Amigo - XX

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Quando a boca dele encostou na minha e a-chupou, eu senti o quão estava gelada. Passou várias cenas em minha mente, e aos poucos eu ia perdendo a vontade de me soltar.

- Porque você tem que ter essa boca tão gostosa?  - Sussurrou e me beijou para valer.

Eu parei de fazer força com as mãos, e tradicionalmente, ele colocou a mão sobre minha nuca e me puxou mais, para conseguir ter mais utilidades com a língua.

Quando minhas mãos estavam totalmente livres e depois de uns minutos lembrei de Dave, abri os olhos e empurrei Lucas.

- O que!? - Exclamou de braços abertos.

- É o seguinte, você está namorando com a tal de Yasmim, eu estou ficando com o Dave. Qual é o seu prob...

- Cala a boca - Me cortou e tampou minha boca com uma das mãos. - O seu problema, é que tu fala demais. - Tirou a mão.

- Você é ridículo! Fica me provocando aqui no salão, fica beijando a Yasmim lá em casa...

- Está borrado aqui ó  - Limpou o canto da minha boca.

- Para!  - Bati em sua mão - Você está usando a menina!  E eu não sou obrigada a fazer a mesma coisa com o Dave. - Tentei ir embora.

- Vocês vão dormir no mesmo quarto? - Me barrou.

- Quer saber? Vamos!  Você tem alguma coisa a ver com isso?

- Lógico que eu tenho!

- Ah, tem?  Você é o que meu? - Coloquei as mãos na cintura.

- Amigo!

- Exatamente. Amigo. Agora faça o seu papel e me deixa passar.

Ele ficou sem palavras, não tinha me deixado passar no começo, mas depois não ligou muito, e apenas um empurrão pro lado resolveu.

Passei primeiro no banheiro feminino, para pegar um pedaço de papel higiênico, e limpar o batom que Lucas tinha borrado, e depois passei por dentro do salão, com Júlia perguntando o que tinha acontecido.
Eu apenas disse que depois falava com ela, com mais calma e mais paciência.

Voltei para o apartamento de Júlia, com a mão sobre a testa, tentando entender o que tinha acontecido.

Dave surgiu sobre o corredor, me perguntando se eu estava bem, eu disse que estava, dei um beijo em seu rosto e fui para o tal quarto de hóspedes que Júlia havia citado.

Sentei na cama e comecei a tirar o sapato.

- Tem certeza que está tudo bem? - Entrou e sentou ao meu lado.

- Tenho. - Respondi seco, apenas mostrando um sorriso de lado.

- Olha, se você não quiser, não precisa ter nada comigo, aliás, não precisa dormir no mesmo quarto que eu.
Durmo no sofá, sem algum problema.

- Não, que isso. Eu não vou te deixar dormir no sofá. Pode dormir aqui.

- Você que sabe. -  Levantou.

- Aonde você vai?

- Vou assistir alguma coisa, perdi o sono. Quer vir? - Perguntou.

- Depois. Eu vou. - Me espalhei sobre a cama e abracei o travesseiro.

Ele saiu e fechou a porta.

Tentei cochilar mas a única coisa que eu conseguia pensar era no Lucas. Cada vez mais eu o-desejava, desejava mais o seu beijo e o seu jeito cafajeste de ser.


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