Chapter Nineteen: Paranoid

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Laboratório Nacional de Hawkins
Hawkins, Indiana
08 de Setembro de 1979

Relutantemente, a pequena Joanna se viu novamente diante da sinistra fachada do laboratório, uma sensação de apreensão apertando em seu peito. Seus pais insistiram que ela precisava estar lá, suas palavras soando como uma ordem sutil. Eles garantiram a ela, com uma autoridade mascarada, que os testes e exames realizados pelo Dr. Brenner eram para seu próprio bem. Com apenas doze anos, Joanna não compreendia totalmente o propósito dessas análises intermináveis, mas ela não se atrevia a desafiar seus pais. Afinal, eles trabalhavam dentro dos confins misteriosos da instalação, depositando sua confiança nas mãos do médico.

As outras crianças que vagueavam pelos corredores do laboratório pareciam pertencer a um mundo distante, além do alcance de Joanna. Sempre que ela expressava o desejo de estar junto com eles, o semblante de seu pai se tornava tenso, e sua mãe, com sua gentileza característica, explicava que era melhor para Joanna não se envolver muito. Assim, o mundo de Joanna permanecia confinado à presença dominante do Dr. Brenner — nem mesmo o Dr. Owens, figura respeitada no laboratório, tinha permissão para comparecer às consultas semanais de Joanna, sob ordens estritas do enigmático chefe.

Uma única vez, Joanna capturou um vislumbre de Brenner conversando com um homem chamado Peter, que ela presumiu ser um enfermeiro. Suas conversas, sussurradas e misteriosas, ecoavam através da porta fechada, alimentando a sensação de que a verdade estava sendo mantida nas sombras, como um segredo inacessível para uma criança.

— Eu quero ir para casa — Joanna murmurou, sua voz carregada de medo, enquanto buscava conforto no abraço acolhedor de seu pijama macio.

— Joaninha... — Sua mãe se agachou, um sorriso breve em seus lábios, afastando delicadamente as mechas de cabelo que cobriam os olhos da menina. — Dr. Brenner logo estará aqui, e então poderemos ir para casa, tudo bem?

— Ele não vai demorar muito com sua consulta matinal, fadinha. — Seu pai interveio, apoiado na porta, lançando-lhe um piscar de olhos discreto.

Uma sensação de desconforto se espalhou pelo ar, os dedos de Joanna tremendo nervosamente enquanto ela os torcia ansiosamente. Algo estava errado, uma inquietação inexplicável a consumia por dentro.

— Estou sentindo algo estranho, não quero ficar aqui — confessou ela, deixando escapar um suspiro.

Os pais de Joanna trocaram um olhar rápido e intenso, abandonando temporariamente sua máscara de proteção. No entanto, logo voltaram aos seus papéis reconfortantes, suas feições se suavizando mais uma vez.

— É só a sua imaginação, minha querida. Não há motivo para se preocupar — Sua mãe tentou acalmá-la, embora sua voz fosse carregada de incerteza.

De repente, sirenes ecoaram, seus gritos estridentes perfurando o laboratório, enquanto as luzes de emergência lançavam um brilho misterioso sobre tudo. As palavras da mãe de Joanna foram abruptamente silenciadas, seu significado pairando no ar, enquanto todos os olhares se voltavam para a saída.

Instintivamente, o pai de Joanna trancou a porta, impulsionado por uma crescente apreensão. Talvez o Dr. Brenner tivesse ido longe demais, afinal.

— Onde ela está? — A voz de Joanna soou mais alta do que as sirenes, enquanto a escuridão envolvia a sala, deixando apenas o brilho avermelhado das luzes de emergência.

Os pais da menina se voltaram para ela, percebendo só então que ela havia entrado em estado de transe.

— Joanna? — A mãe sacudiu delicadamente os ombros da filha, tentando trazê-la de volta à realidade, como já havia feito antes. Mas, desta vez, algo era diferente. A atmosfera tornou-se densa, um peso palpável caindo sobre eles.

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⏰ Última atualização: Jun 03 ⏰

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