Bonvouar - XXXVI

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Enfim, O Casamento.

Santuário Bonvouar - 19:43

- Nunca vi um estacionamento para convidados de um casamento... - Resmunguei, sozinha, enquanto estacionava o carro, na vaga que era indicada por um moço simpático, com um terno elegante... Parecia que também iria assistir ao chato casamento. Saltei do próprio e logo fui atrás do tal bonitão - Oi? - Chamei sua atenção, pois vi que ele estava distraído enquanto ajeitava as mangas de seu terno - Muito obrigada - Estendi a mão para cumprimentá-lo - Eu realmente estava perdida.

- Que isso! Foi um prazer te ajudar. - Me cumprimentou - Está acompanhada?

- Ah! - Sorri meio sem jeito - Não, meu acompanhante teve um imprevisto, e minha amiga nunca iria aceitar vir em um casamento... ela odeia. - Sorri - Você também vai assistir ao casório, certo?

- Sim, sim. Adam é meu amigo de muitos anos, não poderia deixar de vir, e aliás, esse estacionamento é propriamente para os convidados. - Explicou - É um completo desperdício deixar uma moça tão bela como você sozinha... - Pausou, e ficou olhando para mim por alguns segundos com um sorriso fofo. - Mas, eu realmente preciso ir, tenho que falar com algumas pessoas.

- Claro! Nos vemos por ai - Ri.

- O..k - Fez um sinal com a mão e foi em direção a algumas pessoas que saltavam de um carro branco, de luxo.

Quase comecei uma sequência de lamentações por ter perdido a chance de perguntar; por onde eu ia, porém, a suspeita movimentação a minha direita, fez com que eu fosse até lá.

- Acertei - Comemorei, entrando no local.

Logo avistei minha mãe conversando com meu pai, e meu irmão ao lado. Parecia ser uma conversa amigável, daquelas que fazia com que Hyan ficasse inquieto, olhando para o teto, assobiando, e fazendo força para baixo dos seus bolsos por ser chato demais.

Cheguei "pianinho" perto deles e logo soltei. - Olá Família!

- Bia! - Disseram juntos.

- Meu Deus, filha! Você está maravilhosa - Afirmou meu pai, me rodando e dando um abraço apertado - Esqueceu do seu velho aqui não é?!

- Filha! - Cortou - E esse corpo? Perfeita! - Elogiou.

Olhei para Hyan e vi que ele já estava bufando por tanto "nhenhenhe" e o-abracei, da forma que ele mais odiava.

- Sei o que você está fazendo, isso não é legal. Você não sabe o quanto estou desconfortável aqui, Beatriz. - Reclamou.

- Own, meu jovem-idoso favorito - Fiz um carinho em seu cabelo e dei-lhe um beijo em seu rosto.

- Graças a Deus, vocês dois voltaram a ser o que era antes - agradeceu - espero que nunca mais briguem daquele jeito novamente.

- Calma Dona Elisa, isso nunca mais irá acontecer. - Afirmou Hyan.

- Meu Deus do céu, que coisa mais linda - Impliquei.

- Eu não quero ser o chato da família, mas, não podemos sentar? depois começa a chegar mais gente do que tem agora, e eu não quero ficar assistindo isso tudo aqui em pé.

- Podemos! Venham - Convidou minha mãe junto ao meu pai.

- Se não fosse a mamãe, eu teria vindo só na festa - Sussurrou

- eu também teria feito a mesma coisa. - Ri

Já acomodados no banco que parecia confortável para os próximos segundos e desconfortável para os minutos, envolvi o braço no pescoço de Hyan, colocando minha mão sobre o ombro dele, abraçando-lhe de lado e dando inúmeros beijinhos em sua bochecha.

- O que... - Olhou para mim, desconfiado por segundos - O que está fazendo ?

- Te beijando - Não segurei o riso.

- Você quer parar com isso? Está me babando todo! - Tentou se afastar, e passou a mão na bochecha para ver o quanto estava o-sujando de batom - Beatriz!

- Ok, Ok. - Aceitei. - É que meu irmãozinho está tão bonitinho.

- Sempre, isso não é novidade para ninguém... - Se convenceu.

Depois de um tempo, começamos a rir em cima do que estava acontecendo, e Logo ele parou bruscamente de rir e logo me incomodei com aquela situação.

- O que foi? - Perguntei, desconfortável.

- Tudo te incomoda não é? - Sorriu de lado e olhou para mim. - Aquela sua amiga, namora? - Foi direto.

- Júlia? Não... - Estendi - Porque?

- Ufa - Aliviou-se, e quando percebeu que aquilo tinha soado de uma forma estranha, logo recorreu - É... Ainda bem não é? Aquela menina é muito neurótica, coitado do homem que um dia namorar com ela. - Disfarçou.

- Está gostando dela? - Sorri

- Oi? - Disse, com uma grave afinação no final da pergunta.

- Está gostando dela, Hyan! - Cutuquei - Não acredito!

- Parou... Pode me respeitar por que eu sou o mais velho.

- Hyan... - Ri e parei logo após por sentir uma pessoa se aproximar, do meu lado esquerdo. Apenas dei uma rápida olhada, que nem foi para a pessoa, e sim para o chão. Um gesto de entender que deveria ser mais uma pessoa ocupando um dos poucos lugares vagos que ainda havia no local. A tal pessoa se sentou bem ao meu lado, ou seja, quase entrando em meu corpo e pegando um de meus rins. Parecia desesperado para me fazer olhar... Bom, o "desesperado" é por que deu para sentir que era um homem, pois o seu braço forte, implicava com o meu, que esparrava o quanto o tecido de seu terno era bom. Ainda resisti, e não olhei. Apenas dei um "chega pra lá" em Hyan, por que o sujeito parecia um daqueles que esperava a dias na fila de cirurgia bariátrica. Porém, senti o seu perfume, tão bom... E tão familiar. Parecia o perfume gostoso de Lucas. - Perfume gostoso de Lucas? - Pensei.

Corri meus olhos para o rapaz, deixando escapar o: - Lu... - e logo me assustei.

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