Prólogo

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A mão que me segurava era forte e minha vida toda dependia de que ela não soltasse a minha. Mas, a cada segundo, ia ficando mais sem forças e a sentia escorregar. Fechei meus olhos, segurando firme não apenas na mão que me segurava, mas também na esperança de que conseguiria sair dali com vida.

Só que isso não aconteceu. Escorregou, era muita água.

Não gritei, não fiz barulho algum. Sentia as gotas de água me molhando enquanto meu corpo ia para baixo. Talvez fossem lágrimas, eu estava triste, não queria que acabasse assim. Eu era tão jovem.

Uma queda livre. Um ato de segundos que demorou uma eternidade.

Abri meus olhos, assistindo o céu que antes estava fechado e chuvoso se tornar estrelado diante dos meus olhos. Milagrosamente, como se estivesse se abrindo para me receber.

Meu último suspiro. Estava feliz vendo o céu.

Um último suspiro antes do meu corpo se chocar nas pedras e eu sentir a morte vir me abraçar.

Era o meu fim.

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