2. What does she have?

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Bea's POV

Acordei com o barulho irritante do meu celular e juro por Deus, preferia mil vezes ficar 2 semanas sem celular do que acordar ás 08:00am em um Sábado. Me levantei contra minha vontade e fui tomar um banho gelado, como havia dormido de calcinha e sutiã, não demorou muito para que eu estivesse despida, entrei no box e liguei o chuveiro, quase desmaiei quando aquela água gelada entrou em contato com o meu corpo, mas era a unica forma de me manter acordada. Fiz minha higiene e sai do banheiro, vesti uma roupa apropriada para a caminhada com minha mãe e desci ás 08:25am, minha mãe já tinha preparado o café e só estava me esperando.

- Que filha obediente. - Ela disse rindo quando me sentei.

- Não debocha. - Respondi com meu conhecido humor matinal.

- Tá bom, coma logo porque hoje o caminho é longo. - Disse com aquele tom debochado de sempre.

Terminei de comer e nós saímos, coloquei um fone e caminhei ao lado de minha mãe até o parque onde ela costumava caminhar quase todas as manhãs. Não trocamos muitas palavras, 40 minutos se passaram, eu já estava bastante cansada e minha mãe parecia completamente normal, como se tivesse dado 4 passos quando na verdade já tínhamos dado 4 voltas naquele parque que na minha opinião era bem grande. Casais passeavam com seus filhos e mais uma vez eu me perguntava sobre meu pai, minha mãe nunca foi de falar sobre o assunto mas as vezes isso me intrigava. Minha mãe percebeu meu olhar direcionado á aquelas famílias e como se lesse minha mente, perguntou:

- Pensando no seu pai, né? - Olhei para ela surpresa e ela riu. - Um dia vou te contar o que realmente aconteceu mas acredito que isso não seja tão importante, eu sempre te criei sozinha e você não tem necessidade em saber quem ele é. Concorda?

- Concordo sim, mas eu tenho muitas dúvidas. - Resolvi que precisava falar o que estava guardando a muito tempo. - Não é fácil responder as perguntas que me fazem sobre ele, até porque, eu não sei nada sobre ele.

- Então não diga nada, as pessoas não precisam saber sobre sua vida.

- Mas eu preciso mãe. - Me virei para ela parando de andar. - Eu preciso saber sobre a minha vida, e você não pode me privar disso, mas é o que você está fazendo, você não precisa me dizer o nome dele e muito menos onde ele mora, mas eu quero saber a história de vocês dois, quero saber como se conheceram... são curiosidades idiotas mas eu quero saber.

- Eu sei Bea, e eu já eu te disse, um dia eu vou te contar, só preciso me preparar pra isso, não é fácil para mim falar sobre o relacionamento que tive com seu pai, mas eu prometo, eu vou te falar. - Disse segurando minhas mãos.

- Tudo bem. - Sorri. - Agora me dê um pouco de água se não quiser que sua única filha morra de desidratação.

Ela riu e me entregou a garrafa de água, bebi um pouco e voltamos a caminhar. Minha mãe parecia meio tensa, então resolvi perguntar o que estava acontecendo.

- O que foi mãe? - Perguntei olhando para ela.

- Só estou pensando em uma maneira de te contar uma coisa. - Disse coçando a testa.

- Só me diga, sem enrolação, não foi assim que me ensinou? - Ela sorriu meio sem graça e eu gargalhei. - Kimberly Miller não sabendo o que dizer? Essa é nova, muito nova.

- Vou falar de uma vez, não quero especulações, vou te falar o que eu achar que devo. - Assenti com a cabeça incentivando minha mãe a continuar. - Eu encontrei uma pessoa. - Meu sorriso foi tão grande que senti minhas bochechas doerem. Ela sorriu e negou com a cabeça. - Posso saber o motivo desse sorriso?

- Você está saindo com alguém de novo, e isso é muito bom.

- Não estou "saindo" com alguém de novo. Dessa vez é diferente, eu estou namorando. - Meu sorriso sumiu, a frase "felicidade de bobo dura pouco" nunca fez tanto sentido como agora. Minha mãe gargalhou e eu fechei a cara, não gostava nem um pouco dessa ideia. - Agora posso saber o motivo dessa cara feia que está fazendo?

