Capítulo 6 - Eu sou inocente

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O som da mente perturbada de Katy parecia ser a única coisa a qual preenchia, o espaço vazio e solitário daquela cela de prisão. Já se passavam dois meses desde aquele trágico dia, o dia o qual ela nunca iria se esquecer, o dia o qual seu coração quase parou, o dia que ela viu a morte passando tão depressa que desejou morrer no lugar daquele jovem Ceo. 

Ironia ou não do destino Katy agora estava ali dentro daquela horripilante cela, carregada de paredes com mofo,  tudo causado por uma simplesmente entrevista. O seu mundo desabou naquele noite,  tudo rebobinava em sua, os minutos os quais ficou sobre os olhares julgadores de dois policiais civis enquanto, todos pareciam ser interrogados um por um até um agente da perícia surgir ofegante e muito agitado com um objeto brilhante em suas mãos. A arma do crime, aquela mesma arma a qual ela evidenciou apunhalar o jovem rapaz de uma maneira brutal, agora se tornava a principal armadilha que traçaria seu destino dali em diante. 

A notícia caiu como uma bomba para Katy que nem mesmo conseguia se mover, apenas ali sentada naquela cadeira da sala do interrogatório, a qual ela passava horas e horas sendo oprimida pelo investigador, sendo forçada a confessar algo que nunca poderia passar pela sua cabeça. 

Que loucura! 

Agora suas digitais estavam naquela faca, a faca a qual ela sabia muito bem quem a segurou naquela noite. Não que realmente soubesse por nome ou conhecesse seu rosto, o assassino de Andrew Evans era um fantasma para todos, só que parecia que somente ela conhecia a verdade, só ela sabia da sua própria inocência e isso naquele momento não era o suficiente. As perguntas a seguir que todos estão se fazendo é QUAIS SERIAM SEUS MOTIVOS? POR QUE ENGANAR A TODOS? Até seu parceiro de trabalho Henry a encarou com um olhar de completo desprezo, ao momento que saiu algemada as pressas daquele prédio. Até mesmo seu chefe, colegas de trabalho os quais a conhecia por anos e anos não acreditavam nela, ninguém nem se quer cogitou que aquilo não se passava de um grande engano. Ah, e como ela torceu que tudo fosse um grande engano. 

A única a qual pode contar foi sua doce mãe Angelina a qual chegou aos prantos na delegacia, um dia depois da filha dormir em uma cela com criminosos. O advogado o qual ela fez questão de contratar por ser um amigo de longa data da família, até mesmo ele cogitou a possibilidade da garota ter cometido aquele crime. Que crueldade era essa? Que corações julgadores, pensava consigo mesma. Sua mãe mesmo com muito boa vontade insistiu que ele defendesse sua menina, até mesmo pegou suas economias para pagar o dobro, mas, tudo foi em vão aquela parecia uma batalha que ninguém queria se arriscar a enfrentar em pleno júri. Tudo aconteceu tão depressa depois da primeira semana, obviamente os responsáveis pelos negócios da empresa W fizeram questão que tudo fosse noticiado, imploraram para que a mídia fizesse uma cobertura completa sobre o caso. 

Quanta humilhação!  

Quando o primeiro mês se passou a antes sorridente repórter, agora deprimida e desempregada estava sendo transferida para um presídio maior. Agora sua cabeça já tinha desistido de acreditar até mesmo em sua própria inocência, talvez realmente fosse culpada mesmo sabendo que suas mãos nunca tocaram aquela faca, mesmo tendo a certeza que estava a metros de distância do momento o qual o Ceo foi atingido, ela acreditava que aquilo era sua culpa de alguma forma. Precisava ser a culpa de alguém não é mesmo? Por que não culpar alguém que já perdeu tanto que não faria diferença alguma?  Estava agora comtemplando seu sofrimento, alimentando ideias paranoicas trancada naquele lugar, até que um guarda se aproximou batendo ligeiramente seu cassetete sobre os ferros que os separavam. 

