The Heart Wants What It Wants - YoonMin

Qualquer Coisa Por Ele

O moreno saiu do quarto com um sorriso largo repuxando os cantos de seus lábios e repartindo sua face, além de transformar seus olhos naqueles conhecidos risquinhos que o impediam de ver muita coisa em seu caminho – para sua sorte, conhecia toda a planta do dormitório como a palma da mão – ao mesmo tempo que cantarolava "Happy" do Pharrell Williams em seu inglês sofrível e arriscava alguns passos de dança simples enquanto caminhava para a cozinha. Podia sentir aquela expressão tão alegre começando a fazer os músculos de sua face doerem, mas não conseguia se importar o suficiente, mesmo que julgasse que esta o fazia parecer um idiota; pelo menos não quando sentia aquelas ligeiras rajadas de calor irradiando de seu peito, saturado de emoções que agora viajavam por seu corpo sem qualquer controle através de suas veias, trazendo-lhe aquele sentimento de excitação que, embora fosse inquietante de uma maneira boa, também quase lhe sufocava com o excesso.

Se Jimin aparentava estar tão alegre era porquê transbordava o sentimento de dentro para fora, como um grande vulcão ativo, o que tornava impossível para o moreno caminhar sem dar algumas saltitadas, como se a sua felicidade se canalizasse para seus pés e tivesse que ser desgastada com pequenas ações semelhantes.

Não demorou a chegar na cozinha, onde alguns dos garotos já se encontravam sentados à mesa comendo dos alimentos dispostos, enquanto Taehyung cantarolava alguma música de ritmo estranho que devia ser abertura de um dos diversos animes que assistia – poderia não ser surpresa para a maioria, levando em conta que Taehyung sempre adorou animes, entretanto, ele cantarolava em mandarim. Talvez estivesse tornando a tentar aprender o idioma ou apenas tomara como hobbie aprender abertura de seus animes preferidos em outras línguas, como costumava fazer por diferentes períodos de tempo como uma maneira de fugir da rotina, fazendo com que seus dias nunca fossem semelhantes – ora tentando aprender alguma língua nova, mesmo que fosse se cansar na próxima semana; e ora passando a carregar objetos estranhos consigo para onde quer que fosse.

Jimin se aproximou do ruivo, que estava de costas para si, e afagou seus cabelos de maneira árdua em um ato implicante que fez o outro rir e estapear sua mão instantaneamente.

– Jimin, meu cabelo! – repreendeu com aquele tão incomum quanto belo sorriso que se assemelhava a um retângulo desenhado sem régua, tentando realinhar os fios enquanto Jimin se sentava ao seu lado, de frente para Namjoon.

– Ah, pare, fica mais bonito assim! – respondeu com um sorriso matreiro antes de voltar a bagunçar o cabelo de Taehyung, que ria ao mesmo tempo em que lutava para interceptar as mãos do amigo.

Entraram em uma pequena guerrinha de quem bagunçava mais o cabelo do outro, tornando-se uma confusão de mãos e braços enquanto se esbofeteavam e gargalhavam alto com aquela brincadeira – e Taehyung sempre estava disposto a fazer bagunças com quem quisesse, mesmo que não possuísse um motivo plausível para estar sempre de bom-humor. Talvez fosse mesmo uma criança presa no corpo de um adulto, mas quem disse que isso era ruim? Na verdade, era um dos motivos para Jimin gostar tanto de estar com o amigo.

Namjoon bebericava de uma xícara de café enquanto resmungava baixo com toda aquela barulheira que os mais novos faziam, massageando as têmporas e questionando a ninguém em especial – talvez a si mesmo – como eles podiam ter tanta energia logo pela manhã – e aquele jeito ranzinza logo o fez se recordar de alguém, mas Jimin ignorou as ligações que um cérebro apaixonado fazia. Os garotos pararam sua brincadeira soltando risadinhas divertidas com o comentário mal-humorado do líder, embora ambos se perguntassem o motivo do mais velho estar com um humor beirando ao negro, mas optaram por não verbalizarem suas dúvidas.

Jimin comia tudo que podia para tentar preencher o vácuo que sentia no estômago ao mesmo tempo que conversava animadamente com os garotos, seus lábios o tempo todo esticados em um sorriso alegre que facilmente podia se tornar maior e encolher seus olhos, agraciando a todos com uma adorável imagem – e nem mesmo a chuva do lado de fora, algo que Jimin nunca apreciou, foi capaz de diminuir a luz que irradiava de seus poros e acabava por contaminar a todos ali.