The Heart Wants What It Wants - YoonMin

Casa de Cartas

Jimin abriu seus olhos para o conhecido teto de seu quarto no dormitório já sentindo algo de diferente e ao mesmo tempo bom em si mesmo; uma alteração que não se resumia apenas ao físico, mas também tocava seu coração e se entranhava em sua alma. Era uma sensação engraçada que transformava seu peito em um grande vulcão ativo despejando um sentimento denso semelhante a lava derretida, que se espalhava por seu corpo à uma velocidade fenomenal, trazendo um aquecimento gostoso a cada centímetro de seu ser e um sorriso bobo aos lábios. Não se lembrou do motivo daquelas emoções de imediato ou mesmo o motivo de sentir o coração bater descompassado com o peso de um sentimento ardente, e nem as pontadas em seu cérebro provenientes de sua dor de cabeça ou a garganta demasiadamente seca – e nem mencionemos os olhos, que pareciam carregar um quilo de areia cada um – eram o bastante para abalar seu bom-humor, e sabia que estava sorrindo apatetado antes mesmo de estar realmente acordado.

Conforme o efeito do sono ia passando e a mente de Jimin se clareava, mais consciente se tornava daquelas emoções que lhe dominavam sem um motivo aparente, e quando fez a menção de buscar na memória o que poderia ter ocasionado tamanha felicidade em seu ser, recebeu uma enxurrada de recordações envolvendo seu encontro – podia rotular assim, certo? – com Suga na noite anterior; cada pequeno detalhe fazendo seu peito pesar com a densidade dos poderosos sentimentos que guardava pelo loiro, mesclados com a exultação de ter seus desejos mais obscuros atendidos.

Perguntou-se, meio abobalhado, se tudo aquilo não havia passado de um sonho louco e bastante vívido, e por um instante seu sorriso vacilou ao mesmo tempo que seu coração falhou numa batida e entrou em um martelar mais lento pelo peso da decepção; afinal quais eram as chances de Park Jimin finalmente ter Min Yoongi, mesmo que por só uma noite? Extremamente baixas.

Tateou embaixo de seu travesseiro, meio desesperado e já sentindo-se entristecido por antecipação, à procura de seu celular. Agarra-o com certa afobação e o puxa, errando três vezes o padrão que desbloqueava a tela na sua pressa, e logo clicou no aplicativo que precisava para olhar-se na câmera frontal. Mirou seu rosto sonolento e inchado na tela de seu aparelho, fazendo uma careta de surpresa assim que viu a própria imagem e o estado dela, mas não se concentrou neste detalhe por muito tempo. Abaixou um pouco a câmera, seu olhar agora registrando o pescoço, onde manchas arroxeadas enfeitavam sua tez clara – uma prova irrefutável de que sua noite luxuriosa com Yoongi era real, e tal realização lhe trouxe um novo sorriso aos seus lábios, ainda inchados pelos beijos trocados na noite anterior.

Não conseguiu evitar de desejar que seu estado pudesse deixar claro para todos que esteve com o loiro mais velho, e que as marcas que deixara no corpo dele estivessem tão visíveis quanto as suas, e julgando sua pele tão clara e facilmente marcável, sabia que provavelmente estava.

"Que droga, Jimin, desde quando você tem esse complexo de gado? Não é como se vocês fossem um do outro", deu uma bronca em si mesmo por pensamento, mesmo que desejasse internamente que pudessem se pertencer.

Largou o celular ao seu lado de qualquer jeito, sem importar-se muito com seu fim quando estava tão fodidamente feliz, e tocou o próprio com a ponta de seus dedos gordinhos, lembrando-se inesperadamente das palavras de Yoongi – "Você não possui apenas um rosto bonito, Park Jimin".

Seu hyung o achava bonito! – e essa realização e certeza fazia seu estômago se agitar em um enxame, além de seus lábios se esticarem tanto que quase pareciam capazes de dividir sua face. E não apenas o rosto, pensou o moreno enquanto fechava os olhos e deixava-se dominar por todas as emoções que o deixavam ainda mais leve e idiota.

Não sabia ao certo o que havia acontecido consigo naquela noite, como permitira se tornar um alguém tão meloso e ousado; e talvez pudesse culpar o álcool por suas ações atípicas.