Chapter Eleven: Bark At The Moon

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Hawkins, Indiana
28 de Junho de 1985

Jim Hopper saiu de seu quarto às seis da manhã, como de costume, usando seu uniforme de delegado. No entanto, sua maior surpresa daquele dia estava na sala, vendo televisão, comendo uma tigela de cereais e usando um pijama de Star Wars.

— Bom dia, pai — Joanna Hopper sorriu levemente para o mais velho, levando mais uma colherada generosa à boca.

— Bom dia — Jim ergueu as sobrancelhas, oferecendo um pequeno sorriso à filha quando o choque passou.

— O que? — indagou Joanna, quando o homem ficou parado ao lado da poltrona por mais tempo do que o necessário.

— Desde quando você acorda tão cedo? — Jim caminhou até a cozinha e pegou sua caneca, antes de completar a frase enquanto enchia a mesma com café. — E sozinha?

Joanna corou, mas balançou a cabeça para não levantar mais suspeitas, em seguida mudou de posição no sofá para vê-lo melhor.

— Muito engraçado, delegado Hopper — respondeu ela, com uma careta, que Jim logo imitou, fazendo-a rir. — Eu queria conversar com você antes do trabalho. Tem uma coisa que não me deixou dormir direito a noite toda.

Jim arqueou a sobrancelha, curioso, e sentou ao lado de Joanna, que entrelaçou as pernas e fitou a tigela antes de começar a falar.

— Eu lembrei de uma coisa do meu passado — sussurrou Joanna, com medo de tudo se tornar ainda mais real após falar em voz alta.

Jim respirou fundo, bebeu um longo gole de café, e deu o espaço que a filha precisava para continuar falando.

— Pensei que fosse um sonho, mas ontem, quando passei perto da floresta de carro, algo me ocorreu — Joanna suspirou, reunindo coragem para continuar, e tentando deixar de fora alguns detalhes, como o fato de ter ido ao parque de trailers com Billy para comprar drogas. — Quando meus pais saíam para trabalhar, às vezes me deixavam com a vizinha. Ela devia ter uns vinte e poucos anos, na época, e eu lembrei que a chamava de Lola.

Jim ergueu as sobrancelhas e deixou a caneca sobre a mesinha de centro, pegando o bloquinho e a caneta no bolso da camisa, em seguida, e anotando "Lola, na faixa dos vinte anos, morava no parque de trailers em 1979".

— Você lembrou de mais alguma coisa? — indagou ele, olhando para a filha de forma carinhosa, porém ansioso por mais informações.

— Só uma vaga memória de entalhar minhas iniciais no tronco de uma árvore junto com o Eddie — Joanna deu de ombros, abraçando o próprio corpo.

— Eddie Munson? — Jim franziu o cenho enquanto anotava as novas informações, mesmo que mínimas. Joanna assentiu, positivamente. — Acha que ele poderia te ajudar a encontrar essa árvore enquanto eu faço uma busca sobre sua ex babá?

— Acho que sim — Joanna não parecia ter muita certeza, mas apenas a possibilidade de descobrir algo sobre seu passado já era suficiente para ela ignorar isso.

— Ótimo, vou falar com Taylor que você está me ajudando e não pode ir trabalhar hoje — Jim levantou, bebendo todo o café de uma só vez.

Quase seis anos haviam se passado desde que Jim encontrou Joanna perdida na floresta, mas o delegado nunca perdeu as esperanças de que um dia resolveria aquele mistério, e muito mais do que isso, ajudaria a garota a montar o quebra cabeça que era sua mente.

— Você acredita mesmo que isso vai nos levar à algum lugar? — Joanna mordiscou a ponta do dedão, insegura.

— Já fiz investigações com bem menos — Jim piscou e beijou o topo da cabeça de Joanna. — Tenha um pouco de fé, Jojo, tudo é possível em Hawkins.

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