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A Morte lentamente inclinou a cabeça, a expressão tornando-se tão estranhamente vazia na sequência da declaração de Celestia. 

Harry engoliu a seco.

- Eu não sabia que-

- Que era o Mestre da Morte? -Celestia disse entre dentes, suas mãos tremendo- Como alguém pode ter as três Relíquias e nem se quer imaginar que algo assim pudesse acontecer?

- Não. -ele olhou para a figura de Alice Jones e de volta para ela- Eu as destruí, logo depois da guerra. Não sabia que algo assim pudesse acontecer.

O ser soltou uma risada, fazendo a cabeça dos dois virar em Sua direção, estalando em Sua garganta como vidro quebrado, mas ainda assim Seu rosto permaneceu vazio. 

- Achei que o título fosse apenas referência a imortalidade. -Potter sussurrou, assustado- Nunca pensei que pudesse realmente mandar na Morte.

A raiva de Celestia sempre foi mais forte do que seu bom senso.

- Bem, por que pediu que me salvasse, então? -ela latiu, eriçada. Ela varreu a mão para os arredores, para a sala decrépita e semiformada em que estavam, e olhou- O que está acontecendo? Onde estamos? Estou presa naquele corpo, naquele tempo, há semanas, então por que -

Celestia foi agarrada por sua garganta, sua cabeça estalando para trás quando ela foi jogada contra a parede atrás dela.

Ela nem mesmo tinha visto Aquilo se mover.

A Morte zombou dela, o rosto jovem se contorcendo descontroladamente. As pontas dos dedos cravaram na carne macia, o polegar pressionando a rápida vibração de sua artéria até que a visão de Celestia começou a ficar embaçada. A Morte a arrastou mais alto, raspando-a contra a superfície áspera, de modo que ela ficou pendurada em seu aperto brutal.

Ela apertou os olhos através das lágrimas de dor, imaginando como alguém mais baixo do que ela poderia segurá-la tão longe do chão.

- Pare. -Potter ordenou, parecendo também tentar usar sua magia- Agora.

O aperto afrouxou, permitindo que Celestia respirasse novamente. Mas ainda a manteve presa.

- Você acha que sabe o que é estar presa? -sussurrou, a voz deslizando pelo ensurdecedor fluxo de sangue nos ouvidos de Celestia, sem fazer Alice Jones abrir a boca.

Ela arranhou Seu pulso, unhas arranhando a pele, e seu joelho disparou para atingir o lado do ser – mas a Morte não mostrou nenhum sinal de ter sentido alguma coisa.

- Você pensa em ficar diante de mim e se atreve a afirmar que eu aprisionei você?

Ela foi puxada para frente, erguida da parede, sustentada apenas por aquela mão frígida. Seus rostos estavam a milímetros de distância, e tão perto Celestia só podia ver o ódio fervente que invadiu os olhos da Morte.

- Eu disse para soltá-la. -a voz firme de Potter soou mais uma vez.

Ela ignorou e Celestia congelou, presa sob a magnitude da animosidade que estava sendo dirigida a ela.

- Você acha que é a vítima disso? Você acha que está sofrendo? -mostrou os dentes- Você não sabe nada de aprisionamento, Celestia Diggory. 

A mão ao redor de sua garganta recuou e Celestia caiu no chão em um baque. 

Ela tossiu, curvando-se, e pressionou sua própria mão protetoramente em seu pescoço maltratado. Lágrimas escaparam e desceram por suas bochechas, mas Celestia ainda se forçou a olhar para a figura que se elevava sobre ela.

FRATURA ♟TOM RIDDLE (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora