Pakke

*18

Agradeci ele com o olhar e logo tudo e todos estavam avisados e poderíamos ir para casa,  a volta não demorou muito e rapidamente estávamos todos de volta, enquanto voltávamos Heidi e Kai ficavam se engraçando e eu juro que todos estavam um pouco envergonhados com as brincadeiras dos dois, sim eles poderiam fazer o que queriam por serem os chefes, mas eles não tinham mais 20 anos e não na frente de todo o mundo.
Em um acordo tácito com Lyra eu fui para o quarto de Yuri, mais antes fui tomar um banho no meu quarto porque o cheiro de sangue me perseguia e eu não aguentava dormir com isso, mesmo com ele me limpando ainda sobrou alguma coisinha e eu realmente precisava escovar os dentes também, a carne pode ser maravilhosa quando se está transformado mais enquanto humano é horrível, eu tive muita sorte de não passar mal nas primeiras vezes que caçei e voltei porque meu estômago só faltou se revirar do avesso, depois fiquei um bom tempo penteando o cabelo para tirar toda a sujeira que fica grudada nele, essa para mim é a pior parte, pude colocar um pijama.
Eu não tinha corrido nem 2 quilômetros e já estava cansada que poderia dormir uma semana, mesmo com o treinamento que eu tinha minha resistência para esforço físico estava horrível então teria que conversar com Henry ou Anika para melhorarmos isso. É nisso que eu estava pensando quando entro no quarto de Yuri quando ele acabou de sair do banho também. 
Ele estava secando o cabelo com um ódio imenso, sua toalha como tudo o que Heidi deixou era preta, ele usava calça moletom, também preta e resmungava sobre as folhas que ainda não tinham saído e em como o cabelo dele estava grande, ele ainda não sabia que eu estava assistindo então estava falando com sigo mesmo mais foi engraçado saber que ele era bem resmungão também.

Toc toc - brinco quando eu entro definitivamente em seu quarto. 

Oi eu não vi você aí - fala um pouco envergonhado. 

Tudo bem, eu que não quis ser vista porque estava muito divertido ver você resmungando. Quer que eu te ajude a tirar as folhas que ficaram? 

