Capítulo 3 - Meu Mundo

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— Como foi para você ter de carregar um império de 10 anos como está empresa? —questionava Katy, segurando seu caderno de anotações, registrando cada palavra a qual o CEO respondia sobre todas as várias perguntas genéricas que continha anotadas ali. 

Katy parecia transpirar com maior intensidade, não pelo fato de estar ainda vestindo um traje casual de trabalho ou muito menos, estar sobre aquele jaleco ridículo o qual seu chefe lhe obrigou a usar. Na verdade era como se estivesse entrevistando uma pessoa pela primeira vez. Suas mãos estavam tremulas e soando desde o inicio daquela sessão de perguntas, sua feição estava um pouco pálida para a ocasião talvez pelo fato de estar com fome, talvez por estar com alguém realmente importante ao seu lado. De fato com todas as circunstâncias, ela não tinha certeza do que estava fazendo ali se pudesse, fugiria correndo daquele lugar sem olhar para trás.

— E como está sendo essa festa para você? —ela o encarou não diretamente, fazia questão de não fixar seu olhar ao dele, mas, ele fazia questão de encará-la.

—Eu cansei de falar de mim.— ele colocou as mão no bolso de sua calça social, descontraído com a conversa, estava sentado em um pequeno banco com sua base de espuma.

— Como disse? — Katy simplesmente travou.

— Você deve estar cansada eu imagino, já estamos quase meia hora aqui com essa sessão de perguntas e nem se quer vi você beber um copo de água. 

— Desculpe, esse é o meu trabalho.

Andrew pegou ligeiramente seu caderno de anotações e os colocou em uma pequena mesinha, a qual estava perto dos dois. Depois a encarou sempre com semblante tranquilo e olhar brilhante. 

— Me deixa fazer uma pergunta? — agora ele cruzava os braços como se quisesse ser o entrevistador.

— É claro que sim. — Katy estava repetindo a si mesmo o que deveria fazer. 

— Como está sendo essa festa para você?— ele repetiu aquelas mesmas palavras como se pudesse brincar agora por poder imita-la.

— Como assim eu? — Katy apenas apontando para si mesma.

—  Sim. — ele sorriu subitamente. — Você é meus olhos e ouvidos por aqui essa noite, pelo que percebo no pouco que analisou nossa mesa de buffet, deve ter muitas opiniões sinceras.

— Oh não, aquilo? —  ela corou só de imaginar aquela cena novamente. —Eu não tenho que opinar sobre nada, eu vim apenas para cumprir com meu trabalho.

— Bom, pelo que analisei aqui das suas anotações....— ele olhou ligeiramente para o caderno e voltou com a atenção para ela.—  Você fez todo o seu trabalho, agora como convidada gostaria de saber sua opinião sincera.

—  A minha? — ela parecia estar queimando por dentro naquele instante.

—  A sua. —  ele afirmou cruzando os braços novamente esperando por sua resposta.

— Bom.... — ela parou por um segundo para fazer sua percepção analítica ou aquela era apenas uma pausa para que pudesse pensar como deveria sair daquela situação. Seu impulso de sinceridade não poderia aflorar naquele momento, não no primeiro dia importante para sua carreira, não justamente com aquele homem o qual pertencia a grande classe social.

— Tenho bastante tempo... — ele bateu ligeiramente os pés, não que realmente estivesse apressando, mas, queria muito qualquer reação dela que o surpreende-se.

—  Certo.— ela ficou completamente fixa o encarando, aquela sua expressão estava cheia de convicções. —  O lugar foi uma ótima escolha realmente, tem grandes janelas, muita claridade o que torna o ambiente totalmente agradável mesmo já estando tarde. A entrada achei exagerada, não estamos entrando em uma premiação, estamos? O buffet é encantador, só acho que poderia ter alguma comida a qual alguém comum pudesse identificar apenas olhando. Por que só estão servindo champanhe? E se alguém aqui estiver com vontade de qualquer outra bebida? Ah, aqueles seguranças lá fora são tão mau encarados que quando entrei achei que estivesse passando para entrar no tribunal.

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