- Jura que não sabe? Seu último namoro foi a causa de nossa maior briga, quando eu penso que as coisas estão se ajeitando, você me aparece com essa notícia "maravilhosa", eu não acredito. E por que não me contou antes? Quanto tempo faz que isso está acontecendo? Quem é essa pessoa? Homem ou Mulher?

- Opa mocinha, vamos com calma, o que eu disse sobre falar o que acho que devo?

- Acho que é mais que sua obrigação me responder logo, pois quem vai sair em desvantagem de todo jeito sou eu.

- Sair em desvantagem por quê? O que quer dizer com isso?

- Vou voltar a ser sua segunda opção, tudo vai sair do eixo como da ultima vez. Você não vai me responder? - Perguntei já irritada com a ideia de brigar com a minha mãe mais uma vez, eu odeio quando isso acontece e depois dessa notícia sinto que vai acontecer frequentemente.

- Beatrice, quando eu disse que esse novo relacionamento era diferente, eu estava falando a verdade, tudo vai ser diferente, eu só preciso que você esteja ao meu lado, me apoiando.

- E eu só preciso que responda minhas perguntas. Como posso te apoiar se não sei nada sobre o que está acontecendo?

- Tudo bem, me pergunte e eu vou te responder.

- Okay, por que não me contou antes?

- Porque não tive tempo, você sabe muito bem que nesses últimos tempos eu estava presa ao meu trabalho e quando chegava em casa ou você não estava, ou já estava dormindo. Agora que tivemos esse momento juntas, decidi te contar. Próxima pergunta?

- Hum... certo. - Pensei na sequencia de perguntas que havia feito e mandei outra. - Quanto tempo faz?

- Eu a conheço faz alguns meses, mas o namoro foi oficializado duas semanas atrás. - Disse sorrindo e eu bufei. - Mais alguma pergunta?

- Quem é essa pessoa? É homem ou mulher? - Minha mãe gargalhou, e eu continuava com minha cara de enterro. - Onde está a graça? Me diga, também quero rir.

- A graça está na sua cara, mas continuando, essa pessoa é uma amiga do trabalho, você vai adorar conhece-la, Hilery é uma ótima pessoa e tem uma filha da sua idade, marquei de sairmos amanhã, pois quero que conheça as duas.

No momento em que ela disse "tem uma filha da sua idade", eu parei bruscamente. Encarei minha mãe como se tivesse merda na cara dela.

- O que ela tem? - Perguntei querendo ter certeza do que ela tinha dito.

- Ela te uma filha da sua idade. Qual é o problema?

- O problema é ela ter uma filha da minha idade. - Joguei a cabeça para trás bufando e pedindo para que Deus me desse paciência.

- Não se irrite antes da hora, amanhã você irá conhece-las e verá que toda essa marcação é coisa de sua cabeça...

- Ah sim, claro...

Continuamos caminhando e eu já não tinha ânimo para mais nada, a ideia de ser deixada de lado por minha mãe tudo bem, agora aguentar filha dos outros já é demais. Coloquei meus fones e continuei andando, não me importando com as coisas que minha mãe dizia.

Depois de 20 minutos ela decidiu que deveríamos almoçar, agradeci mentalmente pois estava cansada de andar e minha barriga já roncava de fome. Fomos em um restaurante perto do parque, almoçamos em silêncio, eu não estava afim de conversar e minha mãe respeitou meu silêncio.

Voltamos para casa e eu fui direto para o meu quarto, tomei um banho e fiquei dentro dele até a hora em que senti fome. Fui até a cozinha e não vi nem sinal de minha mãe, voltei para o quarto e não saí mais. Conversei com meus amigos por mensagem e contei para eles sobre o relacionamento de minha mãe, não prolonguei muito assunto, dizendo que não sabia muito sobre o que estava acontecendo, o que de fato era verdade. Guardei meu celular e fiquei pensando em ideias que fossem fazer minha mãe mudar de ideia e não me levar no encontro de amanhã com sua nova namorada, mas não encontrei nenhuma boa o suficiente. Peguei no sono antes das 09:00pm, estava muito cansada e dormir parecia ser a melhor coisa a se fazer naquele momento.

My Fucking "Sister"Onde histórias criam vida. Descubra agora