I'm gonna get the popcorn - 11

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Senti o meu estômago revirar-se e um nó formar-se na minha garganta, depois de ouvir as palavras de Edward. Irmão gémeo? Então, todo este tempo eu estive errada quando pensava que eram ambos a mesma pessoa? Cada vez mais perguntas se formavam na minha mente e eu precisava de procurar as respostas para elas.

"-O que é que fazias no restaurante, ontem á noite?" - Perguntei, nervosa. Era muita informação para digerir num só dia.

"-Eu trabalho lá, Jane." - Edward soltou uma leve gargalhada, quase sem som. Arregalei os olhos e respirei fundo.

"-C-Como é que s-sabes o meu n-nome?" - Interroguei, agora verdadeiramente assustada. Levantei-me rapidamente e afastei-me da sua mesa. O rosto de Edward mostrava uma expressão carrancuda, como se tivesse percebido que tinha dito algo que não devia.

"-E-Eu.." - Gaguejou, levantando-se também. "-Por favor, não te assustes." - Disse, inclinando-se para cima da mesa.

"-Não." - Dei um passo para trás. O que é que aqueles irmãos tinham de errado? Edward era mais simpático que Harry, porém guardava o mesmo tipo de segredos e tinha o mesmo mistério guardado nos olhos. "-Eu não sei o que se passa com vocês mas estão me a começar a assustar a sério! O que é que vocês querem de mim? Porque é que eu sou assim tão especial, hãn?!" - O meu tom de voz elevou-se e eu prometi a mim mesma que me iria acalmar. Os olhares dos clientes sentados nas mesas próximas pairavam sobre nós e eu odiava ser o centro das atenções.

"-Jane, tem calma." - A sua mão pousou na minha mas eu rapidamente a desviei, com um gesto seco. Ouvi-o suspirar e afastar-se um pouco. "-Precisas de te sentar e conversar comigo."

"-Não!" - Bati com o punho na mesa. "-Eu só quero que vocês os dois desapareçam da minha vida, credo! Será pedir muito?" - Dito isto, acabei por me afastar completamente, virando costas.

"-Deixa-me explicar." - Pediu Edward, aproximando-se. Rodei os meus calcanhares, encarando-o. Suspirei e deixei que a minha respiração voltasse ao normal.

"-Está bem." - Disse, por fim. Edward relaxou os ombros e eu senti uma mão tocar nas minhas costas.

"-Então, já encontraste algum guardanapo?" - Virei-me para encarar Niall que olhava para mim com um sorriso.

"-Hm, sim." - Respondi, mostrando as minhas mãos limpas. Niall riu-se e eu fui obrigada a sorrir forçadamente. Sentia-me mal. Não por ter descoberto que o rapaz pelo qual eu tinha um fetiche estranho tem um irmão gémeo igualmente assustador, mas sim por achar que eu realmente não merecia Niall. Ele preocupava-se demasiado comigo, preparava jantares em restaurantes mesmo que fossem a quase 3 horas de distância e eu, quando tinha a mínima oportunidade, virava-lhe costas apenas para resolver problemas que deveriam ter ficado onde nasceram. Londres.

(...)

"-Gostei muito do almoço, obrigada." - Sussurrei no ouvido de Niall enquanto o abraçava á porta da minha casa.

"-Não tens de agradecer." - Afirmou, afastando-se um pouco de mim. "-Jane," - Respirou fundo e eu assenti, como se fosse uma maneira de dizer para ele continuar, "-Eu espero que saibas que és muito importante para mim." - Disse, e eu senti os pelos dos meus braços eriçarem.

"-Também és muito importante para mim, Niall." - Sorri, tentando ignorar todos os arrepios que se formavam na minha nuca e percorriam as minhas costas.

"-Não, tu não estás a perceber." - Resmungou, abanando a cabeça negativamente. Franzi a testa e olhei para os seus olhos, que encaravam o chão. "-Jane, eu..." - Começou, um pouco hesitante. Agarrei na sua mão, pedindo para que continuasse. Niall olhou-me, respirou fundo e disse num suspiro: "-Eu gosto de ti." Naquele momento podia jurar que sentira o meu coração contorcer-se. Engoli em seco e desviei o meu olhar, mordendo o lábio inferior.

A verdade era que eu nunca tinha estado apaixonada anteriormente, portanto não sabia ao certo como me sentiria se realmente gostasse de alguém. Várias perguntas inundaram toda a minha mente e com algum esforço procurei as respostas para eles. Pensei que, se eu gostasse de Louis, tudo aquilo que eu sentia com Niall se repetisse. Porém, tal não aconteceu. Nunca sentira arrepios quando estava com Louis. Nunca sentira o meu estômago dar voltas e um nó na garganta formar-se quando abraçava Louis. E tudo isso acontecia com Niall. Talvez tivesse mesmo apaixonada por Niall, ao fim de contas, ele tem sido um ótimo amigo. A única maneira de perceber se realmente gostava dele, era...experimentando.

Quando dei por mim, Niall agarrava a minha cintura com as suas mãos e encostava a sua cabeça no meu ombro. A sua respiração quente embatia no meu pescoço e eu pude sentir os seus lábios roçarem no meu queixo.

"-P-Posso?" - Perguntou, quase num sussurro. Sem lhe responder e com as pernas a tremer, inclinei-me um pouco, fazendo com que os poucos milímetros que causavam a distância entre nós terminassem.

Os seus lábios movimentavam-se nos meus com um gesto sedoso e adocicado e, involuntariamente a minha mão foi parar ao seu pescoço.

Porém, uma tosse forçada fez-se ouvir e rapidamente me afastei de Niall, tentando-me recompor.

"-Porque é que pararam?" - Louis perguntou, com um sorriso vitorioso. "-Podem continuar, vou só buscar as pipocas." - Disse, entrando de novo dentro de casa. Niall soltou uma gargalhada e eu fiz o mesmo, prometendo a mim mesma que iria por esta situação no topo da lista de "Momentos embaraçosos causados pelo Louis".

24 Days - H.S - AU - A REESCREVEROnde histórias criam vida. Descubra agora