24 Days - H.S - AU - A REESCREVER

Nice to meet you - 8

[Jane's POV]

O meu olhar manteve-se na sua silhueta que se movia de um lado para o outro.

-Diz-me que estou a sonhar. Por favor. – Estava vidrada nele. Nada era capaz de me captar a atenção a não ser os seus movimentos simples e precisos. À medida que o observava, comecei a reparar em certas coisas que estavam diferentes. Embora o rapaz vestisse uma camisola preta de manga comprida, não calçava as suas botas usuais, mas sim uns ténis, e o seu cabelo comprido já não lhe roçava os ombros, mas sim as orelhas. Não estava tão encaracolado e os anéis que costumava usar na mão esquerda também não estavam presentes. Algo que não era usual eram os óculos que usava naquele momento. Mas o que fazia ele ali? Porquê a mudança repentina? Seria apenas uma coincidência? O rapaz ainda não me tinha dirigido o olhar desde que eu reparara na sua presença. Falava abertamente com uns homens sentados numas cadeiras e parecia estar a gostar do assunto que discutia.

-Não estás. A não ser que tenhamos sido ambos drogados. – Foi quando desviei o olhar que percebi que a bebida de Louis tinha acabado, e que entretanto ele tinha pedido outra. Eventualmente, o pensamento mórbido de que o jovem poderia estar ali a perseguir-me acabou por me ocorrer. Mas eu desviei-o rapidamente. Eu é que era a perseguidora, não ele.

-Sinceramente acho que ficaria contente se fosse essa a realidade.

Com o intuito de esclarecer as minhas dúvidas e também de acabar com a curiosidade que teimava em corroer-me todos os cantos do cérebro, dirigi-me a ele, que estava agora encostado numa parede, a beber, presumia eu, o famoso licor irlandês, Baileys. Porém, fui impedida por um braço que me puxou para trás.

-O que pensas que vais fazer? Não te atrevas a ir falar com ele. - Louis falou, cerrando os dentes. Percebendo que eu não ia desistir, Louis apertou o meu braço com mais força, arregalando os olhos em tom de ameaça. -Ouve, Jane, nós viemos para aqui para tu deixares os teus problemas para trás. Eu não sei o porquê nem como é que aquele gajo está aqui, mas não quero saber. E tu também não. - Garantiu, olhando diretamente para mim. Assenti com a cabeça, derrotada, e voltei a sentar-me ao lado dele.

(...)

Havia já passado quase um mês que estávamos em Los Angeles e a minha admiração pelo local crescia cada vez que descobria um novo caminho, uma nova loja, uma nova praia. O sítio onde vivia não era tão movimentado quanto outros locais. De manhã o quotidiano era bastante simples, as pessoas faziam as suas compras calmamente. Mais tarde, os surfistas passavam com as pranchas enormes na mão e estacionavam os carros perto da praia, onde se vestiam e conviviam com os colegas. Á noite havia muita movimentação, algo a que eu não estava habituada mas depois de umas noites a explorar salões de jogos e discotecas, deixara de parecer algo tão terrível. Califórnia é conhecida pelas suas praias, pelo divertimento e oportunidades e até agora não me desapontara. Los Angeles tinha de tudo um pouco, e isso era algo que eu apreciava bastante.

A minha mãe tinha arranjado emprego. Dado que era formada e já tinha alguns anos de carreira, não foi assim tão complicado fazer com que arranjasse um bom cargo num hospital perto de onde vivíamos. Liam passava pouco tempo em casa, Denise também, mas quando estávamos todos juntos éramos como uma família. Denise contava como se tinham conhecido, e Liam desvendava como tinha chegado àquele patamar, mas sempre muito sucintamente. Nada de pormenores ou detalhes, dizia só que se tinha esforçado imenso para conseguir trabalhar numa das maiores empresas do mundo. Não tinha a certeza do que é que ele fazia. Louis andava entusiasmado com o seu novo emprego e afirmava que se sentia um homem de negócios. Ele ajudava Liam, e pelo que eu percebia Louis era quem tratava da papelada.

Quanto a mim, continuava à procura de algo que satisfizesse a minha personalidade, pelo menos alguma coisa que eu me sentisse confortável a fazer. O meu plano era ir para a Universidade, mas tinha de esperar um pouco até que arranjasse dinheiro suficiente.