Capítulo 5

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A consciência de Félix voltou a funcionar de forma satisfatória assim que ele sentiu suas costas baterem na cama. 

-Não! Os dois, parem com isso - Félix mandou, escorregando para o outro lado da cama, enquanto fugia do casal - Nós não vamos fazer isso.

-Seu pau parece discordar veemente dessa afirmação - Muriel falou, os olhos fixos nessa parte da anatomia do seu companheiro.

-Ele não tem direito de opinar. Não ouse dar outro passo!

Lleaud sorriu, seu companheiro não era tão fácil de ser distraído quanto ele pensou que seria, mesmo olhando para Muriel ele pôde ver o linhagem avançando na direção dele.

-Do que você tem medo? - Lleaud perguntou depois que se jogou na cama - Você sabe que não faremos nada sem a sua permissão, a maior prova é que estamos aqui argumentando com você enquanto eu estou vendendo minha alma para o diabo só pra saber como você se sentiria ao redor do meu pau.

Muriel sorriu, o humano não era nem de longe insensível as coisas sujas que Lleaud costuma falar, muito menos a imagem do corpo deles.

-Mas não vão fazer o que quero também, é um acordo sem vantagens para mim - Félix falou depois que lembrou que era capaz de fazer isso.

-O que isso quer dizer? - Muriel perguntou, sentando na cadeira que o humano ocupava minutos atrás.

-Vocês não vão me machucar.

-Fodidamente não! Nenhum linhagem machuca seu companheiro.

-Bem, e se eu disser que é isso o que eu quero?

O cérebro de Lleaud se recusava a acreditar que tinha entendido corretamente. Ele havia passado o dia com o humano, e Félix não era nada além de um nerd que parecia detestar o convívio social tanto quanto Muriel odiava o pai de Hannah.

-Você vai ter que ser um pouco mais claro aqui - Muriel começou, enquanto tentava fazer aquela situação ter algum sentido - Não sei se entendi corretamente.

-Acho que entendeu, não estou falando das marcas normais que um sexo agressivo trairia, estou falando de hematomas e, as vezes, um pouco de sangue. Tem um motivo pelo qual eu nunca transei com ninguém, as mulheres que conheci não tinham estômago para isso e os homens não possuíam nenhuma gota de controle.

-Como você sabe do que gosta se nunca transou com ninguém? - Lleaud perguntou.

-Não preciso de outra pessoa para conhecer meu próprio corpo. É por isso que isso... - Félix deu uma pausa para deixar claro que estava falando da relação dos três - ...não vai acontecer.

-Você está tão redondo e fodidamente enganado, pequeno - Lleaud sorriu.

-Se você acha que é capaz de nos afastar só porque é adepto ao BDSM, eu sugiro que encontre outra desculpa.

Félix ia abrir a boca para revidar, mas perdeu o equilíbrio quando Lleaud o puxou para a cama, o prendendo entre ele o colchão. Muriel voltou ao seu campo de visão logo depois, bem mais risonha do que antes. O linhagem ajustou os pulsos do humano em um um aperto de ferro na sua mão direita e deixou a outra vagar pelo seu tórax.

-Diga-nos, mais uma vez, para parar. Vamos sair desse quarto no próximo "não" que sair da sua boca.

Lleaud contou mentalmente até dez, enquanto Félix o olhava fixamente e Muriel parecia muito distraída olhando para eles. Quando o linhagem o beijou, Félix poderia jurar que estava oscilando entre o céu e o inferno, ele podia sentir Muriel brincando com seus pontos sensíveis, as unhas dela arranhando sua pele enquanto tirava a bermuda dele do caminho, Lleaud queria muito saber o que ela estava fazendo com o humano, mas ele se recusava a parar de beijar seu companheiro, principalmente quando conseguia sentir cada gemido dele. 

-Oh céus! 

O gemido de Muriel saiu segundos depois que Félix mordeu o lábio inferior de Lleaud com força suficiente para que o gosto de sangue o fizesse interromper o beijo. O humano estava com o rosto suado e vermelho, os olhos fechados e a respiração entrecortada, o linhagem não conseguia desviar os olhos da tentação que era o seu companheiro. Mas Muriel o fez virar o rosto para ela, não mudou absolutamente nada no funcionamento do cérebro dele, Lleaud poderia apostar que o resto do sangue que o fazia funcionar foi direto para seu pênis quando percebeu que Muriel estava por cima do humano, rebolando em cima do quadril dele. Os olhos dourados acusaram que ela não estava mais pensando, Lleaud conhecia sua companheira e o lobo dela, e quando ele ficava na borda dessa forma, Muriel era apenas instintos.

-Abra os olhos - ele sussurrou para Félix depois de colocar as mãos de Muriel sob o peito do humano.

Félix lutou contra o instinto de manter os olhos fechados, a sensação de Muriel em cima dele quase se comparava ao que ele sentia toda vez que ela cravava as unhas na pele abaixo das suas costelas. Ele obedeceu o linhagem, olhando o sorriso arrogante que estampava seu rosto, e precisou usar todas as suas forças pra não fechar os olhos novamente quando sentiu a mão esquerda dele se fechar ao redor de seu pescoço, apenas com força suficiente para dificultar a respiração.

-Não olhe para mim, olhe para Muriel, veja como ela se sente com você dentro dela. Mas, você não pode gozar, querido, porque quando você terminar de fodê-la eu o farei com você, enquanto ela nos assiste como eu estou assistindo vocês. Você só precisa me deixar fazê-lo.

Félix tinha certeza que seu peito, ombros e  pescoço estariam roxos com os chupões e mordidas que Lleaud estava espalhando enquanto falava. O humano sentia a dormência em suas mãos, o linhagem não as soltou em momento algum desde que puxara Félix para a cama, ele também podia sentir Muriel cada vez mais tensa em cima dele, mas Lleaud não usou força suficiente para fazê-lo chegar perto de gozar com ela e o linhagem sabia disso.

-Você não me respondeu - Lleaud o repreendeu - Vai me deixar fazê-lo?

-S-sim.

-Ótimo! Porque nossa lobinha está muito perto de gozar.



Linhagens - LleaudOnde histórias criam vida. Descubra agora