Chapter Thirteen: Runnin' With The Devil

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Hawkins, Indiana
29 de Junho de 1985

Joyce Byers insistia que havia algo de errado em Hawkins pelo simples fato de seus imãs de geladeira estarem sem magnetismo. A mãe de Jonathan e Will apresentou diversas teorias a Jim Hopper, que certamente teria se interessado mais pelo assunto caso não estivesse investigando a babá misteriosa de Joanna — e também por ter ficado plantado esperando Joyce para um encontro na noite anterior.

Quando procurou Wayne Munson para questioná-lo sobre uma garota na faixa dos vinte anos conhecida por Lola, que morou em Forest Hills por volta de 1979, o delegado não tinha esperança nenhuma de que o tio de Eddie lembraria de qualquer coisa relevante. No entanto, assim que descreveu as características da garota, Wayne imediatamente se recordou.

O nome da jovem, na verdade, era Dolores Parker, e pelo que Wayne se lembrava, ela se mudou com o pai poucos dias antes da investigação sobre a morte dos pais de Joanna começar. Para onde ela havia ido, era um mistério. E Jim se viu novamente no meio de um labirinto, sem saber para onde ir, mas ao menos tinha um nome para começar a procurar.

Antes do surto dos imãs de geladeira, Joyce sugeriu que Jim pedisse ajuda ao Doutor Sam Owens, que o havia ajudado a adotar Eleven legalmente e tinha muitos contatos no governo. Contudo, algo dentro do delegado gritava para que não envolvesse o governo ou qualquer pessoa ligada ao Laboratório de Hawkins na vida conturbada de sua filha mais velha. O que o fez lembrar de quando Owens lhe entregou a certidão de nascimento de Eleven e fez perguntas vagas sobre Joanna. Naquela ocasião, Jim apenas disse que já tinha uma filha adotiva chamada Joan e o médico não fez mais perguntas.

Enquanto Jim seguia Joyce na incansável cruzada de entender o que estava acontecendo em Hawkins, com a promessa de que a mulher o ajudaria no "mistério da babá", Clarisse Sullivan e Tracy Cunningham tentavam entender o que diabos significava um código vermelho e porque Max Mayfield e Eleven — para elas, Jane Hopper — estavam tão apavoradas.

— O que aconteceu?! — Joanna Hopper correu até Eleven e a segurou pelos ombros, olhando fixamente nos olhos da irmã mais nova. — Vocês estão bem?

— Estamos... — Eleven abraçou a irmã pela cintura e se aconchegou em seu peito — Mas eu vi uma coisa.

Joanna soube, logo que Eleven disse aquilo, que ela havia visto com seus poderes. Ou seja, era realmente um maldito código vermelho.

— O que você viu? — Joanna inclinou um pouco o corpo para trás, tentando observar melhor Eleven.

— Ela viu o Billy — Max murmurou, com a voz trêmula.

Joanna sentiu o chão abrir sob seus pés. Havia algo no tom de voz de Max e em seus olhos verdes que a deixou extremamente apavorada.

— Você precisa fazer alguma coisa antes que ele machuque a Heather — comunicou Eleven, finalmente, se afastando do abraço da irmã.

Clarisse e Tracy se encararam, assustadas, enquanto se esforçavam para entender o que estava acontecendo ali e como haviam se metido naquela situação.

— Se ele fez alguma coisa, precisamos chamar a... — Tracy começou a falar, atropelando as palavras.

— A polícia? — indagou Joanna, com a sobrancelha arqueada como quem diz "você quer dizer, o meu pai". — Eu consigo lidar com o Billy.

— Não quer dizer que você deva — pontuou Clarisse, com firmeza. — Eu posso falar com o meu pai.

— Não! — exclamaram Eleven, Max e Joanna, em uníssono.

— Essa é a última coisa que devemos fazer — Max gesticulou, nervosa, fitando as duas mais velhas intensamente.

— Vamos encontrar o Billy e descobrir o que está acontecendo — Joanna passou a mão no cabelo escuro e soltou uma lufada de ar antes de voltar a atenção para Clarisse e Tracy. — Vocês podem vir com a gente, mas precisam assumir os riscos.

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