Se recusando a continuar chorando por um cara sacana como Ícaro, Lara resolveu se arrumar e sair um pouco e distrair a cabeça. Ligou para Luna, uma de suas melhores amigas e muito animada. Chegou ao condomínio que a amiga morava no meio da tarde e Luna insistiu para que fossem para a piscina do condomínio.
Luna era separada e tinha uma filha adolescente, Vanessa, que as acompanhou até as piscinas e escolhendo uma o mais longe possível da mãe, com seus quinze anos, o que mais desejava era curtir longe da mãe.
Lara não quis falar do socorrista com a amiga e se distraiu conversando sobre tudo, menos namorados, transas sem compromisso o que quer que seja.
Mergulhou e atravessou a longa piscina, seguida de sua amiga e, é claro, seus pensamentos foram povoados pelo sonho que tivera mais cedo com o bendito socorrista. Maldito seja. Os pensamentos quentes a aqueceram, ao se lembrar como fora tirada do sonho com ele a beijando tão carinhoso e calmo.
Quem diria que ele era um vulcão sempre entrando em erupção?
Droga. Estava de novo pensando nele. Ignorou as dezenas de ligações dele e, cansada, o bloqueou. Apagou as mensagens dele sem ler e mesmo tendo ficado se coçando para ouvir os áudios, os pagou também.
Lara resolveu passar o fim de semana no apartamento da amiga Vanessa e só voltou à sua casa no domingo à noite. Não desbloqueou o socorrista de seus contatos e tentava com afinco esquecê-lo, até mesmo quando pegou seu vibrador, antes de dormir, com a luz apagada e ele bem posicionado, no nível mais alto, onde era certeza de atingir o orgasmo com mais facilidade, não teve, não teve graça, pois seus pensamentos iam para ele. Até esse prazer diário fora lhe tirado. Enfurecida e se negando a se render e usar Ícaro nos pensamentos, ela guardou o vibrador na gaveta sem ter conseguido se aliviar.
A segunda a saudou ensolarada e enquanto se arrumava para ir para o trabalho, ela conseguiu enganar seu cérebro e varreu qualquer pensamento acerca dele.
Graças aos processos complicados e às leis cheias de dificuldades e que exigiam sua total atenção, ela se focou com sucesso.
Claro que Patrick estava em polvorosa e ansioso para saber tudo quando ela entrou no prédio.
— Você precisa mesmo me contar o que aconteceu a você e ao socorrista depois que saí de lá, e, por que cargas d'água desligou seu celular no fim de semana? Não apareci lá para não atrapalhar os dois.
Ele andava atrás dela, delirante para saber tudo. Estava vestido a rigor, com seu mais comum jeito que ela estava acostumada, totalmente advogado, seu sério e bem apresentável amigo advogado, só suas sobrancelhas franzidas traíram sua vestimenta.
— Volte a ser advogado e vamos trabalhar.
— Nem fodendo! Você não pode fazer isso comigo, Lara.
Estavam entrando na cozinha do escritório e ela se virou para ele.
— Está bem, vou te contar, mas me promete que não falaremos mais disso?
Patrick fez sinal de cruz com os dedos nos lábios, jurando à ela.
— Pois bem, Ícaro e eu não somos compatíveis, Patrick. Me dei conta disso e disse a ele para não me procurar mais. Passei o fim de semana no apartamento de Vanessa, bloqueei ele e não quero mais falar sobre ele. Nunca mais, está bem?
— Mas você tinha me dito que...
— Sei o que tinha lhe dito e foi uma bobeira de momento. O socorrista é ciumento, possessivo e grosso. Ele é insuportável, na verdade, e nem sei como pude pensar um dia que estivesse me apaixonando por ele. Definitivamente ele não faz o meu tipo.
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O Socorrista Ícaro
RomanceLara só estava cuidando de sua vida quando viu uma idosa passando mal na rua e tentou ajudar. Ela não contava que o Socorrista chamado para o atendimento a trataria com tanta frieza e grosseria, muito menos que isso a atiçaria. Ícaro não é um Socorr...