Chapter Seven: Bad Medicine

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Hawkins, Indiana
10 de Novembro de 1984

Joanna Hopper passou a maior parte do dia procurando por pistas que pudessem levá-la ao paradeiro de todas as pessoas próximas a ela — obviamente, antes de sua cabeça começar a protestar.

Quando a enxaqueca se tornou mais forte do que ela achou que poderia suportar com a ajuda de analgésicos, Joanna se questionou se não deveria ter aceitado a ajuda de Eddie Munson para acompanhá-la ao hospital. Ao pensar no metaleiro, imaginou se ele não teria algo ilícito que aliviasse as dores. "Como se ele fosse me vender drogas", pensou, soltando uma lufada de ar em seguida. Eddie, com certeza, não queria nem vê-la pintada de ouro, quem dirá fornecer produtos ilegais.

Joanna voltou para a cabana tarde da noite, com uma sacola cheia de analgésicos, pensamentos autodestrutivos e um machucado horrível na testa — que estava sob a bandana preta de Eddie Munson.

A garota entrou debaixo do chuveiro após tomar dois comprimidos, sentindo a água quente relaxar um pouco seus músculos e torcendo para suas dores amenizarem. Logo, suas lágrimas salgadas se misturaram às gotas d'água. Joanna se sentia inútil, abandonada e apavorada. Queria seu pai, queria sua irmã e queria se esconder de suas memórias confusas.

Sem pensar, Joanna pegou a garrafa de uísque que achou na cozinha e havia colocado sobre a pia do banheiro, apenas para o caso de os analgésicos não ajudarem em nada. Ela virou o primeiro gole e fez uma careta, sentindo o líquido quente queimar sua garganta. Quando terminou de tomar banho, a garrafa já estava pela metade e Joanna se sentia ainda mais tonta do que antes, no entanto, entorpecida. A filha do delegado sabia que não devia fazer isso, sabia que era errado, mas naquele momento não se importava. Apenas precisava fugir da realidade.

Joanna vestiu uma camisa xadrez velha e uma calça moletom, se jogou no sofá da sala como Jim Hopper costumava fazer, largou a garrafa no chão e, no silêncio da cabana vazia, apenas seus soluços eram ouvidos. Ela não soube ao certo quando adormeceu, mas agradeceu quando aconteceu e, principalmente, quando ficou tão dopada a ponto de não ser atormentada por seus pesadelos.

Hawkins, Indiana
11 de Novembro de 1984

Naquela manhã tranquila de domingo, Joanna acordou em um sobressalto. Sua cabeça doía ainda mais e ela sentia um gosto ruim na boca. Não demorou muito para que a garota saísse correndo até o banheiro e vomitasse o pouco que havia comido no dia anterior.

Joanna tossiu algumas vezes e lavou o rosto na pia, escovando os dentes enquanto observava seu reflexo. O corte na testa não estava tão ruim quanto ela imaginava, mas ainda estava feio. "Talvez eu devesse ter levado alguns pontos", pensou ela, enxaguando a boca e fazendo uma careta para o espelho. Joanna encheu o copo com água e tomou mais dois comprimidos de analgésico, em seguida penteou o cabelo escuro com os dedos, fez um curativo simples no machucado e amarrou a bandana na testa, para escondê-lo. Não era o ideal, mas era o que ela conseguiria fazer no momento.

A morena foi até seu quarto e vestiu a primeira roupa que encontrou, uma camisa do The Doors com tachinhas, uma calça preta colada no corpo e rasgada nos joelhos e um all star branco. Joanna amarrou a blusa xadrez na cintura, pegou as coisas essenciais e saiu às pressas. Ainda precisava encontrar seu pai, sua irmã e, com sorte, Steve Harrington, no processo.

E ela não fazia ideia de por onde começar.

Foi então que algo lhe voltou à mente, embora a bebida ainda fizesse sua cabeça girar.

Sim, ela sabia por onde começar.

Max Mayfield estava tentando consertar seu skate, que havia sido quebrado por Billy. Enquanto isso, Billy Hargrove escutava For Whom The Bells Tolls, do Metallica, no último volume, e praticava seus exercícios regulares de musculação.

Super Freak {STRANGER THINGS}Onde histórias criam vida. Descubra agora