Capítulo 12

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-Então é assim que você quer começar? Ok, dois podem jogar esse jogo.

Félix soltou o garfo, colocando-o ao lado do prato, toda a família Santori estava reunida ali. Sua irmã caçula, seu irmão mais velho, seu cunhado, pai e mãe. Todos para o café da manhã em família que ele sabia que teria, depois de alguns minutos sendo bombardeado de críticas comentários sobre as marcas em seu pescoço e perguntas, Félix já estava muito mais do que irritado.

-Vamos começar com vocês me contando as novidades, pode ser? Então, querida mãe, você já procurou ajuda pro seu alcoolismo? Ou o divórcio do seu marido infiel?

-Félix! - o pai dele bateu a mão na mesa, mas Félix sequer piscou - Não ouse usar esse tom com sua mãe!

-Perdão, senhor, era com você que eu deveria usá-lo. Afinal, é você quem a trai desde sempre, inclusive com garotas que que têm idade para serem suas filhas. Mas, está tudo bem, já que sua fiel esposa consegue acobertar todos os casos de traição do marido.

Lleaud olhou entre o sorriso simpático de seu companheiro e o rosto vermelho do pai dele. Ele odiava admitir, mas conseguia ver as semelhanças entre eles, principalmente no temperamento. Félix fez um sinal de desdém quando seu pai abriu a boca para falar.

-Eu sei, eu sei, devo obedecer e respeitar os meus pais. Vou fingir que vocês desempenharam bem esse papel e passar para os meus irmãos, já que, os erros das gerações passadas raramente vão ser corrigidos. Vamos para minha amada irmã com sérios "daddy issues"... Como estou vendo o babaca do seu marido ao seu lado, vou deduzir que você, também, não pediu divórcio depois que soube das traições dele.

O linhagem observou o rosto de Lisa ficar vermelho de raiva, ela apertou o cabo da faca em sua mão direita e seu olhar travou em Félix.

-Sabe, Lleaud, Lisa casou com uma versão melhorada do nosso pai. Ele não só a trai com mulheres, também dorme com quase todos os homens do círculo social dela. Incompatibilidade sexual, esse foi o termo que eu ouvi em uma discussão deles em que meu cunhado deu um soco no rosto da minha irmã.

-Você não sofre disso pelo o que eu pude ouvir ontem - o irmão mais velho de Félix falou, se envolvendo na conversa pela primeira vez.

-O que você ouviu? Eu não ouvi nada ontem.

-Todos os sons que vocês dois fizeram. É impossível não ouvir os próprios gemidos, irmãozinho.

-Ah, isso! Eu estava muito ocupado para prestar atenção neles.

Félix sorriu, as lembranças da noite anterior quase o fez desfocar de seu objetivo, mas forçou sua concentração de volta.

-Já que você resolveu falar... Como está os processos de agressão? Ainda no processo de aprender a controlar sua raiva?

-Não fale comigo como se não tivesse o mesmo problema, irmãozinho.

Lleaud agradeceu mentalmente ao som do seu telefone tocando, ele pediu licença e saiu da mesa para atender a ligação de Muriel.

-Onde vocês estão? - a shifter perguntou.

-Na casa dos pais do Félix.

O linhagem podia ouvir as sirenes gritando, assim como o som dos carros e motos acelerando.

-O que aconteceu? - ele perguntou.

-Encontramos alguns dos culpados, mas um dos que organizava os sequestros conseguiu fugir. Você e Félix precisam sair daí.

-Por quê?

-Algum deles é cúmplice, alguém dessa família esteve escolhendo os casais durante todo esse tempo.

-Merda!

Lleaud notou os gritos vindo da cozinha, encerrou a chamada e correu na direção de seu companheiro. Félix apontava uma arma para o marido de sua irmã, ela estava caída ao lado da cadeira em que esteve sentada, a mão cobrindo o lado direito do rosto. Lleaud pegou o movimento de Evan que se aproximava de Félix e ficou entre os dois.

-Não ouse - Lleaud falou quando percebeu a intenção de seu cunhado.

Os pais de Félix permaneciam sentados como se nada estivesse acontecendo, eles olhavam para a situação como se fosse apenas mais uma birra de crianças. O linhagem olhou para a porta antes que os desconhecidos entrassem, eram quatro homens muito bem armados e um deles havia levado um tiro no braço. As armas apontaram para Lleaud assim que eles descobriram quem era o linhagem.

-Você não seria tão estúpida assim, querida irmã - Félix falou quando percebeu que sua irmã havia tirado a arma da mão dele e apontava para ele.

Lisa disparou no peito de seu marido e mirou novamente no seu irmão.

-Leve os dois, encontro vocês em alguns minutos - ela ordenou.

Félix sorriu, aquela era a atitude mais burra que sua irmã poderia ter tomado.

-Eu vou matá-la, Lisa. Se eles encostarem um dedo em Lleaud ou Muriel, se ao menos pensarem em machucar meus companheiros, eu vou matá-la e vou fazer você sentir cada segundo da morte lenta que vou lhe dar. Você consegue me entender, certo?

-Sua arrogância não me assusta, Félix, sou eu quem está segurando uma arma. Seja um bom menino e obedeça.

Lleaud segurou o braço de seu companheiro, ele poderia fazer algo estúpido a qualquer momento e o linhagem não queria correr o risco de ver Félix levar um tiro. 

-Lisa, as consequências disso serão apenas suas - o pai de Félix falou.

O linhagem olhou incrédulo para o homem, ele realmente não parecia preocupado com nada enquanto tomava mais um gole de café. Sua esposa olhava a cena sem o menor interesse e Evan continuava a analisar a situação.

-Não, não vão. Você devia rezar pra que ela me mate, porque se eu sobreviver, vou destruir o nome dos Santori's - Félix revidou.

-Você pode tentar, filho.

Linhagens - LleaudOnde histórias criam vida. Descubra agora