Capítulo 18 - But if you're single, that's honestly worse

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" - Não acredito que você nunca tinha cabulado aula! - Adora disse, parecendo impressionada com minha responsabilidade.

- Hum, não sou uma delinquente igual você. - falei, brincando.

- Pra sua informação, - começou, pondo a mão no peito. - Isso não é freuquente, tá? Essa é só a terceira ou quarta vez. Só estou impressionada que você nunca, na sua vida inteira, tenha matado pelo menos uma aula.

- Até agora! Você é uma péssima influencia... - fui cortada pelo som estridente do sinal tocando.

- Isso... É o sinal do próximo período? - Adora perguntou. - Quanto tempo estamos aqui?

- Tempo demais. Quarenta e cinco minutos, sendo mais exata. - falei enquanto me levantava do puff. - Como eu volto pra sala depois de desaparecer por um período inteiro?! - perguntei e Adora riu.

Eu realmente estava começando a me perguntar se meu delineado estava borrado ou se eu tinha um palhaço desenhado na minha cara.

Adora se levantou do puff e levou junto o pote, que agora estava vazio, abriu a porta e pôs apenas a cabeça para fora, olhando para a direita e depois para a esquerda.

Adora soltou uma risadinha.

- Quem chegar por último é a mulher do sapo! - ela disse.

- Você sabe que, no final, o sapo pode acabar sendo um príncipe, não é? - falei antes que ela saísse correndo, me lembrando da aula de educação física e o quanto ela era rápida, cruzei os braços e me apoiei na perna direita.

- Não. Não pode, não. - ela disse, negando com a cabeça, como se fosse óbvio.

- Não é você que faz as regras.

- É sim. E eu decidi que, não, o sapo não é um príncipe, então, é melhor você correr. - Adora disse, logo correndo em disparada e me deixando para trás com a boca aberta. Não demorei mais nem um segundo e corri para tentar alcança-la.

Foi falho.

Eu fui a mulher do sapo."

Eu estava pensando novamente em quando estávamos na salinha, que,   naquela correria toda que a própria Adora construiu, esqueci de devolver o garfo. Agora, o mesmo estava em cima do armarinho ao lado da cama, ao lado do abajur e meu celular.

Sem sono, depois de me revirar mais umas cinco vezes na cama, pego meu celular para ver que horas são.

Três e vinte e sete da madrugada.

Eu não conseguia dormir. Completamente sem sono.

Não conseguia tirar da minha cabeça a cena de Perfuma com as mãos em volta do pescoço de Adora, o embrulho que senti no estômago, a sensação horrível...

O que elas eram, afinal? Amigas que dão uns beijos de vez em quando? Ficantes? Namoradas?!

Mas que droga!

Qual era o meu problema?

Por que eu sentia isso?! Não tinha motivos.

Ao mesmo tempo que eu gostava das sensações novas e estranhas que Adora e tudo que tinha a ver com ela me faziam sentir, eu também odiava.

Odiava não saber exatamente o que significavam.

Odiava o fato de sentir vontade de sorrir sempre que eu a via sorrir.

Odiava o fato de minhas bochechas queimarem sempre que ela olhava por tempo demais nos meus olhos ou ficava próxima demais do meu rosto.

Odiava o fato de eu achar fofo absolutamente qualquer mínima coisa que ela fazia.

Gorgeous • CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora