04 AZRIEL

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Eles estavam aguardando Keir na sala de reuniões, sentados ao longo da mesa, as sombras de Azriel estavam agitadas e seu instinto sussurrara que algo o surpreenderia naquela reunião.Como previsto, Rhys lançou um escudo de poder ao redor da sala, para que pudessem falar em particular sem serem escutados. Cada parede ali possuia não só ouvidos, mas boca também.

Ali seria uma sala comum como qualquer uma, mas era enorme. Toda trabalhada na obsidiana e entalhes em roxo bem escuro na própria pedra da montanha, retratava batalhas antigas de feéricos que ninguém ali conheceu. A sala possuia uma longa mesa de uma pedra preta polida, com muitos lugares.

-Azriel – disse o Grão-senhor com um tom sério. O mestre-espião voltou-se para ele e ergueu uma sobrancelha o convidando a falar. – Você sabe que eu não gosto de me meter na vida de vocês. Na sua principalmente, mas Elain está fora de questão.

Azriel pensou em inúmeras frases e perguntas, mas disse com uma fúria gelada mal contida:

-Por quê?

-Porque sim.

-Você acha que eu vou assustá-la? – disse a piada, porém sem humor na voz.

Rhysand pensou em contar a verdade para o irmão. Maldição, sabia que ele gostava dela e sua felicidade era mais do que merecida e tudo o que ele queria para o irmão, mas não sabia se cabia a ele contar aquilo. Então, tomou uma decisão.

-Não, nós dois sabemos que isso não aconteceu nem quando ela era humana, quem dirá agora. - Rhys respondeu seco – Você só não pode ficar com ela.

Os dois machos se encararam. O poder bruto de Azriel gritava em seus ouvidos e rugia em suas veias. Mas seus sifões só brilharam quando Rhysand, ao encostar-se na cadeira disse:

-Isso é uma ordem.

-Do meu irmão ou do meu Grão-Senhor?

-Do único que ordena e você obedece.

Azriel fervilhou de raiva e em resposta suas sombras agitaram-se ao seu redor. Mas ficou calado. O seu senso de dever para com seu Grão-senhor era maior que sua vontade. Então ele obedeceria. Mas não sabia até quando. Ele precisava investigar o porquê daquela insistência ridícula.

Sua dor de cabeça estava ameaçando voltar.

-Você e Feyre. Cassian e Nestha, E não se atreva a discordar, você sabe que sim - disse Azriel com amargor na voz - Mas não eu e Elain.

O mestre-espião bufou.

- Não sou eu quem faz e desfaz esses arranjos. - defendeu-se o Grão-senhor.

-Então pare de agir como se fosse e cuide da própria vida. - Azriel respondeu seco.

Contudo, eles foram interrompidos por Keir ao entrar na sala de reuniões. Fez uma reverência para Rhysand e perguntou sentando-se:

-Grão-senhor, qual o motivo da reunião?

-Como hoje eu não estou com paciência para seus joguinhos, vamos direto ao ponto – disse Rhys – Os meus precursores da escuridão que você está mandando para as terras humanas ao sul de Prythian e ao sudeste de Scythia, para onde exatamente você os está mandando e, principalmente, por que eles não estão voltando?

-Ora sobrinho – respondeu Keir, encostando-se na cadeira – Os precursores da escuridão são meus e não seus. Foi a mim que você veio pedir permissão para usá-los, você lembra?

Sombras envolveram Keir, e não apenas susto o prendeu na cadeira. Azriel já estava em pé com a Reveladora da verdade em mãos e os sifões brilhando. Porém, Rhys falou:

CORTE DE FOGO E PESADELOS (uma fanfic de Acotar)Onde histórias criam vida. Descubra agora