K.O - Nocaute

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Yoongi levantou a cabeça, encarou a psicóloga que estava na ponta da cadeira, ansiosa pelo desfecho da história. Não gostava nem um pouco dela, iria trocar assim que possível, mas Jimin insistiu que fosse a última consulta. Respirou fundo cansado por contar a história mais uma vez.

— Jimin a princípio ficou sem reação, por sorte a arma já estava com silenciador então não chamou a atenção de muitas pessoas. Quando Jimin voltou a si, me impediu que eu matasse Bambam de tanto bater nele.- Admirou a mão ainda machucada— Já estávamos chamando atenção demais.

— E como você se sentiu?

— Óbvio que bem, aquela história finalmente tinha acabado e pude abraçar meu noivo.

— Acertou algum órgão vital?

O Min passou a mão no lábio inferior irritado pela pergunta horrível.

— Não, acertei a parte de trás do joelho. Ele nunca vai poder andar sem mancar e é bom que lembra todo dia da merda que fez.- Coçou a testa, se lembrando das dificuldades que tiveram para sair do país.

— E você acha que vocês dois têm um relacionamento saudável? Afinal de contas, ele quem te levou para esse submundo.

— Ele não me levou para a gangue, eu que quis entrar. Poderia ter deixado tudo na mão dele, para que ele resolvesse, mas quis fazer minha vingança.

A mulher assentiu e voltou a fazer anotações na ficha do boxeador.

— E como você se sente com o relacionamento de vocês ser cercado por esse tipo de coisa?

O loiro olhou para o relógio atrás da psicóloga, entendia a preocupação de achar toda aquela violência normal, mas sentia uma preguiça enorme por ela ter essa suspeita. Não era sobre aquilo que Yoongi queria conversar, não era o tipo de coisa que assombravam suas noites e sim o que tinha contado antes, que ela não tinha dado uma foda.

— Claro que não!- Respondeu irritado— Isso nem deveria ser uma pergunta, acha que eu sou um psicopata? Que gosto de ser sequestrado por causa de um tarado que era obcecado pelo meu noivo? Buscar e levar dinheiro de propina para que não mexam com a minha família? Não, nada disso é normal, mas assim que entramos, não podemos sair vivos.

Ela assentiu e encarou as anotações que havia feito, olhou o relógio e sorriu cordialmente.

— Vamos encerrar por hoje, certo? Espero que volte na semana que vem, Yoongi, vejo que temos muito trabalho pela frente.

.A resposta do loiro foi um revirar de olhos, queria passar com outro profissional que realmente fosse profissional. Saiu de dentro do consultório mais bravo do que tinha chegado, já tinham se passado quatro meses desde o resgate de Jimin. Bambam e Mark estavam aos cuidados de J. Pearl, apesar de que não tinha sido um consentimento de todos, a traição havia começado em Seul então o casal acabou cedendo.

Alcançou o carro do outro lado da rua e sentiu o celular vibrar no bolso, atendeu enquanto destrancou o carro.

Onde você está?!

Estalou a língua no céu da boca e entrou no carro.

— Estou saindo da terapia, hoje foi uma merda.

Não me diga que você esqueceu.

— Claro que não esqueci, meu bem, eu já estou indo. Porque está tão bravo?

Porque você está atrasado, Yoongi, se marcamos a droga do horário é para sermos atendidos nesse horário. Parece que eu sou o único que se importa.

O loiro revirou os olhos e se segurou para não respirar fundo.

— Não fale esse tipo de coisa, meu bem, sabe que me preocupo tanto quanto você.

KnockOut [YM]Onde histórias criam vida. Descubra agora