Ele apenas balança a cabeça concordando e se senta no chão em frente a cama dele para que eu possa sentar nela e a diferença de altura não ficasse tão grande, tomo um pouco de distância porque sua cama era enorme e eu não conseguia a alcançar se não pulasse, problemas de pessoas baixinhas. Depois do pulo e de me arrastar até onde ele estava finalmente consegui chegar ao seu cabelo que realmente estava cheio de folhas minúsculas que ele nunca conseguiria pegar sem ajuda.
Começo a catação rindo por dentro por se parecer com o que os macacos faziam, acho que ele conseguiu escutar meus pensamentos pelo vínculo porque deu uma risada. Depois de tudo pronto peço para ele continuar nessa posição e desço para pegar uma tesoura no banheiro, como eu cortava o cabelo das meninas antigamente não teria problema em cortar o dele, Kai me contou que uma vez ele tentou cortar o cabelo dele e ficou horrível, ao que parece Yu sempre teve problema com seus ouvidos e o corte mostrava as orelhas demais e seus amiguinhos de escola o zuavam por isso e logo em seguida Heidi e Kai foram chamados na diretoria da escola por Yuri ter batido em uma criança que o estava zuando, o menino nunca mais apareceu na escola e tudo foi esquecido.
Foi um corte rápido e apenas aparei as pontas que estavam mais ressecadas, quando eu terminei dei um leve tapinha em seu ombro para ele ver se estava do gosto dele o corte e juntei a sujeira que eu tinha feito, parei do lado dele depois de arrumar tudo para podermos dormir e ele me deu um sorriso agradecido. Apenas dei de ombros porque não foi o trabalho mais complexo que tive que fazer e ao que parece isso o deixou feliz, quando estava indo me virar para perguntar se poderíamos dormir sua expressão mudou minimamente e eu sabia que ele ia fazer alguma coisa.
Como um predador que em segundos estava me puxando para ele e nós derrubando na cama, ele acabou ficando em cima de mim se apoiando nos braços para não me esmagar, ficamos nos encarando para ver quem faria o primeiro movimento. Claramente foi ele, pois se não fosse por mim nem mesmo nosso primeiro beijo teria acontecido, com leveza ele empurrou meu pescoço para o lado o deixando com mais espaço para deixar rápidos e leves beijinhos ao redor e quando chegou na junção do pescoço com o ombro e mordeu, não muito forte mais foi o bastante para deixar uma bela marca, sabia que ele estava do lado errado e a glândula de acasalamento era no ombro esquerdo, Lyra me contou que ele só poderia morder a glândula depois do ritual de “casamento” que o alfa, ou melhor Heidi iria celebrar, não conseguia pensar em mais nada de tão absorta que estava com ele fazendo isso, mas teria que tomar as rédeas da situação porque se não iríamos para um caminho sem volta e não sabia se ele queria isso.
  - Kira eu quero isso mais do que tudo, mas realmente acho que temos que desacelerar – fala me dando um último beijo e deitando.
Me puxando pela cintura para eu ficar poder ficar apoiada em seu peito, começo a fazer carinho no cabelo dele, já tinha virado um costume, em troca ele me apertou ainda mais enfiando seu nariz em meu cabelo, ficamos desse jeito por algum tempo até eu lembrar de como ele fica quando Kai e Heidi estão flertando na frente dele, com preguiça de falar por estar confortável resolvi usar o elo mesmo.
  - Yu porque você fica tão desconfortável ou com a cara amarrada quando seus pais estão “namorando”.
  - Você não sabe o quanto eu fui traumatizado por esses dois, uma vez peguei eles se atracando na lavanderia e eu tinha 4 anos e não tava entendendo nada, foi por causa deles que a Anika teve que me explicar o que era sexo porque eu tive um pesadelo e fui no quarto deles e vi coisas que não podem ser desvistas.
  - Pela cara da Heidi ela deve ser selvagem – penso alto.
  - Kira não – fala me soltando e tapando a cabeça e ouvidos com o travesseiro.
  - Mais é verdade, pelo jeito que ela conduz as coisas o coitado do Kai deve sofrer.
  - Kira, pelo amor de Deus eu não quero imaginar eles fazendo isso, já foi um trauma saber que eu fui feito na Prata enquanto eu estava dirigindo, por pouco eu não bati no poste daquela vez.
  - Sério? Não sei se fico com nojo ou não daquele carro agora – murmuro pensativa.
  - Agora podemos parar de falar sobre isso? Por favor?
Concordo com a cabeça meio relutante porque queria continuar infernizando ele sobre isso mais meus olhos começaram a pesar de vez e estava cada vez mais difícil me manter acordada então apenas me aninhei em seu grande corpo que dessa vez estava fazendo a concha grande como deveria ser. Ele estava se contorcendo na cama, tentando puxar a ponta do cobertor, descobri que nós temos a mesma mania de não conseguir dormir sem estar de cobertor, mesmo nas noites mais quentes, quando já estava pegando no sono escutamos uma batida na porta e logo metade de Conrad apareceu pela fresta.
  - Desculpa atrapalhar o casalzinho mais amanhã Amy pediu para que fossemos lá conversar com ela e as matilhas então iremos com o seu carro que é novo.
  - Que? Quando ela falou isso? E porque eu estou sabendo disso só agora? 
  - Foi ontem de manhã enquanto o casalzinho ainda estava desaparecido, além disso nem é tão longe assim – fala ele entrando e dando de ombros, com isso a fresta da porta que ele estava ficou vazia e deu chance para Koda passar correndo e pular na cama, um vulto meio alaranjado veio atrás e enquanto Yuri discutia com Conrad.
   - Quem vai comigo e quanto tempo iremos demorar?
  - Apenas eu e Adrian, devemos demorar uns cinco dias, uma semana no máximo.
  - Certo, quando saímos? Amanhã?
  - O mais cedo possível, não queria acabar com seu romance mais precisamos mesmo – fala ele saindo do quarto esquecendo seu cachorro.
Peguei Koda e o deitei do meu lado sentindo Yuri colocar Juniper no chão, ela dormiu o dia inteiro então não seria agora que se acalmaria, abracei o pequeno Corgi e senti Yuri enredar seus braços em minha cintura começando a murmurar desculpas por ter que sair assim e por ter demorado tanto para ter coragem de me beijar.
  - Yu para de se desculpar, não demoramos quase nada o que ainda é estranho para mim porque há quase dois meses eu nem pensava em homens ou ter um companheiro em si, agora chega de desse assunto e vamos dormir porque tenho certeza que Conrad vai querer dirigir seu carro e você não vai deixar – falo para ele virando e ficando frente a frente com ele vendo seu olhar de cachorrinho que foi chutado sem querer.
  - Amanhã com certeza será um dia cheio por ter que aguentar Conrad e não fique triste, não tenho problema em esperar que você volte, não se esqueça de que eu esperei 20 anos para poder estar aqui e posso sem problemas esperar esses dias. Ai pelo menos eu posso conversar com sua mãe sobre suas fotos de bebê e as burradas que você fazia quando criança.
  - Kiraaaaa, as fotos de bebê não, eu tinha orelhas horríveis naquela época, não que eu ainda não tenha – geme enfiando a cabeça no travesseiro.
   - Eu adoro suas orelhas – murmuro tirando seu cabelo de cima delas e fazendo um casto carinho nela. 
Ignorei sua tentativa de mudar meu pensamento, dando risada da sua reação exagerada, claro que eu ia pedir as fotos dele bebê, ele tinha pais que se importavam então nada melhor do que explorar isso, ainda resmungando ele deixou eu me apoiar nele e logo estávamos dormindo com um olho aberto outro fechado para separar qualquer briga que acontecesse com Juniper e Koda, eu não sabia se esses dois se amavam ou se odiavam porque Juniper sempre tentava “matar” o Corgi de brincadeira, ela nem tentava com os outros porque Akien apenas rosnava para ela, Dave a ignorava e Volpi quando resolvia brincar e se cansava, Juni não tinha limite para a brincadeira, usava seu peso para jogar ela longe e se escondia, o único bobo que ainda ficava perto dela era Koda e ela retribuía toda vez querendo assassinar o coitado. 
Quando amanheceu só pude ver Juniper dormindo emaranhada no cabelo de Yuri, ele foi se arrumar e eu fiquei encarregada de fazer a mala dele, quando estava saindo me deu um beijo e mandou eu cuidar de todo mundo enquanto ele estava fora e nunca em nenhuma possibilidade veja as fotos de bebê o que foi devidamente ignorado. Conrad mandou eu cuidar de Koda e que se ele tivesse um arranhão por causa do meu gato cabeças iriam rolar, Adrian teve que tirar ele de perto porque iríamos nos estapear igual criança por isso, mais quando foi realmente a hora deles entrarem no carro puxei Conrad para um abraço de esmagar costelas e ele fez o mesmo.