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Celestia estava sentada no tapete de pelúcia com as pernas cruzadas, agindo como o epicentro do caos cuidadosamente construído ao seu redor.

Ela olhou para este mapa da vida de Alice e não sentiu nada além de simpatia pela criança.

A primeira vista, tudo era perfeitamente normal, exatamente o que se poderia esperar de uma garota de quinze anos. Roupas, livros, peças sentimentais aleatórias que se acumularam ao longo dos anos. Nada anormal.

Mas foi isso que mais machucou Celestia.

Não haviam fotos da própria menina, ou de seus amigos. Nenhuma carta endereçada a ela. Nada que pudesse ter sido presente de alguém próximo além dos pais. Não havia personalidade, nem uma faísca. Havia uma clara falta de calor.

Celestia pensou nos comentários implacáveis de Hector e mal resistiu a vontade de caçar o pequeno bastardo e quebrar seu nariz.

Ela lançou um último olhar de pena a coleção triste e se levantou.

Há pouca dúvida em sua mente. Alice viveu uma vida triste antes de seu ataque. Seus pais - embora amorosos e carinhosos - claramente não estavam cientes do quão triste sua filha estava. E Hector merecia ser empurrado em uma piscina cheia de grindylows. 

Que tipo de irmão - irmão gêmeo - poderia ser tão horrível assim? Ela se lembrou de Cedrico novamente. A completa confiança que os dois tinham um no outro, a certeza absoluta, a forma como eles podiam trocar um olhar e simplesmente saber.

Claro, Celestia mal tinha qualquer contexto sobre o relacionamento entre Alice e Hector. Mas ela não podia evitar de se perguntar se eles sempre foram assim. Fingindo ser irmãos doces e amorosos para os pais, enquanto tentam atormentar o outro no momento em que estão livres?

Mas não, isso não fazia sentido.

Se fosse o caso, então porque Hector parecia tão chocado quando Celestia se defendeu? Se eles brigavam regularmente, então Hector não deveria ter sido pego de surpresa assim. 

Não.

Hector estava claramente acostumado a manter o poder.

Celestia estreitou os olhos. Se ele tentasse qualquer coisa de novo, ela simplesmente o colocaria de volta em seu lugar. Ela não era do tipo de ficar apenas encarando o chão quando confrontada. Ela revidava duas vezes mais forte até que as pessoas entendessem a mensagem. Ou até que ficassem no chão, o que vier primeiro.

Celestia fez uma careta, passando a mão pelos cabelos, sentindo falta dos seus. Ela olhou os itens a sua frente e, com um movimento de sua mão, fez com que voltassem ao lugar. 

Isso não poderia ser tudo. 

Alice era uma garota adolescente. Provavelmente solitária, já que seu irmão é um babaca. Ela teria que ter um esconderijo secreto em algum lugar, um diário - alguma coisa.

Ela foi até o guarda roupa, vasculhando o que ainda estava pendurado e as gavetas. Ela procurou sob roupas cuidadosamente dobradas antes de coloca-las de volta no lugar, todas amarrotadas.

Seus olhos saltaram da esquerda para a direita, finalmente parando em uma mala grande e escura empurrada na prateleira de cima.

- Bingo. -ela disse com um sorriso, as mãos se movendo para mais uma vez levitar a mala até ela, sem varinha.

Celestia destrancou a mala quando caiu no chão, erguendo a pesada tampa. Ela foi imediatamente agredida com uma explosão verde e prata, a felicidade de seu achado diminuindo rapidamente.

- Ah, você deve estar brincando comigo. -ela torceu o nariz- Ela é uma sonserina? Puta merda.

Celestia sabia que tinha que ir para Hogwarts. Ela precisava dos vastos recursos em sua biblioteca para começar a tentar encontrar o caminho para sair dessa confusão. Ela sabia que teria que interpretar a aluna, só não esperava ter que interpretar uma cobra também.

FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora