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A mão de Alice estava fria e flácida na dela.

Agatha traçou o polegar sobre os nós dos dedos, tentando inutilmente esfregar um pouco de calor de volta em sua pele.

Seus olhos estavam fechados, sua respiração nivelada enquanto dormia na cama do hospital. Um adiamento, a curandeira lhe disse solenemente quando eles chegaram, algo para mantê-la calma.

Agatha desejou que alguém lhe desse uma poção para reprimir a mistura de raiva e mágoa lutando em seu peito. As mãos calejadas de Hugo pousaram em seus ombros, apertando uma vez em apoio, e os olhos de Agatha se fecharam. Ela levou a mão de Alice aos lábios e deu um beijo em seus dedos.

Ela ouviu a porta se abrir, e só quando o curandeiro entrou no limite de sua visão ela se virou para olhar para o homem.

- Lorde Jones, Lady Jones. -ele cumprimentou, sua voz a mistura perfeita de profissionalismo e simpatia- Meu nome é John Swan. Eu serei o principal curador de Alice e supervisionarei sua recuperação.

- O que você pode nos contar? -Hugo perguntou antes que Agatha pudesse fazer a pergunta ela mesma. Fazia quase uma hora desde que eles correram para St. Mungus, segurando a convocação em uma mão e meio loucos de medo; e, no entanto, ninguém teve tempo de explicar a extensão dos ferimentos de sua filha para eles.

Nem mesmo o investigador lhes dera muito o que fazer antes de sair para lhes dar um pouco de privacidade.

Tudo o que eles sabiam era que os seguidores de Grindewald haviam atacado Hogwarts. Swan segurava o que só poderia ser o prontuário de Alice em suas mãos. Seus lábios se contraíram brevemente, olhos azuis passando rapidamente para Alice antes de encontrarem os deles novamente.

- Sua filha sofreu uma laceração na garganta e perdeu uma quantidade substancial de sangue. A julgar pelos relatórios, foi uma maldição cortante que a atingiu.

Agatha olhou para o teto, depois para a filha, em desespero, sufocando um suspiro horrorizado. Ela se sentiu instável.

Swan limpou a garganta, continuando depois de dar-lhes um momento para processar. 

- A partir de nossos testes, parece que a lesão, em sua maior parte, foi curada.

- Como isso é possível? -Hugo perguntou, parecendo arrasado- Alice não conhece nenhum feitiço de cura – ou pelo menos nada que possa... -ele olhou para a filha, incapaz de terminar.

Swan se mexeu, os dedos esvoaçando nervosamente ao redor do prontuário que ele segurava. 

- Sua filha não usou nenhum feitiço. Parece que ela usou cura rápida, o que faz sentido, considerando todas as coisas.

- Cura rápida? -Agatha ecoou, balançando a cabeça levemente.

Swan assentiu. 

- Não é uma técnica oficial e cai mais na magia acidental do que qualquer outra coisa. Este tipo de cura não é recomendado. Salvou a vida dela, com certeza, mas só a vi sendo usada por soldados nos campos de batalha. Prioriza o objetivo final sobre as minúcias, e isso deixa muito espaço para erros.

Hugo e ela trocaram um olhar aflito. 

- Isso significa que... o pescoço dela não esta...

Swan levantou a mão e ela ficou em silêncio. 

- Pelo que podemos dizer, a garganta de sua filha foi completamente curada. Internamente, tudo parece estar onde deveria estar, e fazendo o que precisa. Externamente... -o curandeiro fez uma careta- eu temo que deixará uma pequena cicatriz que provavelmente nunca irá desaparecer.

FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora