Capítulo 10 - Shampoo de bebê da turma da Mônica

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O sinal que indicava o intervalo das aulas tinha batido à alguns minutos. Agora eu, Scorpia e Entrapta estávamos no refeitório, cada uma beliscando uma maçã. A barulheira dos alunos tagarelando era de matar, porém, nada que eu não estivesse acostumada.

- Droga! - Entrapta resmunga sem tirar os olhos de seu celular na horizontal, provavelmente entretida em algum joguinho ou sei lá o que ela tanto fazia nesse celular.

- Vai ficar cega se não afastar um pouco esse celular dos olhos. - Scorpia diz. Entrapta, até agora, só tinha largado o celular para copiar as coisas que os professores passavam no quadro.

- O que é que você tanto faz nesse celular aí, hein? - pergunto à Entrapta, que nem por isso tirou os olhos do celular.

- Ontem teve atualização de um joguinho que ela ama, e desde então ela não larga o celular nem pra comer direito. - Scorpia responde, balançando a cabeça e apontando para a maçã de Entrapta jogada na mesa, que tinha dado, no máximo, duas mordidas.

- Eu gosto de joguinhos, deixa eu ver! - digo, me levantando do banco ao lado de Scorpia e atravessando a mesa para sentar ao lado de Entrapta.

- Não senta aí não!... - Entrapta avisa - Ih, agora já era. - não entendo o que ela quis dizer, até me mexer no banco e sentir algo... Molhado? Me levanto rapidamente do banco e vejo uma grande poça de algum líquido roxo bem onde eu havia me sentado.

- Eu derramei suco de uva aí. - Entrapta explica. - Sua calça tá toda molhada, e manchada... - merda!

- Poxa vida, Entrapta! - Falo um tanto brava. Eu tinha que ir ao banheiro ver o quão grave a situação da parte de trás da minha calça estava. Mas como fazer isso sem ninguém ver? Se fosse uma calça escura, até que estaria tudo bem, não iria manchar tanto. Mas pra piorar, a minha calça era branca.

- Desculpa! eu avisei pra não sentar. - Entrapta diz, finalmente desviando os olhos do celular.

- Tudo bem - Digo, ainda brava. Não com Entrapta, mas sim por causa de minha calça que com certeza tinha uma mancha roxa enorme bem na minha bunda.

- Tenho que dar um jeito de ir ao banheiro sem ninguém ver o estrago aqui atrás.

- Vai com as mãos nas costas. - Scorpia sugere - Deve cobrir a maior parte. - O banheiro não era muito longe do refeitório, então se eu fosse correndo até lá com as mãos cobrindo a mancha, talvez ninguém reparasse. Ah não ser que tenha alguém muito interessado na minha bunda.

- Tá. Eu vou no banheiro rapidinho e já volto! - Me levanto do banco e rapidamente ponho as mãos nas costas, logo começando a correr em direção ao banheiro.

Chego no banheiro e vejo que está vazio. Ótimo.

Logo acima das pias, pendurado na parede, havia um grande espelho na horizontal, se eu tomasse distância dele e desse pulinhos de costas para o espelho, talvez conseguisse ver o quão grande era a mancha.

Foi o que fiz: tomei distância do espelho, virei de costas e comecei a dar pulinhos. Conseguia ver a mancha por menos de um segundo, o que não ajudou muito.

Enquanto eu estava distraída pulando para conseguir enxergar a mancha, escuto a porta de uma das cabines se abrir. Pulo mais uma vez, só que agora, de susto.

- A gatinha virou coelhinha? - Puta merda. Puta merda. Puta merda. Alguém me salva!

Ali estava Adora, escorada em uma das cabines, me olhando com um sorrisinho de lado, como se achasse graça da situação.

Opa... Calma lá, ela me chamou de gatinha? Puta merda, ela me chamou de gatinha!

Senhor. Eu me sentia um pimentão agora!

Gorgeous • CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora