, todas as circunstâncias diplomáticas e não diplomáticas. E não gostava de rotular aquilo, dar um nome parecia real demais. Por um momento ele se odiou por imaginar que poderia encher Eros com seus sentimentos minimamente confusos. Mas era verdade, os problemas não acabavam quando estava com ela, só aumentavam, ele que não percebia.
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A ESCOLHA DE UMA HARARE
FantasíaTrês grandes impérios governados por Harares realizam um acordo para acabar com uma guerra antiga entre dois deles. O Reino de Clévulos, mediador do Pacto dos Três Impérios, prepara sua herdeira para escolher entre os dois sucessores dos tronos dos...