Capítulo 17 - A Filha do Assassino

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Após alguns dias no hospital em tratamento a mãe de Katy finalmente receberia alta, aquilo era um alivio para garota que tinha ficado muito assustada com o ocorrido. Enquanto estava na recepção assinando os papeis para saída, Andrew foi até o quarto para uma conversa rápida, na verdade ele estava ali para respostas mais claras as quais precisava. 

— Senhora Miller? — disse ele ao adentrar no quarto. 

— Olha ai meu menino. — ela lançou sorriso de orelha a orelha, gostava tanto dele que já apreciavam a intimidade em chamá-lo com carinho. 

— Como está? — ele fez uma reverencia beijando sua testa. 

— Finalmente bem. — ela suspirou pegando suavemente em sua mão. 

— Fico feliz por isso, a senhora sabe que nos assustou não sabe? 

— Eu sei. — ela soltou riso frouxo. — Sente-se um pouco eu ainda terei que esperar o médico vir e me passar as orientações. 

— Ótimo. — ele puxou a cadeira que tinha ao lado da cama para sentar. — Eu preciso mesmo de um tempinho para fazer umas perguntas. 

—É claro, quantas quiser. 

— O que pode me dizer sobre o Sang Yun ? 

A mulher claramente mudou sua expressão drasticamente, ouvir aquele nome parecia ser algo que claramente a deixava atormentada.

— Sei que não quer falar comigo sobre esse assunto, mas, o que aconteceu com a senhora tem haver com ele não tem? 

— Por favor. — ela puxou com agilidade seu braço o fazendo ficar perto para cochichar. — Não podemos falar disso com a Katy por perto eu te imploro. 

— Não se preocupe com isso. — ele cochichava de volta. — Ela não sabe sobre o assunto o qual vim tratar com a senhora, na verdade preciso até saber como vou proceder daqui em diante. 

— Ele deveria estar morto. — ela agora retomou a posição normal olhando amargamente para o nada. — Aquele cretino morreu para mim e para minha Katy. 

— Ela acha que o pai está morto? — ele lançou um olhar preocupado 

— E faria diferença? — ela teve receio do seu olhar a julgando. — Ele nunca foi um pai presente, nunca se quer escreveu para ela mesmo depois de partir, nunca nem mesmo foi a formatura dela quando se formou na faculdade. 

— Sei que é indelicado da minha parte falar isso, mas... — ele olhou para o lado conferindo se realmente não tinha ninguém ouvindo. — Katy é mesmo filha do senhor Sang? 

— É claro que sim! — ela arregalou os olhos.

— Me desculpe. — ele abaixou a cabeça por um momento. — Eu soube que houve algo entre você e meu pai....

— Eu juro que não foi exatamente como parece. — ela agora puxou suas mãos para si. — Eu o conheci era muito jovem, nunca tinha estado realmente com um homem e seu pai era elegante e muito sedutor. — ela apontou para Andrew. — Você tem muito dele a propósito. — o garoto ficou vermelho. — Tive um envolvimento com ele, mas, nunca soube que ele era casado quando descobri nunca mais quis vê-lo. 

— Mas.... — Andrew estava confuso. — E o dinheiro, eu vi que ele sempre mandava para senhora todos os anos. 

— Na verdade seu pai nunca me deixou em paz, ele vivia me perseguindo no trabalho e até mesmo subornou meus antigos patrões para que aceitassem o dinheiro dele para que me desse. — ela falava com uma expressão rancor. — Fiquei enfurecida com ele quando soube, eu disse que se ele continuasse eu o denunciaria para policia. As coisas só pararam quando eu conheci o pai da Katy e alguns meses depois os subornos pararam.

— E então ele passou a subornar seu marido? 

— Infelizmente... — ela abaixou a cabeça. — No começou quando ele me contou que conseguiu um emprego na empresa de seu pai eu fiquei aflita, mas, por um lado estava contente por ele só que depois as coisas ficaram ruins. Logo quando engravidei da Katy seu pai começou a mandar coisas, no começo era dinheiro e depois ele começou com presentes e quando a situação ficou ruim mesmo....

— Ele demitiu senhor Sang. — Andrew concluiu já imaginando a história toda em sua cabeça.

— Eu sei que a visão que você tem de seu pai é completamente diferente, mas, ele era um homem muito complexo e difícil de enxergar suas faces. — ela ainda segurava as mãos do rapaz. — Quando meu marido descobriu que tivemos algo ele ficou descontrolado, foi quando eu realmente conheci seu pior lado. 

— Desculpa a interrupção.... —  Andrew a encarou. — Ele tem uma ficha criminal a senhora sabia disso? 

— Eu soube pouco tempo antes de ele ir embora. —  ela começou a chorar. —  Imagine, como eu criaria minha filha perto de um homem como ele? 

— Eu entendo. — Andrew sentiu sua dor. 

— Eu juro que nunca mais tive contato com seu pai, depois que meu marido se foi ele nunca mais falou comigo ou me procurou ou enviou qualquer coisa novamente. 

—  Eu sei. —  Andrew deu dois tapinhas suaves acima de sua mão. — No último ano meu pai quis concertar a vida, percebeu que tudo que fez era errado e queria dar uma chance para si mesmo e foi tudo por água baixo. 

— Eu sei que foi ele. —  a senhora agora ergueu sua cabeça. —  Sei que naquele dia  ele matou sua família inteira, ele era o único que teria coragem e motivos para isso.  

— Agora eu também sei.... —  Andrew engoliu o choro, não podia fazer isso agora e nem mesmo naquele lugar. —  Eu só queria conseguir pega-lo de uma vez. 

—  Eu não tenho certeza. —  ela começou a cochichar novamente. — Mas, posso te dar uma ideia de um lugar o qual ele pode estar.  — os dois se olharam por um instante e Andrew pode sentir aquele gosto de esperança um pingo que fosse de que ele ficasse um passo a frente. 

— Mamãe? —  Katy os interrompeu e ambos ficaram pálidos a encarando. —  Desculpe assusta-los, o médico já está a caminho vamos para casa.  



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