- Eu te amo – fala se levantando da cama depois da nossa sessão acalorada de beijos.
- Eu também, agora volta aqui, deixa eu te abraçar - falo abrindo os braços e fazendo biquinho.
- Ainda não, esqueci de dar seu presente e não há hora melhor que agora - murmura para si mesmo enquanto se afasta para seu guarda-roupa.
- Aqui está, posso ter falado que seu presente de aniversário seria dirigir meu carro mais na verdade eu ainda não tinha encontrado um certo então quando estava fora rodei as joalherias que tinha pela cidade até achar isso - fala abrindo a caixa de veludo azul marinho e libertando dois colares em forma de lobo que faziam uma dupla e se encaixavam perfeitamente e tinham até nossas cores, tinha bem pequeno nossos nomes escritos atrás.
- Isso é lindo, não precisava ter gastado tanto comigo - falo pegando com delicadeza os dois para ver melhor.
- Eu sei que você não gosta de coisas perto ou no seu pescoço por causa da sua infância, então eles podem ser tanto usados como colares, como pulseiras - explica Yuri os separando e colocando o que tinha um lobo negro em meu pulso.
- Isso é tão atencioso, muito obrigado meu amor - falo o beijando.
- Tudo para fazer meu companheiro feliz - responde com um sorriso bobalhão e cheio de dentes igualzinho da primeira vez que nos beijamos.
A noite continuou assim, entre carinhos e beijos enquanto descobrimos cada cantinho do corpo um do outro. Yuri tinha coceguinha um pouco em cima do mamilo direito o que me fez atacar aquela área e ele tentou de todo jeito sair de perto de mim sem muita eficácia, em troca ele achou um ponto na minha orelha que só de respirar perto dela já me fazia arrepiar. Depois de muita briga conseguimos tirar um breve cochilo antes de o cheiro de ovos e bacon me acordar e minha barriga roncar, Yuri ainda estava capotado e nem sentia Juni brincando e arrancando alguns fios de cabelo dele, a gata estava em cima de mim, mais precisamente em cima do meu rosto não me deixando respirar direito para brincar com o cabelo dele. Quando estávamos para dormir ele finalmente tinha feito a trança que prometeu e em troca fiz o mesmo com ele, com muitos resmungos e que eu estava apertando demais, ficou a coisa mais fofinha desse mundo um homem desse tamanho com trancinhas.
- Bom dia – declara ele abrindo os olhos e segurando a pata de Juniper que ia bem no olho dele.
“Bom dia” – respondo pelo elo por não poder nem respirar direito.
- Que horas são? – pergunta um pouco perdido.
Apontei para a direção geral do relógio digital do outro lado do quarto para ele descobrir por si mesmo enquanto o presente dele tintilava em meu pulso, quando fomos dormir eles ainda estavam juntos então por algum motivo, provavelmente eu me mexendo, eles devem ter se soltado. Enquanto ele coçava os olhos para tentar ver a hora fiquei admirando as marquinhas roxas em seu corpo todo, talvez eu tenha pegado um pouco pesado demais ontem, mas se ele gostou isso é o que importa, e sabia que eu estava do mesmo jeito.
- Dormimos apenas uma hora – exclama chocado.
- Sério? Nem pareceu, acho que foi o segundo melhor sono da minha vida - respondo tirando Juni da minha cara e recebendo um miado revoltado.
- Qual foi o primeiro?
- Quando eu cheguei aqui e pude dormir em paz sem ter que me preocupar com ninguém tentando abrir minha porta e das meninas de noite.
- Quer tomar banho? – pergunta ele um pouco desconfortável querendo fugir do assunto, sabia que estava tentando me esconder alguma coisa, mas estava muito feliz para apertar a verdade para fora.
Concordo com a cabeça e Yuri se levanta e vira de costas pedindo sem palavras para eu o abraçar por trás, eu faço exatamente isso ele apoia suas mãos na parte de baixo das minhas coxas, me levando para o banheiro igual uma mamãe preguiça faria com seu filhote, não fizemos nada de impróprio no banho apenas limpamos o suor que tínhamos acumulado na noite e nós ensaboamos, eu queria tirar a pulseira mais ele me garantiu que não enferrujaria nunca, pedir favores para bruxas às vezes vale a pena.
