25. Christmas

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Bea's POV

Eu estava ajudando minha mãe com a mesa quando ouvi a campainha tocar, se meu coração gelou? Estaria mentindo se dissesse que não, Jessi causa esses efeitos em mim. Terminei de arrumar o que havia começado e corri para a porta, ao abrir senti meu coração errar algumas batidas. A primeira imagem que vi foi de uma Hilery sorridente mas a garota atrás dela me chamou mais atenção. Jessi estava com um vestido preto, colado, bem colado, saltos não muito altos, uma maquiagem leve e só as mechas de cima de sua cabeça estavam amarradas. Tentei, juro que tentei não ter pensamentos maliciosos com aquela garota mas foi impossível, ela estava entretida com algumas sacolas em sua mão e quando nossos olhos se encontraram eu senti minhas pernas bambearem, tudo parecia estar em câmera lenta. Acordei de meu transe quando os dedos de Hilery estalaram na minha frente.

- Você ta bem? - Perguntou enquanto me olhava atentamente.

- Han? Aham, to bem, muito bem. - Falei sem tirar os olhos de Jessi, que já parecia estar incomodada com aquilo. - Entre Hilery, minha mãe está na cozinha. - Ela falou mais algumas coisas que não entendi e entrou, enquanto eu não para de olhar sua filha.

Cheguei mais perto e abracei Jessi por puro impulso. Nos vimos pouco tempo atrás mas a saudade que eu sentia daquela garota era uma coisa fora do normal. "Você está definitivamente maravilhosa." falei enquanto cheirava seu pescoço. "E cheirosa também." Me afastei e pude ver seu lindo rosto corado.

- Obrigada, você também está muito cheirosa. - Falou timidamente e então desceu seu olhar para minha roupa. - O que é isso Bea? - Perguntou dando início a uma gargalhada, enquanto observava meu "uniforme" de Natal. Puxei a barra da minha blusa para baixo e observei o papai noel estampado nela.

- É meio que uma tradição. Em todos os natais eu e minha mãe nos vestimos assim. - Apontei para minha roupa. - Não queira ver a da minha mãe. - Ela gargalhou e eu sorri, apenas por ouvir o som de sua risada. - Agora vamos entrar, ou você quer ficar aqui fora? - Perguntei irônica e ela assentiu, abri espaço para que ela passasse e assim ela fez. Me segurei muito para não bater na sua bunda. E que bunda...

Jessi foi até a cozinha cumprimentar minha mãe e voltou para a sala, deixando o casal a sós. Conversamos por muito tempo, ela me contou que iria fazer faculdade de medicina e se surpreendeu quando eu disse que faria de música. Quanto mais o tempo passava, mais minha vontade de pegar aquela garota e levar pro meu quarto crescia. Até que ouvimos minha mãe chamar e fomos para a mesa. Fizemos a famosa oração e começamos a comer, e que comida maravilhosa. Eu nunca pensei que aquela noite seria tão divertida, mas foi. Tirando minha vontade de beijar Jessi, tudo parecia perfeito. Durante o jantar eu percebi os olhares que ela me dava, isso fazia com que o frio em minha barriga aumentasse, mas decidi ignorar já que resolveria isso mais tarde. Depois do jantar nós organizamos e lavamos tudo e quando estava quase dando a hora da troca de presentes nós fomos para a sala, e lá ficamos até a hora certa.

Jessi's POV

Chegamos na casa de Kim e logo fomos tocar campainha. Quem abriu foi Bea, e aquela cena foi um tanto quanto engraçada mas também bem vergonhosa já que ela não parava de me olhar, como se estivesse me comendo com os olhos. Agradeço muito a Deus por ter concedido tanta lerdeza a minha mãe, que não percebeu o que estava acontecendo ali. Minha vontade era pegar Bea e fugir com ela dali. Depois que minha mãe entrou eu pude cumprimentar minha "irmã", ela me abraçou e sussurrou elogios em meu ouvido, eu poderia ficar ali pelo resto de minha vida. Só depois que ela me soltou eu pude reparar melhor em sua roupa. Seu suéter de papai noel era muito engraçado, e muito fofo também, mas não pude deixar de imaginar ela sem nada para cobrir seu corpo maravilhoso.

Fui cumprimentar Kim e voltei para a sala com Bea. Ela me contou sobre seus estudos e me surpreendeu ao dizer que faria faculdade de música. "Com certeza ela tem futuro." Pensei enquanto me lembrava de seus covers no YouTube. Pouco tempo depois Kim nos chamou para jantar e jantar com elas foi muito bom. Não que eu tenha prestado muita atenção já que uma certa pessoa naquela mesa era como um imã para meus olhos. "Como pode existir alguém tão maravilhoso assim?" Me perguntava enquanto observava seus atos. Suas expressões faciais mudavam de acordo com o assunto. Quando o assunto não a agradava ela enrugava a testa e entortava a boca, fiz uma nota mental: Falar sobre coisas que ela não gosta para ver essa expressão mais vezes.

Depois do jantar e de tanta tortura com a minha pessoa nós lavamos e organizamos tudo, indo pra sala logo em seguida. Quando deu meia noite nós trocamos os presentes, pude ver a cara de desespero de Bea quando entreguei o presente para Kim e pude ver sua expressão se suavizando quando sua mãe lhe entregou um presente dizendo que era para minha mãe. Segurei o riso ao ver que ela não havia comprado nada e que sua mãe a "salvou". Nossas mães trocaram seus presentes e Kim me entregou um envelope, me dizendo que era o meu. Abri e ao ver o que era não conseguia me mover. Meus olhos marejaram e tudo ficou embaçado. Tudo o que consegui fazer foi chorar, abraçar Kim e agradecer trocentas vezes.

- Não precisa agradecer, tem dois, você decide quem levar.

- B-Bea, eu levo ela. - Falei apontando para minha "irmã", que me olhava confusa.

- O que é isso? Me leva onde? - Perguntou confusa.

- Você não sabe o que é? - Perguntei olhando para ela.

- Nem sua mãe sabe, queria que fosse surpresa. - Kim falou e eu a olhei surpresa, entreguei os ingressos para minha mãe, que abriu um enorme sorriso ao ver o que era, depois entregou para Bea, que fez o mesmo.

- Uh, ingressos para a pista premium do próximo show da Demi aqui em LA? Ta podendo ein? - Bea falou enquanto observava os ingressos. Nós rimos e eu tomei os ingressos de sua mão, guardando-os no envelope novamente.

- To podendo mesmo. Obrigada Kim, muito obrigada, de verdade, você é incrível. - A abracei novamente.

- Por nada meu amor, agora eu e sua mãe vamos lá fora, preciso conversar com ela. - "Conversar, ta bom." Pensei enquanto assentia, ela segurou a mão de minha mãe e saiu.

- Você vai comigo? - Perguntei segundos depois e ela assentiu.

- Claro que sim. Agora vamos lá em cima, vou te entregar seu presente. - Lancei um olhar desconfiado e ela gargalhou. - Não é nada disso que você ta pensando, é que eu esqueci lá em cima. - Assenti, peguei minha sacola e nós subimos.

Chegamos em seu quarto e eu entreguei a sacola para ela. Pude ver seus olhos brilharem quando viu os presentes que eu havia comprado. Sorri, sabendo que ela realmente gostou. Ela me abraçou enquanto agradecia, pude sentir seu cheiro e não queria mais soltá-la. Ela me soltou e correu até a mesinha de seu computador. Voltou com algo na mão e me entregou.

- Pulseiras. Comprei pra você... - Ergueu minha mão, mostrando as duas pulseiras. - ...e pra mim. - Ergueu a dela com outras duas pulseiras, sorri com tanta vontade que senti minhas bochechas doerem. Minha vontade era beijá-la mas não sabia se tinha permissão para isso.

- Comprou pulseiras para mim e para você? - Ela assentiu e eu sorri mais ainda, se é que isso era possível. - De natal? - Perguntei e ela assentiu novamente. Coloquei as pulseiras e pude ver que ela fez o mesmo, a abracei. - Muito obrigada. Eu amei, de verdade. - Não menti, não era um presente grande mas o significado era enorme.

Fui beijar sua bochecha e ela virou o rosto, colando nossos lábios. Senti meu corpo todo formigar com aquele toque. Era um toque apenas de lábios, mas já estava perfeito. Desci minhas mãos pelos seus ombros, levando-as até sua cintura, separei meus lábios e pude sentir sua língua sobre eles. Seus braços envolveram meu pescoço com certa força e nós aprofundamos o beijo. Nossas línguas se tocavam e pareciam sincronizadas, como se fossem feitas para aquilo. Nosso beijo foi perdendo a velocidade, eu apertei sua cintura e ela arfou enquanto chupava meu lábio inferior. Cortamos o beijo e colamos nossas testas, meus olhos ainda estavam fechados e eu sorri, não sei bem o motivo, mas sorri, era incrível, quando eu estava com ela tudo parecia perfeito, sorrir ao seu lado era uma coisa que se tornava frequente. Ao abrir os olhos vi que ela fazia o mesmo, sorria ainda com os olhos fechados e naquele momento só pude beijá-la novamente, tentando colocar em um simples ato tudo o que eu sentia pela garota que estava me beijando, e acho que consegui já que ao separar nossos lábios, vi uma lágrima escorrer em sua bochecha enquanto outro sorriso se formava tanto em seus lábios quanto nos meus.

My Fucking "Sister"Onde histórias criam vida. Descubra agora