07 AZRIEL

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A dor de cabeça de Azriel continuava a latejar em sua nuca.

Rhysand os atravessou para a Casa do Vento. A tensão de Az era palpável no ar. Ele estava frustrado por não poder estar com Elain e nem saber o motivo, por não saber sobre a Corte dos Pesadelos, que possuía uma Mestre-espião e uma aparentemente uma tão habilidosa, além de estar com a raiva triplicada por Keir – o que ele achava impossível, mas aparentemente ele conseguira sentir mais ódio.

Rhysand logo foi embora o deixando com suas sombras para pensar, mas não antes de o lembrar da partida de Mor hoje à noite. Ela iria para Creta ver Mirian e Drakon. Aparentemente eles insistiram que ela os visitasse por algum motivo secreto que Azriel desconhecia.

Como não havia conseguido ir antes, ele caminhou até lá para organizar os pensamentos. Azriel foi na loja da curandeira mais confiável e habilidosa que conhecia, Madja.

Ele e a família foram curados diversas vezes pelas mãos hábeis e o olhar cuidadoso dela. Ele bateu na porta suavemente antes de entrar. O estabelecimento era grande e acolhedor, na parte norte de Velaris. Com grandes janelas na fachada. O cheiro de ervas recém colhidas e alguns outros componentes encheram o olfato de Azriel, quando ele entrou.

-Olá Azriel, como posso ajudá-lo? - Ela perguntou. Madja era uma senhora velha, até para os padrões feéricos. Alguns sinais como rugas de cansaço ou de risadas e alguns outros sinais estavam presentes na pele escura de seu rosto. Mas os inflexíveis olhos pretos continuavam sempre atentos. O que ele notou estarem procurando algum sinal de ferimento.

-Olá, Senhora – respondeu Az num tom leve dedicado apena para ela.

-Já não disse que não precisa disso de "senhora"? – ela falou. Ele arqueou as sobrancelhas de um jeito brincalhão, apesar de não estar de tão bom humor. Ele nunca deixaria de prestar respeito para ela, para os mais velhos, para pessoas que realmente mereciam – era algo que sua mãe o havia ensinado, e se alguém merecia respeito era aquela senhora.

Ele sabia que ela reclamava, mas no fundo gostava.

Ela suspirou e disse:

-Tudo bem. O que você quer, menino?

-Minhas enxaquecas voltaram e remédio que você me deu acabou. – Ele disse.

-Então é por isso que você está com essa cara de ranzinza e quase arrastando as asas na minha loja? -Ela disse estreitando os olhos e apontando para ele, como uma avó repreende o neto pela postura, era quase isso que estava acontecendo – Ajeite essa postura, menino. Sabe que não deve fazer isso. Mas sim, vou buscar um pouco do remédio.

Ele resmungou algo como "eu não estava fazendo isso. Minhas asas estavam firmes." Mas ele preferiu não se fazer ouvir completamente por ela.

Então ela abriu uma porta que ficava no meio da estante dos frascos presa a enorme parede da direita. Ela entrou numa sala ampla com uma janela do lado direito e uma mesa cheia de frascos e algumas plantas espalhadas ou já secas. Entretanto, foi numa pequena cômoda e de lá tirou uma pequena sacola de veludo que continha a solução para sua enxaqueca, temporariamente, pelo menos.

O pó o fazia dormir sem ter sonhos ou pesadelos e aliviava sua enxaqueca. O pacote o lembrou do presente de Elain no festival passado quando eles trocaram presentes e como ela o havia feito rir com aquele simples gesto, o que levou Az a outra lembrança, o quase beijo com Elain. Rhys teria tido um ataque se soubesse daquilo ele concluiu que seria engraçado de ver, a imagem disso o deixou levemente mais alegre.

Porém, ele queria saber o porquê o irmão não o deixara chegar perto da irmã do meio das Archeron. Talvez suas sombras conseguissem descobrir o porquê antes partir, ele detestava se meter na vida dela, mas...

CORTE DE FOGO E PESADELOS (uma fanfic de Acotar)Onde histórias criam vida. Descubra agora