12 AZRIEL

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Azriel saiu para encontrar seu contato, então foi em direção ao porto.

"Sloop" William, provavelmente nem era seu verdadeiro nome, mas não fazia a menor diferença. Ele apenas era um homem pequeno e magro, usava sempre a mesma expressão de quem sabe que está compartilhando um segredo com você.

Ele era capitão de um navio pequeno, porém, rápido, O Sargaço.

Ele era o homem que contrabandeava artigos da parte de cima da antiga Muralha para outros continentes e os vendia por preços exorbitantes e alegava que possuíam propriedades mágicas. Provavelmente possuíam. Azriel não lidando com nenhum ser vivo, ele não iria intervir. Até agora não havia lidado com artigos muito perigosos, apenas algumas ervas para emplastos, umas frutas de fada, facas e espadas de ferro feérico.

O mestre-espião dificilmente cortaria relações com ele, Sloop William tinha o que era preciso para o trabalho, não fazia muitas perguntas e sempre tinha o que Azriel precisava, principalmente, segredos. Quando Azriel precisava de certos segredos e suas outras redes também não lhe entregavam, era só falar com o Sloop William. Ele possuía algumas hipóteses de como o humano conseguia o que queria, mas nenhuma verdadeiramente conscistente.

Az tocou na alça da mochila, na qual trazia os itens da negociação da vez.

Ele trouxera conchas da Estival, as conchas raras que maceradas e associadas a um óleo de Amarílis da Primaveril, se transformavam na tinta do tom branco mais puro e mais permanente, durava séculos. O que convenientemente trouxe junto às conchas dentro de um pequeno frasco. Geralmente essa mistura era usada em tatuagens feéricas.

O suficientemente rara para duas passagens para ele e Erya no navio até o outro continente. O guerreiro mandara uma carta para ele marcando a negociação.

Então, Azriel andou para o lado do ancoradouro que o Sargaço sempre ficava. Mas o seu navio não estava lá. Az franziu o cenho.

Então, um garoto que passava carregando uma rede pesada com a última pesca. Ele tinha por volta de 14 anos talvez, os cabelos marrom batiam nos ombros magros cobertos por uma blusa fina. E a pele possuía um tom bronzeado de quem tem costume de passar os dias no mar. Deveria ser algum aprediz de pescador.

-Ei, garoto - a voz de Azriel o assustou quase o fazendo derrubar a rede - Sabe onde o Sargaço está aportado?

-Não sei, senhor. - disse o menino seguindo seu caminho. "Não sou nenhum senhor", ele detestava ser chamado disso. Quando de repente o menino voltou e disse:

-Talvez o senhor devesse ir no Estrela da Alvorada. Eu tenho quase certeza de que possa conseguir alguma informação útil por lá.

-Obrigada. - Azriel respondeu.

Então com um suspiro e um pressentimento de que aquilo iria ficar mais trabalhoso, seguiu para o bar do outro lado do píer.

O lugar fedia a peixe, suor e um pouco de sangue. Mais ainda do que no lado de fora. As pessoas se reuniam em torno de mesas redondas de madeira velha com suas canecas com diferentes níveis de cerveja e outros tipos de bebida, além dos diferentes estados de espírito de cada um ali. Mulheres esfregando-se no colo de muito dos marinheiros complementavam a cena, estavam com roupas que realçavam suas silhuetas e pesadas maquiagens. O cheiro de seus perfumes baratos chegava ao olfato de Azriel.

Graças ao lagrimar, ninguém o olhava duas vezes. Chegou ao balcão sem problemas. O barulho de suas botas contra a madeira no chão se perdia em meio a algazarra das conversas e da música do piano.

Azriel não tirou o capuz ou sentou-se, apenas pediu uma caneca de cerveja. Tomou um gole, a bebida tinha um gosto tragável e o esquentou por dentro. Ele encostou-se no balcão de costa para o tarveneiro, e deu um sorrivo lascivo para uma das mulheres sentadas perto do piano, para a mais abastarda do centro do grupo. E a chamou com o dedo.

CORTE DE FOGO E PESADELOS (uma fanfic de Acotar)Onde histórias criam vida. Descubra agora