- Yuri me dá aquele shorts bege que está ai do seu lado – peço enquanto visto uma de suas camisas mais folgadas.
O idiota apenas responde jogando o shorts na minha cara, não era a primeira vez que acontecia isso e ele parecia feliz com minha cara de irritada a cada vez que isso acontecia.
- Porque você sempre faz isso? Toda vez que você vai me entregar alguma roupa você joga bem no meu rosto? – pergunto irritada me vestindo.
- Desculpa é que você é pequena e quando eu jogo as coisas para os outros como o Sastre essa altura bate no peito só que você é menor que ele – fala dando de ombros.
- Sério isso?
Ele concorda com a cabeça e vai para a porta esperando eu ir atrás, termino de me arrumar e finalmente saio, o cheiro de comida estava mais acentuado fora do quarto dele e também dava para escutar alguém batendo as panelas, era apenas 8 horas da manhã de um domingo então aquela pessoa não gostava muito das outras por fazer isso, enquanto caminhávamos para descobrir quem estava fazendo essa arte Yuri entrelaçou nossas mãos apertando rapidamente.
Quando chegamos na cozinha descobrimos que a dona da barulheira era Anika que estava tentando abrir cinco ovos apenas com magia, claro que não estava dando certo e fazendo uma meleca enorme, Yuri foi logo ajudar pegando os ovos que estavam levitando em sua mão e começou a abrir eles como uma pessoa normal.
- Bom, os pombinhos acordaram, estava achando que não iriam sair daquele quarto hoje.
- Vontade não falta, mas estamos com fome, principalmente Kira – fala ele como se fosse a coisa mais normal do mundo, fazendo minhas bochechas arderem de vergonha, ele não estava diferente mais falar essas coisas com Ani parecia ser normal.
- Deixa que eu finalizo isso, vocês dois estão cheirando a sexo de longe mesmo tendo tomado banho. Daqui a pouco Jacen e as crianças aparecem aqui e eles são muito novos para ter a conversa dos fiozinhos.
- Como assim? – pergunto perdida enquanto Yuri gargalhava.
- Ani tem um método bem mais explicativo que a conversa do zangão e da abelha.
- Eu ensinei para esse filhotão quando estava na hora daquela conversa que meninos e meninas tem fiozinhos, podemos exemplificar falando que meninas tem um fio vermelho e meninos azul e quando eles se encostam dá choque, e esse choque não pode acontecer com qualquer um, tem que ser com sua companheira e você tem que sempre usar uma fita isolante como proteção.
- Isso é bem explicativo sem ter que explicar nada, gostei desse método – falo pensando em como era estranhamente bom.
- Pelo menos alguém gosta dele. Foi uma das milhares de coisas que o avó dele me ensinou, você tinha que ver a cara de tortura dele quando veio falar isso para mim, depois quando terminou sair correndo e deixou Rexis respondendo minhas perguntas.
- Me chamaram? – fala Rexis se espreguiçando, vindo do quintal, ele e Greg decidiram ir dormir lá fora para lembrar os velhos tempos.
- Apenas contando o dia que você teve que me explicar o que era sexo.
- Aquele foi o pior dia da minha vida, seguido de perto quando Ravi me pegou encobrindo Kyle para falar com Jill.
- Então você sabia também?
- Claro, ele não era o melhor em esconder isso e todo o batalhão sabia porque ele usava a gente como bode expiatório.
- Típico do Campball – fala Anika revirando os olhos.
Como esperando as marcas em meu pescoço e no dele chamaram muita atenção porque nem estávamos tentando esconder, quando Heidi olhou para nós e sentiu nosso cheiro misturado deu pulinhos de felicidade, veio correndo nos abraçar e falou do quanto estava feliz pela gente, olhei para Yuri achando a reação dela um pouco exagerada, mas não iria reclamar. Lyra depois de me ajudar a arrumar a bagunça que Ani tinha feito e limpar os pratos que todos tinham sujado me puxou para o quintal longe de todo mundo e mandou eu contar tudo o que tinha acontecido com detalhes, não deixando eu esquecer ou deixar de fora nadinha.