— 311. — dizia ele confirmando a numeração de sua roupa. — Visita para você! 

— Para mim? — Katy expressou surpresa já que sua mãe a teria feito a visita a pouco tempo e não tinha nenhuma outra pessoa que a quisesse ver naquele momento. 

— Vamos, anda! — o guarda a puxou pelo braço, passando as algemas e a empurrando em sua frente caminhando ambos até a sala de visitas. 

Quando a porta abriu e Katy aproximou-se da pequena placa de vidro o qual a separava do outro lado, lá estava a pessoa a qual ela nunca imaginou ver novamente. Ficou estática por alguns segundos, seus olhos marejados e seu rosto um pouco pálido evidenciava que ainda estaria se recuperando do acidente. 

— Senhor Evans... — ela dizia ao momento que sentou frente a frente com ele. 

— Senhorita Miller. — ele estava elegante mesmo com olhar triste, seus cabelos muito bem alinhados e suas mãos inquietas, pareciam transpirarem constantemente. 

— O que está fazendo aqui? — ela precisava confirmar 

— Eu queria te ver. — sua voz estava baixa. — Soube que está aqui por um tempo, acordei faz alguns dias no hospital e vim para cá imediatamente. 

— Antes que comece a me insultar, eu preciso dizer que sou inocente. — Katy começou a chorar seus olhos estavam avermelhados por longas e longas noites sem dormir, sua boca estava branca , pois, tinha muita sede e constantemente tinha dores no estomago se antes, já não se alimentava com frequência agora parecia uma tortura. — Eu não fiz isso, eu juro que não fiz. — ela se inclinou para trás agora tentando limpar o rosto, mesmo com dificuldade por causa das algemas. 

— Calma. — ele foi para frente para que pudesse olhar diretamente em seus olhos. — Eu acredito em você! 

— Acredita? — ela parou rapidamente de soluçar. 

— Eu já estive exatamente neste mesmo lugar que você, sei como é terrível dizer que é inocente e ninguém acreditar em suas palavras. 

— Mas, como.....

— O assassino de forma esperta a acusou. — ele olhou para cima fazendo gesto pensativo. — Ainda não sei como suas digitais pararam naquela arma, mas, você foi a vítima perfeita para que ele pudesse despistar a policia.  

— Por que eu?

— Lugar errado e hora errada? — ele cruzou os braços

— Então você realmente acredita em mim? — ela ficou radiante de uma maneira que era notável. 

— Sim, eu acredito. Não será nada fácil fazer os outros acreditarem, mas, posso pensar em algo. 

— Mas.... — ela abaixou a cabeça deixando a tristeza vir novamente. — Por que logo você acreditaria, isso não faz sentido. 

— Primeiro. — ele ergueu o dedo indicador a encarando fixamente. — Quando eu recebi a ligação eu estava afastado de você, o que me fazia ter toda certeza que a pessoa a qual me ligava não podia ser você. — ele ergue o outro dedo para cotagem. — Segundo, naquela noite tínhamos os seguranças que faziam a revista de todos na entrada, você não estava portando seu celular o que a impediria de passar um trote ou algo do tipo. Terceiro, eu me lembro exatamente quando estava caído naquele terraço e foi graças a você que ainda estou vivo. 

— Pensando assim.... — ela corou imediatamente quando ouviu a ultima frase. 

— Ou seja, minhas teorias estão certas. — ele ficou pensativo novamente. — Ele quis te colocar na cena do crime, porque seria mais fácil. 

— O que eu faço agora? 

— Não se preocupe eu vou dar um jeito, eu te prometo que não vou deixar que fique neste lugar por mais tempo. Só peço que confie em mim, eu vou dar um jeito! 

—  Obrigado. — ela disse com um sorriso bobo no rosto e olhos carregados por lágrimas, as quais tinha esperança, não sabia bem como entender o que ele pretendia, mas, só de ter a certeza que ele sabia que ela era inocente  isso já a fez ganhar o dia. 




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