The Heart Wants What It Wants - YoonMin

Não se esqueça de mim

Quando fizeram o caminho de volta, a maior parte da cidade já adormecia, deixando as ruas quase vazias – os transeuntes sendo, em sua maioria, bêbados que caminhavam silenciosamente de volta para casa; um cenário esperado de uma cidade grande em uma noite – ou seria madrugada? – de domingo: pouco movimento comparado aos outros dias da semana.

Yoongi havia ligado para um confiável serviço de motorista pedindo que dirigissem seu carro de volta para o dormitório, pois estava bêbado demais para dirigir, e Jimin ficou contente por saber que seu hyung retornaria com ele – de certa forma, Jimin havia ido aquele encontro para ajudar seu hyung, e saber que ele estava bem o suficiente para voltar lhe trazia algum orgulho.

Os garotos, que esconderam suas identidades com toucas e máscaras cirúrgicas, riam e conversavam todo tipo de asneira enquanto caminhavam até a estação de trem mais próxima para pegar a última linha que os enviaria para o bairro certo; ambos mais descontraídos que o normal pelo fato de estarem sozinhos e, claro, pelo que haviam feito anteriormente – e Jimin sabia que sentiria dores no dia seguinte por sua impulsividade, mas pouco se importava naquele instante. Havia sido perfeito do modo como ocorreu e não mudaria nada.

Um beco ou outro abrigava pequenos grupos de mendigos, bêbados ou drogados; e até mesmo alguns jovens que carregavam latas de tintas nas mãos passaram gargalhando por eles – felizmente nenhum que pudesse reconhece-los e perturba-los, ou mesmo olha-los torto como se fossem dois traidores.

Com toda aquele momento descontraído entre eles, Jimin até quase se esquecia de que eram idols de um grupo popular que estava passando por alguma crise midiática, quase até lhe passava despercebido o fato de que haviam bebido – quase, pois o loiro ao seu lado vez ou outra tropeçava nos próprios pés ou enrolava-se um pouco com as palavras enquanto falava, e até mesmo Jimin dava sinais de que o álcool ainda corria por seu sangue.

Entraram juntos no trem, ambos um pouco tímidos para tocar no assunto do que havia acontecido entre eles mais cedo; mas pela suas expressões satisfeitas estampadas em suas faces deixava claro que os dois não haviam esquecido.

Afinal, o que havia sido aquele momento que partilharam? Jimin mal podia caber em si de tanta felicidade, oferecendo o tempo todo sorrisos involuntários para o mais velho durante a conversa.

O vagão que os garotos ocupavam estava vazio, deixando-os a vontade para retirar a máscara cirúrgica e ficarem mais a vontade no ambiente e um com o outro, sem o medo de serem descobertos. Optaram por ficarem de pé, independente dos vários assentos disponíveis; Yoongi com as costas apoiadas na parede metálica do trem e Jimin de frente para ele.

O mais novo olhava para Yoongi em busca de indícios que mostrassem que ele não houvesse gostado, o moreno se sentindo inseguro mesmo que possuísse a certeza de que havia sido maravilhoso para ele, mas tudo que encontrava na face de seu hyung era um pequeno sorriso nos lábios rosados – e conhecendo o outro, Jimin sabia que aquele ínfimo repuxar de lábios poderia ser considerado um "sorrindo à-toa".

Jimin sentia-se meio abobalhado com tudo, sem saber o que fazer com as mãos, embora soubesse exatamente o que queria. Olhava para as do mais velho que, às vezes, as retirava dos bolsos, deixando o moreno tentado a se aproximar e entrelaçar seus dedos aos dele, mas logo Yoongi as recolhia novamente e Jimin perdia sua chance. Resolvera fazer o mesmo, pois apesar de tudo, Jimin não possuía coragem suficiente que o impulsionasse a pegar a mão de Yoongi e ficar desta maneira até o dormitório.

Contudo, estavam à uma distância íntima um do outro, o que o mais novo sabia que já era bastante coisa. Yoongi sempre fugia de qualquer toque mais íntimo e evitava fanservices ao máximo, o que fazia Jimin pensar que seu hyung não apreciava contato físico – mas estranhamente, ele abria algumas exceções para Taehyung, o que sempre deixara o mais baixo enciumado.