- Will? - chamei, logo quando abri a porta de casa, mas ninguém respondeu, ou veio correndo até mim - Cadê você?
Silêncio.
Larguei minha mochila no chão. Fiquei na casa de Dustin até que desse o horário certo de ir para casa. Assim, se meu pai estivesse trabalhando na garagem, não iria desconfiar de nada.
Um frio começou a percorrer minha espinha quando a casa estava toda silenciosa. Esperei alguns segundos pela imagem de Will na escada, mas ele não apareceu.
Subi os degraus correndo assim que ouvi um baque no chão, como se algo tivesse caído.
- WILL! - gritei, entrando em meu quarto como se não houvesse porta.
Ele não estava lá.
Sim, eu estava em pânico. Nitidamente desesperado.
Ouvi a porta do banheiro do corredor ser chutada, e fui direto para lá.Estava trancada.
- WILLIE? - chamei por seu nome, com o ouvido grudado na porta branca. Consegui ouvir um gemido, mas não aquele tipo de gemido. Era como se ele não estivesse conseguindo falar.
Mais um chute na porta.
Eu tinha que entrar no banheiro de qualquer jeito.
- EU VOU TE TIRAR DAÍ!
Sem saber bem o que fazer, pedi para que ele se afastasse da porta, e comecei a chutar a mesma. Não adiantou nada.
Então, decidi usar o cérebro. Falei para que ele se acalmasse e desci correndo a escada, em direção à garagem.
Chegando lá, estava vazia. Se meu pai não estava em casa, então quem prendeu Will no banheiro? Bem, uma resposta não era o que eu procurava no momento. Olhei ao redor desesperado a procura de uma barra de ferro qualquer.
Com meu coração disparado, eu achei o que queria dentro de uma caixa do lado do armário em que meu pai guardava os panos limpos. Sem demora, peguei o objeto com pressa e voltei ao andar do banheiro. Ao me aproximar, pude ouvir um som de choro abafado, o que praticamente serviu de combustível para que eu enfiasse o bastão de ferro próximo à maçaneta.
Dentro de alguns segundos, a porta se abriu e eu joguei a barra no chão, dando de cara com Will usando uma fita na boca e as mãos e pés amarrados.
- M-Meu Deus! - exclamei, indo em direção à ele. O pobre garoto possuía lágrimas nos olhos, e seu rosto estava vermelho como se estivesse prestes a explodir. Retirei a fita de sua boca, e ele respirou fundo. Completamente em pânico.
- Quem fez isso? - perguntei, mas Will não disse uma palavra. Apenas choramingava, fechando os olhinhos com força sempre que uma lágrima queria escapar.
Desamarrei seus pulsos, e suas mãos, no mesmo instante, vieram de encontro ao meu tronco. Ele me abraçou com força, abafando o choro em meu peito. Eu não sabia o que estava acontecendo, e quem tinha feito isso. Mas, com certeza, eu desconfiava. Após eu desamarrar seus pés, tentei me levantar, mas Will continuava abraçado a mim.
- Fica calmo, Willie - falei baixinho, beijando o topo de sua cabeça e acariciando suas costas - Nada vai te machucar, eu estou aqui.
Minhas palavras pareceram fazer efeito em Will, visto que ele levantou a cabeça, me analisando profundamente com seus olhos. Por sua vez, não estavam verdes claros, estavam escuros.
Aos poucos ele foi se acalmando. Quando fomos nos levantar, ele não conseguia.
- Vamos, Willie! Levante! Eu te ajudo - pedi, segurando em sua mão.
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Wicchio - Byler
FanfictionE se você tivesse a chance de ter um pedido realizado? O que você pediria? Dinheiro? Fama? Alegria? Saúde? Bem, pode ser. Não há restrições. Mas... O que uma criança pediria? Basta fazer um pedido, Mike. Aquilo que você mais quer, vai vir como um t...