018

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Avery caiu no chão depois do segundo soco.

Celestia aproveitou o impulso e rapidamente montou sobre ele.

Ela sabia exatamente o que deveria fazer: colocar seu peso sobre o peito dele, prender seus braços com os joelhos impedindo que revide e enforcá-lo até que desmaiasse.

Mas Celestia estava tão irritada que todo o seu treinamento pareceu distante e ela não fez nada do que lhe foi ensinado. Ela lhe deu mais um soco, e mais outro, o som abafado ecoando pelo corredor vazio.

Celestia armou mais um, mas antes de conseguir acertá-lo, mãos seguraram seus braços.

Ela se debateu, tentando acertar o rosto dele mais uma vez até que Mulciber e o outro garoto a prenderam em um aperto de ferro, tirando-a de cima do loiro.

Ela parou por um instante, respirando ofegante e olhando para ele. O lado direito de seu rosto já estava vermelho e inchado. Sangue escorria de sua sobrancelha e nariz, e havia um pequeno corte no canto de seu lábio. Suas narinas estavam infladas e Celestia quase podia ver fumaça saindo delas.

Avery estava furioso.

Mas isso não importava para ela.

Celestia já havia passado do tempo de fingir ser Alice e se controlar. Agora, ela queria revidar um pouco e três magrelos com tendências perversas não poderiam impedi-la.

Os outros dois apertaram seus pulsos com mais força quando ela tentou se soltar de novo.

- Que porra é essa?

Celestia o encarou. Avery colocou a mão em seu rosto e a viu com sangue. Imediatamente seus olhos se fixaram nela, queimando. Em um movimento um pouco desajeitado ele se levantou.

Andando lentamente até ela:

- Vi o que fez com o Carrow, achei que estivesse corajosa. -ele riu sem humor- Mas agora acho que só está estúpida.

Celestia não abaixou a cabeça ou pareceu com medo. Pelo contrário.

- Se chegar perto de Murta Warren de novo... -ela sussurra ameaçadoramente- Eu te mato.

Mulciber e o outro garoto a jogaram na parede tão rápido que Celestia quase não os viu se mexendo. Suas costas bateram com força na pedra e o ar foi tirado de seus pulmões.

Avery a pressionou na parede, o sangue de seu rosto pingando nos pés dela.

- Você ficou maluca, Jones? É isso mesmo que estou vendo? -ele disse entredentes em seu rosto- Ou está tentando terminar o que não conseguiu quando se jogou daquele prédio na Travessa do Tranco?

Celestia puxou o ar com dificuldade, ofegando.

Avery percebeu o gesto, mas não deixou passar. Ele a segurou pelos braços, a jogando novamente na parede. Ela mordeu a língua, não dando a ele a satisfação de um gemido de dor.

Celestia tentou alcançar sua varinha no bolso do pijama, apenas para vê-la rodando nas mãos do garoto de cabelos castanhos.

- Ela te pegou de jeito.

Ele diz em tom provocativo, um sorriso malicioso em seu rosto, incitando o amigo. Funciona, porque a mão de Avery volta até seu pescoço e aperta.

- Cale a boca, Dolohov.

Celestia tem dificuldade para respirar. Seus olhos se fixam no rosto de Avery e o peso de seu olhar o faz focar sua atenção nela mais uma vez.

Saber que esses eram os minions de Riddle -especialmente Dolohov- explicava muita coisa. Celestia agora podia ver mais claramente a teia que ele construiu e aqueles que já recrutou. Estes seriam os primeiros Comensais da Morte, e ela conhecia seus descendentes muito bem.

FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora