22 AZRIEL

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AZRIEL

O sangue de Azriel rugia em seus ouvidos e embebeu-se de raiva. Como alguém ousava ameaçar sua Corte ou até mesmo a ele? Que tipo de ameaça era aquela? Ameaçava a Azriel, a Erya ou a suas Cortes? Todos eles? Simplesmente patético. O pensamento assentou no fundo de mestre-espião. No entanto, aquilo era uma ameaça a sua missão. Ele caçaria a pessoa responsável por aquele "aviso".

Parece que sua missão acabara de ficar mais intrigante. Ele apertou os olhos para a coluna como se fosse capaz de ver através dela quem fizera aquilo. Suas sombras agitaram-se ao seu redor sentindo sua fúria. E escorreram por entre seus dedos, sem que os outros reparassem.

–Vamos embora. – Ele deu as costas para a coluna. E sem se preocupar se os outros o seguiriam, andou em direção à floresta a sua frente, deixando os restos dos corpos e da construção para trás.

Ninguém reparou quando, naquela pilastra manchada de sangue, sombras a envolveram-na, ou na mão do illyriano que transbordava sombras. Nem repararam quando estavam longe o suficiente, Azriel fechou a mão com força e as sombras arrebentaram a estrutura de pedra sem esforço, como uma cobra esmagando os ossos de sua vítima.

...

Corrhian

Corry colocou mais uma vez a companhia dos mestres-espiões em perspectiva. Será valia a pena colocar ele e o companheiro em risco? Será se o que estivesse caçando os súditos de Rhysand, prestaria a mesma cortesia aos cientistas? E ele não podia deixar nada acontecer com a própria missão. Não adiantava pensar muito sobre, iriam se separar o mais rápido possível. E isso seria resolvido.

Eles começaram a andar em direção ao norte. Então, em um dado momento, Corrhian os parou para verificar o mapa. Simplesmente projetou um mapa em linhas compostas de luz saídas da palma de sua mão sobre o chão. Todas os relevos, as formas, até mesmo a vegetação parecia ter a textura real, claro que tudo em miniatura. Mas ele conseguia mudar as proporções ao seu bel prazer. Tudo guardado em sua mente.

O cartógrafo imaginou se os mestres-espiões já tiveram a oportunidade de conhecer alguém como ele. Não que Corry se achasse melhor que os outros. Só um pouco lá no fundo, onde ninguém suspeitaria. No entanto, esse não era o caso. Ele sabia que seu dom não era tão comum. Principalmente, por Helion preferir manter o que se passa dentro de sua corte sob sete chaves.

Com a Corte Diurna sendo a detentora da maior biblioteca em toda Prythian e do mundo, era crucial que aquele conhecimento não caísse em mãos erradas. Nela estavam contidos todo o conhecimento do mundo catalogado até hoje. Os textos mais antigos, as formas de arte, música e cultura de humanos e feéricos além das formas de engenharia, matemática e medicina até hoje conhecida. As variações das histórias e seus pontos de convergência, todos juntos sob o mesmo teto.

Conhecimento é poder. Corry sempre acreditara naquilo, e era exatamente por isso que estava ali. Precisava descobrir algo, e proteger aquele conhecimento, que mudaria a trajetória do mundo que todos estavam acostumados.

Ele respirou fundo e focou no agora.

–Nós estamos aqui. – apontou para onde estávam as suas quatro representações. Eram bonecos exatamente iguais aos feéricos, até suas armas estavam do desenho vivo. Linhas feitas de luz amarela, moldada pela luz presente ali.

–Ei, meus braços não são tão finos. –protestou o engenheiro. Corry simplesmente apertou os olhos em sua direção, transformou o personagem de Gyddy em um esqueleto com suas roupas e seu machado.

–Suficientemente grande para você? – ele encarou Aodh com sarcasmo.

Aodh inclinou-se para Erya e disse dissimulando uma emoção, cuja Corry preferiu não identificar:

CORTE DE FOGO E PESADELOS (uma fanfic de Acotar)Onde histórias criam vida. Descubra agora