Ficamos conversando e fofocando por um bom tempo, as pessoas olhavam torto mais nem me importei, Brenda logo chegou com Conrad e Adrian para saber as novidades e o grupinho do barulho, como Henry nos chamava, ficou completo. Depois de não ter mais nada o que falar, resolvemos brincar com as crianças de pega a pega e elas sabiamente tinham pintado um alvo nas costas de Conrad por ele ter roubado o chocolate de um deles.
- Mal chegou e já está arrumando confusão – murmura Adrian coçando a cabeça vendo Conrad correr desesperado e ser seguido por três lobinhos bem rápidos.
- Vocês tem certeza que foi ele mesmo? – pergunto para Jade que estava controlando a situação.
- Sim, Koda latiu na hora que ele enfiou o chocolate na boca e tentou sair correndo.
- Se foi assim pode ir atrás dele também, se sua mãe te procurar eu chamo. Certo?
A menina apenas concordou com a cabeça e saiu correndo gritando como se estivesse indo para a guerra atrás do ladrão, Conrad conseguiu fugir por bastante tempo deles, mas logo estava se ar e precisou parar um minuto para respirar e foi pego. Todas as crianças pularam em cima dele ao mesmo tempo o soterrando, elas gritavam com ele por ter feito o que fez e ele gritava de volta que iria comprar outro para eles se o deixassem ir embora, claro que elas não caíram nisso e falaram que não iriam sair até terem o que foi acordado, essas crianças pareciam advogados raivosos.
- Adrian me ajuda, pega algum chocolate que esteja pela casa pelo amor dos Deuses – implora Sastre fazendo beicinho para seu namorado.
- O que você acha Kira, devo?
- Depois da gente se matar de arrumar o quintal e ele falar que era normal mais não ajudar, acho que não – respondo de braços cruzados olhando a cena.
- Vocês são rancorosos, isso não se faz.
Dei de ombros e fui embora escutando os gritos dele para voltarmos que ele nunca mais faria isso, seu show acabou atraindo todos para ver o motivo da gritaria e ninguém conseguiu segurar a gargalhada quando viu ele daquele jeito, Heidi depois de dar algumas risadas ficou com aquela cara de séria, como Yuri chamava a cara de prefeita, e tomou a frente enquanto todos estavam juntos para falar de uma vez.
- Certo, já que todos estão aqui tenho boas notícias, os batedores não encontraram mais vestígios de vampiros ou outros lobos sem ser os daqui então podemos relaxar algumas coisas. Quem é da minha matilha pode voltar a estudar e trabalhar sem medo, ainda terão que tomar um certo cuidado mais não tanto, pessoal da Ayla vocês ficarão por aqui por mais alguns dias até que eu tenha a completa certeza que vocês não correm perigo e que eles não irão atrás de vocês. Estamos entendidos? – pergunta com aquela voz que demonstrava que ela não queria ser contrariada.
Todos concordaram e eu estava animada porque Kai disse que quando as coisas ficassem mais calmas eles precisariam de um ajudante e perguntou se eu queria esse cargo, claro que eu aceitei sem nem pensar, iria ter dinheiro para pagar a faculdade que eu tanto queria. Lena também se certificou que eu soubesse que estava inscrita na primeira corrida quando isso acontecesse, ela e Poe eram meus maiores apoiadores, ela me ajudou a fazer uma pista de corrida na estrada que levava a casa e estava me mostrando outros truques para dirigir melhor.

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Pakke
General FictionKira é uma licantrope sem matilha que fugiu de casa após algumas coisas darem errado. Correndo o enorme risco de ser atacada por alcateias já estabelecidas ela sai mundo a fora tentando encontrar onde pertence, depois de alguns problemas ao longo do...